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História

De como todo comocomeçou, até se tornar Itaporanga.

Localização

Onde esta situada a cidade e a sua localização.

Região Matropolitana do Vale do Piancó

Localização e cidades que compoem esta região sertaneja.

José Brunet Ramalho

Primeiro Prefeito de Misericórdia.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

FORRÓ NO CANTINHO


FORRÓ NO CANTINHO

João Dehon Fonsêca
Junho de 1990

Seu Dedé pegue seu fole,
Sei que o senhor não é mole,
Um forró vamos fazer,
Peço: não venha sozinho,
Pois forró lá no Cantinho,
Vai até o amanhecer,
Convide o seu filho Biu,
Para sanfona tocar,
Contrate um bom zabumbeiro,
Vamos limpar o terreiro,
Nessa noite forrozar.
Forrozar, forrozar,
Nessa noite forrozar,
Forrozar, forrozar,
Nessa noite forrozar.

Seu Dedé, seu cabra macho,
Pegue os seus oito baixos,
Pro forró já começar,
As moças namoradeira,
Estão na beira da fogueira,
Esperando prá dançar.
Convide também o Vando,
Pro pandeiro ele tocar,
Sei que vai dar muita gente,
Todo muito bem contente,
Vai dançar e forrozar,
Forrozar, forrozar,
Vai dançar e forrozar,
Forrozar, forrozar,
Vai dançar e forrozar.

A moçada do Cantinho,
Faz forró bem direitinho,
Que até dá gosto ver,
Não tem briga e nem arruaça,
Pois o cabra que ali caça
Companheiro não vai ter,
No Cantinho de Itaporanga,
Tem forró disciplinado,
Todo mundo animado,
Brincar até o sol raiar,
Brinca até o sol raiar
De forrozar e forrozar,
Brinca até o sol raiar
De forrozar e forrozar.

Uma história viva do comércio de Itaporanga

Zé de Amâncio é um dos comerciantes mais antigos em atividade na região
A história de uma cidade pode ser contada pelo que ela consome. E ninguém melhor do que um homem que está há quase meio século no comércio para revelar essa história.

Em 1961, quando José Pereira Alves, que se popularizou como Zé de Amâncio, em razão do nome do pai, montou sua bodega na Rua Argemiro de Figueiredo, onde funciona até hoje, os produtos que mais saíam era querosene, lenha, carvão, açúcar, sal e café cru.

O querosene, a lenha e o carvão explicam bem a Itaporanga de 50 anos atrás: a cidade ainda não tinha luz elétrica, e apenas o centro era iluminado durante algumas poucas horas da noite graças a um gerador. A maior parte das residências locais tinha que se valer do candeeiro.

Fogão a gás também era um privilégio de poucos: a maioria dos itaporanguenses da época tinha que cozinhar à lenha ou a carvão. Sem muita opção alimentícia no comércio da época, toda alimentação do itaporanguense era feita em casa: do café da manhã ao jantar. Por isso, o açúcar e o sal eram fundamentais e muito requisitados, assim também como o café, a bebida mais consumida em um tempo em que o suco e o refrigerante ainda não faziam parte da mesa do cidadão local.

Entre os cosméticos, o leite de rosas e as colônias Parisiense e Gellus eram os mais procurados. 

Com o avanço da tecnologia, a cidade recebe a energia elétrica, surgem os eletrodomésticos e os hábitos de consumo do itaporanguense começam a mudar. Mudanças que José de Amâncio ajudou a construir, abrindo as portas do seu comércio para cada novidade que aparecia, mas nas suas prateleiras o novo e o velho encontravam-se: um sortimento completo como ainda é hoje. “Eu vendia de tudo”, diz.

E assim Zé de Amâncio tornou-se um comerciante bem sucedido, mas, em princípio, poucos acreditaram que o agricultor daria certo como comerciante, a começar pelos seus próprios pais. “Quando eu disse que ia para a cidade montar um comércio, meu pai achou que não dava certo, mas eu estava decidido e resolvi enfrentar”, conta ele, que já tinha a experiência de uma pequena venda no sítio Jenipapo, onde residia, mas o que determinou seu êxodo foi a pouca rentabilidade da agricultura.

Recém casado e consciente de que dificilmente conseguiria sustentar a família trabalhando na roça, devido ao fracasso da agricultura de subsistência por causa das secas constantes e do avanço da criação de gado bovino. “O que me deixou mais desiludido com a agricultura foi porque os proprietários de terra da época só se preocupavam com sua criação de gado, havia ano que a gente perdia o tempo da planta porque os animais demoravam a ser retirados da roça, e nem bem a gente fazia a colheita e o gado era solto dentro do roçado para pastar”, explica.

O local que Zé de Amâncio alugou para montar o seu comércio era bem próximo do maior comerciante da região na época, mas ele não se preocupou em concorrer com Chico Pinto, e quando abriu as portas de sua bodega no final do primeiro ano da década de 60, não parou mais de vender, e sua clientela foi crescendo a cada dia. O negócio foi tão virtuoso que em pouco tempo seu comércio tornou-se um dos mais movimentados de Itaporanga.

O homem que começou sem dinheiro suficiente para surtir o pequeno comércio e na incerteza de que o apurado daria, pelo menos, para pagar o aluguel, em menos de seis anos já era dono do prédio que locara para abrigar seu estabelecimento comercial. E no comércio, Zé de Amâncio popularizou-se, criou os sete filhos, um dos quais adotivos, e ganhou notabilidade social pela sua honestidade e boa relação com seus clientes e fornecedores, um dos quais o próprio Chico Pinto, que, de concorrente, tornou-se um dos seus grandes parceiros.

Em um tempo em que a renda do algodão garantia ao sertanejo do Vale um bom poder aquisitivo, Zé de Amâncio foi um dos líderes em vendas por mais de 30 anos, até o começo da década 90, quando começam a surgir os mercadinhos, e, apesar da concorrência, continuou vendendo bem. Mesmo nos períodos de seca, seu comércio nunca sofreu grandes abalos graças ao dinheiro das Frentes de Trabalho, criadas pelo poder público para socorrer as vítimas da estiagem.

