quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A sorveteria “Taça de Ouro”


Pegando carona na idéia de Demir Cabral, falamos agora de um famoso “ponto de encontro” da juventude itaporanguense nos idos de setenta, a Sorveteria de Firmino ou a Sorveteria Taça de Ouro, que reinou absoluta por muito tempo em nossa cidade.

A sorveteria servia além de ponto de encontro dos boêmios da época, que iam afogar suas mágoas na bebida; pois o local vendia doces gelados, que fazia a alegria de crianças e adultos, também servia de bar.

Um freqüentador de carteirinha era o “bom vivam” Armindo Inácio, de saudosa memória, que ao chegar ao aludido recinto o garçom imediatamente servia uma “Brahma” estupidamente gelada, punha também para tocar na radiola*, Menina de Traça, de Antonio Marcos, que ele usava para roer por SS.

Na frente do estabelecimento “todas as noites e, mais acentuadamente, nos fins de semana, os jovens se reuniam, formando um corredor de adolescentes e rapazes. Dentro desse corredor humano, as jovens, moças e, até mesmo, as coroas, andavam pra cima e pra baixo. Nesse movimento, pra lá e pra cá, os olhares se entrelaçavam e, daí, surgia o namoro, terminando, muitas das vezes, em casamento. Era o famoso ‘passeio’.”

Um fato inusitado aconteceu neste famoso passeio; uma certa noite, sem aviso prévio, um jumento resolveu se acasalar com seu par em plena Getúlio Vargas e correndo atrás da jumenta, chegou até a frente da sorveteria, onde os rapazes maldosamente “ataiaram”
 o casal de jegues para dentro do prédio, onde a fêmea, sem ter para aonde ir, esbarrou exatamente no balcão, onde eram feito os picolés.

O jegue então, aproveitando da situação, copulou ali mesmo, o que causou pânico as donzelas da sociedade, que imediatamente levavam as mãos ao rosto, porém deixando os dedos entreabertos e exclamando em alto e bom som: Valei-me Nossa Senhora. Deus me livre de ver uma coisa dessas.

A sorveteria teve seu tempo áureo por várias décadas até ser desbancada pela Sorvedrik, do inesquecível Walter Inácio, o velho Moita, que passou a ser o “Point” da sociedade. Mais ai é uma outra história.

Depois surgiu o modelo portátil
* Eletrodoméstico quase extinto, que era usado pela gente “classe A” em Itaporanga e tocava os “Long Pays” de vinil, era u móvel grande e também servia de decoração em casa dos ricos. Era “chique” poder possuir uma.

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