domingo, 25 de janeiro de 2015

Djaci Brasileiro e seus surtos indianos


A Prefeitura de Itaporanga retirou, há duas semanas, três barracos que comercializavam na Travessa Oswaldo Cruz com a Avenida Getúlio Vargas, centro de Itaporanga. A justificativa se baseou no fato contundente de que eles estariam ocupando o espaço que é seguimento da BR-361, e, para a própria segurança dos seus proprietários e dos clientes, seria necessário removê-los de lá para outro local mais apropriado e seguro.

Até então a Prefeitura estava coberta de razão. Os próprios comerciantes já estavam convencidos de que iriam sair e ser acomodados em outro espaço desprovido de risco. Mas a surpresa veio logo depois: a própria Prefeitura que retirou os barracos de madeira e zinco inventou de, no mesmo local, construir boxes de alvenaria.

Estão sendo levantados seis cubículos, todos conjugados, que deverão acomodar os comerciantes que já vendiam por lá e mais outros três que têm seus barracos instalados em um canteiro da mesma Travessa. Eles serão removidos quando a tão sonhada obra dos sonhos do prefeito Djaci Brasileiro for construída.

Esse procedimento revela a incompetência da gestão municipal no gerenciamento do setor urbanístico do município. Os seis cubículos de alvenaria provocarão o mesmo problema dos barracos removidos. É uma obra que remete à ignorância.

No trecho onde os boxes estão sendo construídos, os veículos passam a poucos centímetros dos pedestres. É um caos. Será que o prefeito andou pela Índia e se encantou com o pandemônio do país asiático? Não é possível que, nos tempos atuais, se construam ou coloquem barracos no meio de avenidas ou em cima de calçadas. É preciso respeitar as regras urbanísticas que regem a sociedade.

A Prefeitura não pode fugir de sua responsabilidade como agente disciplinador do município. É compreensível alguém se sentir desprezado por ter que deixar um lugar que comercializava há muito tempo. Mas toda uma sociedade não pode ser impedida de usufruir os lugares públicos em detrimento de alguns poucos. É o direito de ir e vir.

Entende-se que não é fácil para alguém ser obrigado a deixar um local que serve para ganhar o pão de cada dia. Mas no caso em questão, enfatizo novamente, os comerciantes seriam removidos.

Se a Prefeitura continuar fazendo vistas grossas às suas responsabilidades e permitir a frouxidão, a cidade vai continuar mergulhada nessa bagunça, onde o que é público se confunde com o que é privado. É por isso que sempre estamos a perguntar: Quem é autoridade por aqui?

Por Isaías Teixeira em junho de 2011

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