Há seis anos, Zé de Amâncio aposentou-se, transferiu o comércio para os cuidados de uma filha, mas não deixou de freqüentar a venda que foi transformada em um mercadinho, e continua em atividade, embora limitadamente em função da idade: nesses últimos 47 anos, nunca deixou de estar em seu comércio um único dia.

“Lá é onde eu posso reencontrar meus conhecidos, conversar com os amigos e me distrair”, comenta seu Zé de Amâncio, que já há algum tempo é viúvo e fará 78 anos no dia 25 de março de 2009.

O MAESTRO EDMILSON PINTO


José Assimário Pinto

Conheci o Maestro Edmilson Pinto, por volta de 1960, na Cidade de Itaporanga.

Ele já passara também pelo Seminário Nossa Senhora da Assunção, provavelmente da mesma turma de alunos da época, dentre os quais, José Augusto de Carvalho Filho (Pitarcas), irmão da minha mãe, Maria Acy Leite Pinto, portanto meu tio.

Já àquele tempo, ele sobressaíra dentre todos os alunos do Seminário, mormente pela sua tendência e vocação à musicalidade que lá desenvolvera, diante da inegável qualidade do professorado.

Edmilson, tal qual eu, nascera de pais humildes e honestos, humildade essa que conserva até hoje.

Vi inúmeras vezes o seu desempenho de mestre, realmente impressionante: Toca todos os instrumentos que se possa imaginar, de pandeiro a violino.

Filho do casal Milton e Maria Querubino da Silva Pinto, salvo engano.

Maria integrava o grupo de senhoras que frequentavam a Igreja diariamente. A minha lembrança fervilha de lembranças daquela época feliz, onde estudava na Escola Paroquial São Domingos Sávio, que se encravava na esquina da pracinha, que ainda hoje existe, de fonte à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.

Creio que Edmilson teve como primeiro instrumento de sua vida, uma velha serafina, deixada de herança pelo Padre posteriormente Cônego, Manoel Firmino, que fora o predecessor do Padre José Sinfrônio de Assis.

O Cônego Firmino, como era chamado, deixara no vilarejo inúmeros feitos, inspirando o nome da filarmônica que trás ainda hoje o seu nome, e eu era formada por figuras inesquecíveis como Zeba, Vafedro Sousa, Zé Augusto de Carvalho – meu avô, e tio Dison – Edsom Leite Guimarães.

Edmilson notabilizara-se pelo seu temperamento enervado e agressivo, não admitindo, de forma alguma, que qualquer dos seus alunos e/ou comandados, desse uma nota só fora de tom.

Certa vez, Amaury Freitas Pinto – filho do emérito e inesquecível, Jorge de Freitas Queiroz-, um homem admirador da música nordestina e seu propagador, contou-me a propósito, do temperamento do maestro: Numa festa, na cidade de Itaporanga, Amaury colocou um copo (caneco de alumínio), cheio de cerveja gelada, por sobre uma janela que se abria na lateral do Atlântida Clube e mostrara a deliciosa bebida a Edmilson, e, ao mesmo tempo, cochichando no ouvido de Pedro Môco, famoso pandeirista, que aquele copo era destinado a ele.

Pedro Môco, de boa fé, aproveitou o intervalo da festa e foi saborear a bebida. Nisso Edmilson viu, Pedro de beiço aberto, tomando a cerveja.

Partiu pra cima de Pedro de dedo em riste, e foi falando:
– Nego sem vergonha, deixa minha bebida aqui, que foi Amaury de Jorge que botou pra mim e não pra ti, e se achar ruim, pode ir simbora!!! vou lá no Cantinho – sítio que tradicionalmente deu muitos artistas -e pego um dos 33 pandeiristas que tem lá e boto no teu lugar, e riscou uma faca peixeira que zuniu no salão, causando correria de moças e senhoras.

Contam-se outras e outras, que bem qualificam o temperamento do Maestro.

Maria de Anunciato, sua mãe, que era uma exímia cantora de hinos e benditos da Igreja, certa feita atrevera-se a acompanhar Edmilson tocando na Serafina da Igreja, e não percebera que Edmilson dera um breque, a certa altura, terminando com a sua exibição musical.

Edmilson, olhou pra própria mãe, estupefata e disse:
– Mãe, se tu passares batida de novo, eu não te deixo deixar em casa!

O temperamento do ilustrado músico não sombreou nem sua musicalidade, nem tampouco o brilho de suas apresentações, sendo sempre chamado a tocar em festas religiosas e laicas, alegrando e pasmando a todos, mercê de sua genialidade musical, que assomara nos tempos de Seminário.

De outra feita, contou-me um dos seminaristas, que Zé Pitarcas, pessoa alegre, risonha e sempre feliz, “rendera” o senhor Bispo Diocesano, Zacarias Rolim de Moura, nos corredores do Seminário, com um pedaço de pau que dizia uma pistola, arma de fogo usada na região, e por conta disso, sofrera grande castigo, juntamente com Yolando Neves, seu companheiro inseparável de presepadas.

Nessa minha tarefa, de descrever figuras ímpares da Cidade de Itaporanga do tempo passado, não poderia deixar de registrar essas passagens, saudosas, porém montadas de felicidades.

Campina Grande, 22 de outubro de 2013.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Legislatura de 1969 à 1972

No dia 31 de janeiro de 1969, tomaram posse, os Vereadores, eleitos, nas eleições de 15 de novembro de 1968, para a legislatura de 1969/72: Emídio Alves de Carvalho, Manoel Pereira Caiana, Antônio de Caldas e Silva, José Ananias de Sousa, Lourival Rodrigues da Silva, José Porfírio dos Santos, João Inácio de Araújo Neves, José Inácio de Figueirêdo e Vanduir Soares de Araújo, tendo, como Presidente da Câmara, o vereador José Porfírio dos Santos. 

Prefeito: Dr. Adailton Teódulo da Silva e Vice-prefeito: José Araújo Freire 

Na reunião solene de posse, o Prefeito eleito foi saudado, pelo acadêmico Antônio Fonseca, hoje, um renomado profissional da medicina. 

Nessa Legislatura, o vereador Emídio Alves de Carvalho requereu a criação das Comissões Permanentes da Câmara, sendo criadas, pela Mesa Diretora, as seguintes Comissões: de Legislação e Redação, composta dos Vereadores: Vanduir Soares de Araújo, João lnácio de Araújo Neves e Emídio Alves de Carvalho; de Finanças, Orçamentos e Tomada de Contas, composta dos Vereadores: Lourival Rodrigues da Silva, José Ananias de Sousa e Emídio Alves de Carvalho; de Obras e Serviços Públicos, composta dos Vereadores: Manoel Pereira Caiana, Emídio Alves de Carvalho e Antônio de Caldas e Silva; de Educação e Saúde, composta dos Vereadores: José Ananias de Sousa, João Inácio de Araújo Neves e Vanduir Soares de Araújo. 

Na sessão do dia 03 de dezembro de 1969, o vereador Emídio Alves de Carvalho contestou a convocação do Suplente Lúcio Tolentino Leite, para substituir o vereador João Inácio de Araújo Neves, alegando que o citado Suplente era funcionário da prefeitura e não podia assumir o cargo. A Mesa da Câmara acatou os argumentos do 
vereador e tomou, sem efeito, a convocação do Suplente, voltando, assim, às suas funções, o vereador João Inácio. Todavia, na sessão do dia 07 de março de 1970, Emídio Alves requereu "licença" do cargo, por noventa dias e quem assumiu, no seu lugar, foi, justamente, o Suplente Lúcio Tolentino Leite. 

O Vereador José Ananias de Sousa, conhecido por Zezito de Ananias, na reunião do dia 24 de abril de 1969, apresentou e a Câmara aprovou o Projeto de Lei n°. 9/69, autorizando o poder executivo a conceder uma verba de NCR$ 300,00 (trezentos cruzeiros novos) ao Independente Clube (O Clube dos Morenos). 


Um fato curioso, que existiu, nessa época e anterior a ela, merece registro, porque Itaporanga, talvez, tenha sido a única cidade da região, quiçá, do Brasil, que tenha pregado e cultuado o "racismo". A sociedade itaporanguense dividia-se em "brancos" e "negros". Cada raça tinha o seu clube de diversões. Os "negros", que, carinhosamente, eram chamados de "morenos", não entravam nas festas dos "brancos". Também, os "brancos" não iam às festas dos "morenos". O lado bom dessa história era que havia uma convivência harmoniosa e um respeito mútuo entre as duas raças, raças, que, graças a Deus, hoje, estão unidas num só povo e numa só gente. 

Na sessão do dia 11 de junho de 1969, o vereador José Porfírio dos Santos entregou à Câmara uma “carta”, renunciando ao cargo. No seu lugar, assumiu o Suplente, Francisco Bidô da Silva. Para concluir o mandato, na Presidência da Câmara, no lugar de Zé Porfírio, os Vereadores escolheram Vanduir Soares de Araújo. No dia 31 de janeiro de 1970, (o vereador José Inácio de Figueiredo foi eleito para Presidente da Câmara Municipal). 

No início do seu mandato, o Prefeito, Dr. Adailton Teódulo, mandou, para a Câmara, um Projeto de Lei, delimitando o perímetro urbano e suburbano da cidade de Itaporanga. Faço questão de registrá-lo, aqui, para que os conterrâneos comparem Itaporanga/cidade de ontem com a Itaporanga/cidade de hoje. Perímetros: Urbano e Suburbano - delimitada por um poligonal, que, partindo do Marco 1, localizado, no mourão da propriedade do Sr. Campos, na casa de taipa de esquina, por trás do Grupo Escolar Semeão Leal, indo até o pedestal do Cruzeiro da Várzea, Marco 2, prosseguindo, em linha reta, direção leste/oeste, até a lateral esquerda do prédio da Maternidade, Marco 3, indo encontrar, em linha reta, o Marco 4, no alto da pedra grande da pedreira dos herdeiros de Marcelino Diniz, no prolongamento da Rua Crizanto Pereira, prosseguindo, em linha reta, atravessando a estrada de Itaporanga/Conceição, até atingir a parte posterior do Grupo Professor Manoel Diniz, no Marco 5, continuando os limites, cortando a caixa d’água - Colégio Padre Diniz, pela parte posterior, até o Marco 6, na propriedade de Chico Nitão, no fim da Rua Santo Antônio, seguindo por linha reta, até o Marco 7, na traseira da Casa do Sr. Luiz Guimarães, no Alto do Santo Antônio (hoje Alto das Neves). Deste ponto, prossegue, em linha reta, até o Marco 8, colocado, na parte posterior do Posto Fiscal do Estado, prosseguindo, em linha reta, indo encontrar a lateral esquerda do Ginásio Diocesano, Marco 9, prosseguindo, em linha reta, até o Marco 10, localizado, no Cemitério e, finalmente, deste ponto, em linha reta, atravessa o velho pontilhão, na estrada do rio, indo até o Marco 1. A área suburbana fica afastada 30 (trinta) metros da faixa limitada pelas paralelas da zona urbana. 

No período, compreendido entre abril de 1970 e outubro de 1975, final do mandato de Dr. Adailton Teódulo e começo do de Sinval Pinto Brandão, não foi possível localizar o Livro de atas, razão por que deixo de registrar os fatos e as ocorrências desse período, salientando, entretanto, que, nos últimos anos da gestão do Dr. Adailton Teódulo, o Suplente de vereador, Sr. José Ricarte da Silva assumiu a Câmara, não se sabendo, porém, o vereador que se afastou do cargo, temporariamente.


Com Demir Cabral

UEPB elege primeira reitora nos 38 anos de sua história


A professora Marlene Alves foi eleita, através de eleição livre, democrática e direta, na última quarta-feira, a nova reitora da Universidade Estadual da Paraíba. Ela será a primeira mulher a dirigir os destinos da UEPB nos 38 anos de existência da instituição. Como vice-reitor foi eleito o professor sa Aldo Maciel.

O pleito transcorreu normalmente nos campi de Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira e Catolé do Rocha, A apuração dos votos, que entrou pela madrugada, foi realizada na Faculdade de Direito. A posse será no mês de dezembro em data ainda a ser definida.

No geral, Marlene que encabeçou a chapa “Muda UEPB”, obteve 44,92 por cento dos votos. A segunda colocação ficou com o professor Flávio Romero Guimarães, da “Por uma Universidade Cidadã”, com 39,71%. Valderi Duarte Leite, da chapa “Compromisso com a UFPB” ficou na terceira colocação com 14,92 por cento. Votos brancos e nulos somaram 1,01%.

Votaram 675 docentes, 369 servidores, técnicos administrativos e 5.629 estudantes. A professora Marlene Alves conseguiu uma vitória expressiva, tendo em vista que venceu nos três segmentos da comunidade universitária, obtendo 30,39% dos votos dos professores, 8,05% dos funcionários e 5,93 dos estudantes. O pleito foi presidido pelo professor José Eustáquio de Sousa Lima.

Propostas
A reitora eleita Marlene Alves, propõe, entre outras ações, estímulo ao desenvolvimento da qualidade acadêmica e científica em todas as áreas do conhecimento, expandindo a capacidade da UEPB como instituição universitária de alto nível; ampliação diversificada das relações da Universidade, enquanto instituição aberta à sociedade, em suas dimensões regional, nacional e internacional.

Ela entende que a reitoria da universidade não deve ser um centro de onde emanam todas as iniciativas, sendo preciso respeitar instâncias como departamentos e centros, apoiando e estimulando suas iniciativas de planejamento de planejamento de políticas específicas.

Para a nova reitora, certas proposituras acadêmicas, como a criação de cursos e o desenvolvimento de programas e ações extensionistas, devem ser geradas na base, pelo exercício da autonomia destas instâncias apoiadas pela reitoria.

Jornal O Norte

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Marlene Alves é eleita reitora da UEPB

Fisioterapeuta é a primeira mulher a assumir a função na instituição, vencendo com 2,7 mil votos

Campina Grande: A professora Marlene Alves de Sousa, 47 anos, do Departamento de Fisioterapia, é a primeira mulher eleita reitora de Universidade na Paraíba. Ela foi escolhida anteontem pelos professores e funcionários a primeira reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), para um mandato de quatro anos, que terá início em 2005 e terminará em 2009.

Natural de ltaporanga, no VaIe do Piancó, casada com o professor João de Luna, mãe de três filhos, Marlene Alves disputou a Reitoria da UEPB com os professores Flávio Romero Guimarães, atual vice-reitor; e Valderi Duarte Leite, do Departamento de Química. Ela obteve 2 mil e 715 votos, sendo 2 mil e 224, de estudantes; 293 de professores e 198 de funcionários.

Marlene conseguiu uma maioria de 687 votos sobre o professor Flávio Romero, que obteve 2 mil e 28 sufrágios; e de 857 votos sobre o candidato Valderi Duarte Leite, que conseguiu 1 .858 votos da comunidade universitária da UEPB. A reitora eleita disputou o pleito de quarta-feira pela chapa Muda UEPB, tendo como companheiro de chapa o professor Aldo Maciel, do Departamento de Matemática. A posse de ambos deverá ocorrer entre os dias 13 e 14 de dezembro.

Graduada em Fisioterapia pela antiga Universidade Regional do Nordeste (IJRNe), hoje UEPB, a reitora eleita é professora do Departamento de Fisioterapia Aplicada, em 1984; foi diretora da Clínica-Escola de Fisioterapia, é doutoranda em Ciências da Atividade Física pela Universidade de Granada, na Espanha, foi membro do Conselho Universitário e do Conselho Curador da UEPB. Ela presidiu a Associação dos Docentes da UEPB por três mandatos, quando liderou movimentos que asseguraram: concurso público para docentes; melhor remuneração para docentes e pessoal técnico-administrativo; mais verbas de custeio para a UEPB; ampliação dos percentuais de gratificações de titulação para especialistas, mestres e doutores; e funcionou como principal articuladora, juntamente com a diretoria da ADUEPB, da luta em defesa da Autonomia Financeira da Universidade Estadual da Paraíba.

Jornal Correio da Paraíba - 22/04/2004    Reportagem: Francisco José

domingo, 28 de setembro de 2014

Os 63 anos da presença e da obra Missionária Carmelita em Itaporanga

Frei Casanova e Madre Carmelita, fundadores da Congregação
O colégio Padre Diniz é um dos mais importantes patrimônios históricos e culturais de Itaporanga. Uma das sementes plantadas aqui pela Congregação Missionária Carmelita, que chegou à cidade em 1946 e cuja origem é Princesa Isabel, onde foi criada em 25 de março do ano de 38 do século passado pelo frei espanhol José Maria Casanova Magret e a madre Carmelita de Jesus.

A obra cristã e educacional das irmãs missionárias carmelitas em Itaporanga é importantíssima. Nas últimas seis décadas, milhares de estudantes passaram pelo Padre Diniz, onde também se formaram as primeiras turmas de professoras do município, na década de 50. Anexadas à escola estão a capela e a Casa de Formação, que já encaminhou para a vida religiosa centenas de moças do Vale e de outras partes do país.

A Casa de Formação de Itaporanga é uma das 14 instituições preparatórias que a Congregação mantém no país, especialmente no Norte e Nordeste, e onde vivem atualmente três freiras (irmãs Célia, Luzia e Regina, que é a coordenadora) e duas aspirantes (Maria Nayane, de Coremas; e Marcela da Cruz Cardoso, do Pará), que dão os primeiros passos para alcançar os votos perpétuos, ao todo são nove anos de caminhada, ou seja, estudo, preparação e oração.

Outras jovens regionais têm buscado o mesmo caminho, e a porta de entrada para a vida
missionária são os encontros vocacionais, eventos que a Casa realiza para atrair meninas com tendência religiosa, e entre as futuras moradoras da residência Missionária Carmelita podem estar duas moças de Aguiar, duas de Coremas e uma de Itaporanga. “A razão de nossa vida é o encantamento que temos por Jesus e pelo o evangelho”, diz a irmã Maria Célia Romão Batista. A pedrabranquense é freira há vinte anos e explica que a Casa de Formação sobrevive graças ao apoio da Congregação e ao trabalho e aposentadoria das irmãs residentes.

Missionárias Carmelitas em Festa Esta semana as missionárias carmelitas estão em festa. De 13 a 16 de julho elas celebram Nossa Senhora do Carmo, padroeira da Congregação. Durante estes três dias ocorrem missas na capela a partir das 19h, concelebrada pelo pároco local e o frei Geraldo Bezerra, e na quinta-feira, além da celebração, também haverá quermesse. “As irmãs missionárias carmelitas de todo país estão celebrando Nossa Senhora do Carmo, nossa padroeira”, comenta irmã Célia.

Sinval Pinto


SINVAL PINTO BRANDÃO – Décimo Sexto Prefeito de Itaporanga – 1973 a 1977

Sinval Pinto assumiu a Prefeitura Municipal de Itaporanga no dia 31 de janeiro de 1973, ficando no cargo até o dia 31 de janeiro de 1977. No período contou com a colaboração efetiva de Sinval Mendonça Pinto como secretário geral, Antônio Pereira Leite na diretoria geral, Hilton Campos Leite na tesouraria e Maria Assimar Henriques respondendo pelo setor educacional. A época, a Câmara Municipal era integrada peIos vereadores: João João Barreiro Sobrinho, Francisco Bidô da Silva, Manoel Pereira Caiana, Joaquim Salviano da Silva, Francisco de Araújo Pedrosa, Antônio Nunes Guimarães e José Felismino.

Entre as obras executadas por Sinval Pinto consta a demolição do antigo mercado público e a construção de um novo centro de abastecimento na Avenida Getulio Vargas, que recebeu o nome de Belmiro Pinto Brandão, seu pai, local que também serviu de abrigo a um terminal rodoviário. Promoveu a ampliação do cemitério "Mãe de Misericórdia", além da construção das escolas de primeiro grau "Euclides da Cunha" e "Jacinta Chaves", este último no Alto das Neves. Escolas do mesmo nível também foram construídas nos sítios Paraná e Cochos.

Em parceria com o Governo do Estado implantou a rede de esgotamento sanitário, a estação elevatória inicial do esgotamento e a lagoa de estabilização e depuração dos dejetos da cidade. Recuperou as estradas vicinais do município, construindo diversos bueiros. Fez a construção de calçamento e meio fio nas ruas João Firmino Gomes (Rua da Várzea) e Marques do Herval. No setor educacional merecem destaque ainda a fundação da Biblioteca "Paulo Correia da Silva", a criação da Bandeira e do Escudo do município e a implantação da reforma do Ensino Fundamental.

Ainda na sua gestão, exatamente no ano de 1973, o Alto Comando do IV Exército, hoje Comando do Nordeste, instalou-se em Itaporanga, promovendo uma série de manobras. desfile de viaturas, operação de combate a guerrilha, recuperação de escolas, encontro com prefeitos do sertão e promoção de assistência médica e odontológica. As tropas ficara acampadas no sitio Altinho.


Sinval Pinto fez ainda doação de terreno para a construção da Companhia de Polícia Militar, arborizou as avenidas Getúlio Vargas, Pedro Américo hoje Deputado Soares Madruga, Horácio Gomes. Padre Lourenço e Rua Salomé Pedrosa. Além de adquirir uma nova repetidora de TV e implantar o pagamento do décimo-terceiro salário ao funcionalismo municipal. Sinval executou um amplo programa de assistência social e patrocinou a realização de muitas festas, contando sempre com colaboração da esposa Pulchéria Pinto Brandão (Quesa), de cuja união nasceram os seguintes filhos: Sinval Filho, Saulo. Samuel, Sávio e Sara. Filho de Belmiro Pinto Brandão e Antônia Pinto de Souza, Sinval nasceu no sitio Várzea da Cruz, hoje pertencente município de Boa Ventura, no dia 06 de janeiro de 1928.

Revista Itaporanga, janeiro de 2000
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Se porventura, existir algum fato não condizente com a verdade, desculpem-nos, pois, poucas são as fontes de consulta. Os familiares dos ex-prefeitos que quiserem colaborar conosco, com fotos ou documentos; favor entrar em contato com: itaporanga150@gmail.com

sábado, 27 de setembro de 2014

Um guerreiro da vida; um baluarte da música


Um dos mais legítimos representantes da música genuinamente nordestina, o taporanguense Alonso Feitosa Vital enche-se de prazer ao falar do ritmo que embalou incontáveis gerações por este Nordeste afora e consagrou nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinez, Flávio José e muitos outros artistas populares: o forro pé-deserra é a arte que Alonso compõe,produz e canta.

“Esses ritmos que essas bandas tocam por aí não são forró, apenas foram apelidados de forró, mas eu respeito todos os artistas e cada um faz o que gosta e o que quer. Eu, por exemplo, defendo o forró de raiz, por entender que essa é nossa mais legítima manifestação musical”, diz ele, ao questionar o chamado forró eletrônico, que há quase duas décadas surgiu na região.

Alonso é um guerreiro da vida e da arte musical que conheceu quando ainda era criança. Foi nas ruas de Brasília, para onde foi levado muito cedo pelos pais, que viu e se encantou com o menino Vicente, um garoto de sua idade e que, apesar da deficiência visual, tocava maestralmente a sanfona, e as apresentações na rua lhe rendiam o sustento da família.

Foi nessa época que Alonso começou: tocando triângulo na companhia do garoto Vicente. O engraxate e entregador de jornal apaixonou-se pela música e viu sua vocação desabrochar, talvez uma herança dos seus antepassados familiares. “Meu avô paterno era cantador de coco da cidade pernambucana de Águas Belas”, revela Alonso Feitosa, que é parente próximo do doutor em música Radegundis Feitosa.

Da infância em Brasília aos  dias atuais em Itaporanga, passaramse algumas décadas, mas a música nunca deixou de estar presente na vida de Alonso, apesar da falta de apoio e de oportunidade. Como artista, Alonso Feitosa não se sente valorizado em sua terra. “Só quem pode valorizar a cultura é quem tem cultura, mas, aqui, são poucas pessoas que têm essa capacidade”, desabafa o forrozeiro, ao comentar que “eu não tenho pretensão de ser importante, mas é importante ser valorizado: todo ser humano tem uma
missão, e o que eu quero é continuar levando minha mensagem às pessoas através das músicas que canto”.

Além de cantar, é compositor e poeta. Compôs mais de uma centena de músicas, parte das quais já gravadas por ele e por outros artistas. Alonso está com mais um CD na praça: o quinto de sua trajetória. Neste novo trabalho, músicas próprias e de outros artistas.

“Eu sinto que, aos poucos, as pessoas estão vendo nosso trabalho com bons olhos, nosso CD está tocando nas rádios de toda a região e também está bem aceito em outras regiões do Estado, como Princesa Isabel e Catolé do Rocha”, comenta, e, apesar do esforço e muitos anos de luta no campo musical, nunca conseguiu viver de sua arte: o sustento da família tira da atividade de negociante.

A falta de incentivo e de oportunidade não desestimulam o filho da terra. Alonso tem lutado por espaços e soma algumas conquistas: já se apresentou na TV, fez show no Espaço Cultural em João Pessoa e, o ano passado, foi personagem de um documentário da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) sobre o forró pé-de-serra.

Alonso Feitosa tem belas e criativas composições: Retirante, Amor de Criança, O Grande São Pedro e 500 Anos de Poder são algumas obras de sua lavra. O telefone de contato de Alonso é o 99776509.

Sociedade de Itaporanga comovida com crime passional


Itaporanga PB - Oito de junho de 1967. Motivado por um ciúme incontrolável, o fiscal de renda Luiz Augusto de Carvalho, então com 36 anos, mata a tiros a própria esposa, Mércia Felinto, que tinha 23, o motorista do casal, Chico de Jaime, e depois suicida-se em uma casa da praça da Prefeitura cercada por policiais e curiosos. Desde então, Itaporanga não registrava um crime passional tão comovente quanto o ocorrido no sábado, 6 de junho(2009) último.

A mais impressionante tragédia passional dos últimos 42 anos ocorreu em frente a maior unidade militar da região, mas o fato foi inevitável: quando os policiais militares, concentrados nos afazeres do aquartelamento, deram conta do que estava acontecendo e principiaram uma reação, dois corpos já agonizavam sobre o piso da Rua José Inácio de Araújo, onde residia o homicida-suicida. Uma paixão desfeita em sangue.

Nem a própria vítima, a estudante de fisioterapia Orkácia de Sousa Silva, que vivia a véspera dos seus 20 anos, poderia prever as reais intenções do homem com o qual convivia há, pelo menos, quatro anos: quem conhecia Valdivino Bronzeado dos Santos não imaginava que ele fosse capaz de ato tão extremo contra si e contra alguém que demonstrava amar, embora já não fosse mais sua namorada. Tratava-se de um rapaz calmo, instruído e trabalhador. Era distribuidor do sorvete Cremosinn em Itaporanga.

É provável que já planejasse o fim dos dois quando, na manhã do sábado, 6 de junho, um dia antes do aniversário dela(07/06 e a um mês do dele 06/07), encontrou a ex-namorada na saída do hospital, onde ela estagiava, e os dois seguiram de moto até à casa dele, mas não havia presente de aniversário à espera da jovem, e, em trinta segundos, tudo foi consumado: com um revólver embrulhado na sacola timbrada de uma famosa loja de cosmético da cidade, o rapaz saiu de casa e reaproximou-se da estudante, que o aguardava do lado de fora, sem que ela percebesse o que estava prestes a acontecer.

Depois de disparar quatro vezes contra Orkácia, Valdivino atirou contra sua própria cabeça diante dos olhos perplexos da mãe, que, da porta de casa, assistiu aos últimos instantes do filho. Para dona Anita, de 67 anos, tão terrível quanto aquele instante foram as três longas horas em que o corpo do seu filho ficou estirado na rua à espera do carro do IML (Instituto de Medicina Legal) de Patos, sem que ela pudesse, sequer, aproximar-se do filho. “O que deixou a família mais revoltada foi porque ele deveria ter sido socorrido, como socorreram a menina, pois ele não morreu imediatamente, e o correto seria tê-lo levado para o hospital como nos disse uma médica”, comenta Ana, irmã mais velha de Valdivino. “Meu filho era um homem de bem, nunca pegou nem num canivete, mas esse amor lhe deixou cego e ele teve um fim que não merecia”, desabafa chorosa a mãe.

Para alguns juristas ouvidos pela Folha, como foi um suicídio testemunhado, ou seja, não houve participação de terceiros no episódio e, portanto, como não haveria necessidade de se apurar o cenário do crime, o corpo poderia ter sido levado para o necrotério do hospital de onde seguiria para o IML, mas somente o delegado poderia autorizar a retirada do rapaz do local onde ocorreu o fato.


Duas famílias e muita dor
Sofrimento também para a família da jovem, que foi socorrida para o hospital de Itaporanga, onde a mãe e uma irmã são enfermeiras, e depois transferida para Patos, onde faleceu dois dias depois. Maria Aparecida de Sousa, a mãe, e Orkícia de Sousa Silva, a irmã, estavam de plantão quando Orkácia foi hospitalizada. Embora acostumada ao convívio da tragédia e à luta contra a morte, a mãe não suportou a terrível surpresa e teve que ser medicada. Um choque emocional violento: a menina, que havia saído há poucos minutos do hospital bem e feliz, agora retornava gravemente lesionada.

A jovem chegou ao hospital consciente, um sinal de esperança para a família de que ela pudesse sobreviver: foram 48 horas de luta pela vida, mas não houve jeito. Comoção sem precedentes para pai, mãe e irmãos que perderam um dos seus entes mais queridos: uma jovem cheia de vida e com um futuro profissional promissor.

Orkácia seguia os passos profissionais da mãe e da irmã: a área de saúde era sua vocação. A estudante cursava fisioterapia em Patos e estagiava no hospital de Itaporanga.

Diferentes
Valdivino era quinze anos mais velho do que Orkácia. Ele faria 35 no próximo dia seis de julho, mas a diferença entre eles não se restringiam somente à idade: ela era uma garota extrovertida e que gostava de sair; ele, um rapaz fechado e caseiro. Nem no gosto musical combinavam-se: ela gostava de pop rock e era fã do cantor Renato Russo, já falecido; enquanto Valdivino era voltado à cultura rural: a literatura de cordel, o repente e o forró de raiz eram suas preferências, e até arriscava alguns versos. Deixou vários textos escritos.

Os dois namoravam há, pelo menos, quatro anos. Nesse período, terminaram e reataram a relação várias vezes, mas o último rompimento era definitivo. Dias antes do fato, Orkácia confessou a amigos que há dois meses tinha terminado com Valdivino e que não haveria reconciliação. Mas o curioso é que, constantemente, eram vistos juntos. Talvez fosse uma tentativa dele de reconquistá-la. Os problemas amorosos acarretaram profundos abalos emocionais em Valdivino. Perdeu peso e aparentava sinais de depressão. Diante das preocupações da mãe, disse apenas que estava doente, mas os exames não detectaram nenhum problema de ordem física. Por orientação da mãe de Orkácia, ele procurou ajuda psicológica e estava em tratamento no Caps (Centro de Apoio Psíquico Social).

Mas o grande problema de Valdivino era que ele não se abria com a família nem desabafava aos amigos: tentava resolver sozinho seus conflitos íntimos. Suportou solitário uma carga sentimental excessivamente pesada e que o levou ao desespero extremo.

Deixa um filho
Ele residia com a mãe, que é viúva há dois anos e, pelo resto da vida, lembrará o triste seis de junho, mas haverá também lembranças boas do filho querido: Valdivino lhe deixou um neto. Natanael tem oito anos e nasceu de um relacionamento anterior do rapaz. Nas páginas de relacionamento(orkut) de Valdivino e Orkácia, mensagens de pesar e lamento dos amigos e recordações fotográficas do tempo em que viviam bem, inclusive imagens do aniversário dela em 2008, desejos de felicidade que não se concretizaram em 2009.

Inquérito
O Delegado de Polícia Civil do município de Itaporanga, Elcenho Leite, instalou inquérito para apurar as circunstâncias do fato, especialmente com relação à origem da arma, um revólver calibre 38, usado por Valdivino para matar a ex-namorada e depois tirar a própria vida.

* Matéria transcrita da Edição nº 152(Ano 08 - 03 à 23 de Junho de 2009) do Jornal Folha do Vale. O jornal de maior circulação na região do Vale do Piancó, no sertão do Estado da Paraíba.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Polo têxtil de Itaporanga, na Paraíba, cresce e fica mais competitivo; matéria saiu em nível nacional


Entre tramas e fios, a 450 quilômetros de João Pessoa, as possibilidades de desenvolvimento e geração de emprego e renda não param de crescer para pelo menos 35 empresas localizadas no Vale do Piancó, uma das regiões mais afetadas pela seca prolongada.

Boa parte delas concentra-se no município de Itaporanga, onde um terço da população está envolvida direta ou indiretamente com o setor têxtil e o cenário é de novas oportunidades de crescimento.


Panos de chão e de pratos, flanelas, aventais e coadores são os principais produtos que exigem mão de obra relativamente qualificada, equipamentos apropriados, principalmente teares e máquinas de costura, além de muito trabalho.

Uma das indústrias mais antigas, a Itatex, emprega 350 funcionários, investe em panos de prato e de chão e toalhas. “Boa parte das empresas que se instalaram aqui na região começaram como terceirizados da nossa empresa, mas foram crescendo e ganhando seu próprio espaço no mercado”, afirma Danielle Fernandes, gerente da empresa fundada há 17 anos e atual presidente da Associação das Empresas Têxteis do Vale do Piancó, que reúne dez indústrias associadas.


Entre os que foram terceirizados, estava o empresário Marconi Costa, proprietário da MC Flanelas. Começou na década de 90 como representante, depois montou uma pequena estrutura de produção em um espaço de 15 metros quadrados na própria casa e conseguia produzir cinco mil flanelas mês. “Comprava o rolo de tecido, costurava e embalava em máquinas caseiras, mas percebi que tinha espaço para crescer e precisava de gente qualificada para trabalhar”, lembra Marconi.

Com recursos próprios, o empresário foi ampliando a sua produção de flanelas, associada ao trabalho de representação que ainda mantinha com outras empresas. “Decidi investir no ramo de tecelagem e, em 2008, construí uma estrutura com de 1,7 mil metros quadrados de área. Foi quando vi que precisava de pessoal com mais conhecimento técnico de produção e não só de acabamento de produtos”, explica.


A MC Flanelas contratou mecânicos, técnicos em acabamento, em tingimento, importou máquinas e hoje o proprietário conhece todos os detalhes do processo produtivo. A área total da empresa ocupa um espaço de 3,7 mi metros quadrados, com 104 funcionários, sendo dez deles só no apoio administrativo da pequena indústria.

As indústrias, em geral, são empreendimentos com particularidades em seu funcionamento, que se não tiverem os processos produtivos bem organizados, sofrem com desperdício, demissões frequentes e perda de lucratividade. Diante do crescimento rápido, o proprietário da MC Flanelas não hesitou em procurar ajuda. “Tinha problemas com rotatividade de funcionários e organização da produção. Após um ano de consultoria com o apoio do Sebrae, mudei o conceito de que comprar mais equipamentos e contratar pessoal era o único sinal de crescimento”, avalia Marconi.


Competitividade
Segundo explica o engenheiro e consultor de empresas Germano Márcio Gomes, muitas medidas de baixa complexidade provocam melhorias significativas e 30% a mais em produtividade. “Muitas vezes, o empresário acha que inovar é adquirir maquinário novo, mas quando se trabalha com um monitoramento mais preciso da produção, organização do processo produtivo, das etapas mais simples às mais complexas e se engaja os funcionários nesse compromisso com o resultado da empresa, eleva-se o grau de competitividade do negócio e todos ganham”, esclarece o consultor.

No caso da MC Flanelas, com a otimização da produção foi possível extinguir o turno de trabalho aos sábados, algo impensável para as demais empresas do setor, além de estabelecer políticas de bonificação. “Esse é um exemplo muito positivo de que, pelo comprometimento do líder da empresa e de seus colaboradores e acompanhamento contínuo, é possível a pequena empresa competir mais”, avalia Ana Stefânia, analista da agência regional do Sebrae em Patos. 

Agência Sebrae de Notícias 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

HISTÓRIA DE VIDA DO SENHOR ADEMAR SOARES


Ademar Soares nasceu no Sítio Cantinho no município de Itaporanga, aos 05 dias do mês de março de 1928, sendo o 4° dos 08 filhos do Senhor Moisés lnácio de Araújo e Dona Maria Soares. Desde sua infância trabalhou na área da agricultura e ainda jovem chegou a trabalhar no alugado (como falava-se na época) prestando serviços também no plantio de fumo com o fazendeiro Belmiro Pinto. 

Casou-se com a senhora Ana Rodrigues Soares, construindo uma bela família onde teve 05 filhos, três homens: Leonardo, Ademarzinho e Lailton e duas mulheres: Lourdinha e Aninha. 

Como todo sertanejo acima de tudo é um forte, com Seu Ademar não seria diferente. Para sustentar essa família com dignidade, trabalhava na roça, ou seja, na agricultura durante a semana e aos sábados trabalhava de barbeiro, com o passar dos tempos foi observando que sendo barbeiro a sua renda melhorava cada vez mais, preferiu deixar o sitio e vir morar na rua, para dar uma condição de vida melhor aos seus filhos, a exemplo dos estudos, e assim o fez, vindo residir na Rua Marquês do Herval, hoje Manoel Medeiros Maia.

Dedicando mais ainda na profissão de barbeiro ao lado do seu irmão, Francisco, conhecido por Chico, trabalharam juntos por varias décadas na esquina do mercado público. Sempre dedicado ao trabalho conseguiu comprar algumas propriedades e imóveis na cidade, ficou conhecido por Ademar Barbeiro.

Fez parte da sociedade desta cidade, grande conselheiro, muito sério, porém, com um coração enorme e bondoso, umas das maiores reservas morais de Itaporanga, muitas pessoas o procuravam para seguir suas orientações e devido ser um homem bem visto pela população, era sempre procurado pelos políticos que por aqui passaram, sempre respeitado por qualquer lado político e em certo tempo se envolveu na política a pedido dos amigos, sendo eleito vereador por dois mandatos e Presidente da Casa Adauto Antonio de Araújo, junto com Carlos Alberto Ferreira e lvanó Araújo nos anos de 1983 a 1989.

Lembrando que no seu primeiro mandato, os vereadores não tinham subsídios seus pares na primeira legislatura foram: Valdomiro Araújo, José Zú Figueiredo, Djacir Sinfronio, José de Sousa, João lináceo de Araújo, Felinto Saturnino, Edval Figueiredo e Francisco Diassis Firmino, depois do segundo mandato ele se afastou da política, mas foi comandante de grupos políticos.

Foi também Presidente do Atlântida Esporte Clube e fundador do “Pocirão na época do Presidente Heleno Feitosa Costa. 

Seu Ademar, ajudou a aposentar muitos produtores e produtoras rurais em nosso município, sempre ofereceu o documentos aos mais necessitados como por exemplo os INCRAS de suas propriedades rurais, chegando até ser advertido pelo INSS e Padre Zé (in memoriam), porém, ele dizia que se fosse preso por ajudar a quem tem necessidades, correria esse risco, pois não iria preso sizinho; para tanto Padre Zé passou a lhe dar razão e acompanhar o seu raciocínio e nunca deixou de ajudar aos pequenos produtores como também nunca foi preso por fazer o bem. 

Ademar era tão ligado ao seu irmão Chico que quando o seu irmão morreu ele saiu daquele local e foi trabalhar em uma das suas casas na Avenida Getúlio Vargas, dividindo o espaço com seu filho Ademazinho até o seu último dia de trabalho. Ele perdeu sua esposa Dona Ana, a mãe dos seus filhos, no ano de 2006 e Deus observando aquele homem dedicado aos princípios da ética, da moral e dignidade religiosa, coloca em sua vida a Senhora Janete Araújo para ser sua esposa, amiga e anjo de guarda até o seu último suspiro de vida.

Povoado de Misericórdia

Misericórdia nasceu à beira do rio Piancó (foto ao lado), a partir da chegada de um desbravador português, Antonio Vilela de Carvalho, que adquiriu junto à casa da torre, na Bahia, em 28 de julho de 1765, as terras que mais tarde deram origem ao município.

A ocupação definitiva das terras aconteceu anos depois com a chegada de Joaquim Fonseca (conhecido por Joaquim Carnaúba), João Madeiro, Padre Lourenço e Alexandre Gomes da Silva, que iniciaram a ocupação do lugar, começando pela construção de uma capela que consagraram a Nossa Senhora do Rosário (foto abaixo) e que contava apenas da parte que hoje é a capela mór.


A capela pertencia à paróquia de Pombal - PB. Alguns anos depois, a Capela passou a pertencer à paróquia de Piancó - PB e em torno dela começaram a surgir as primeiras moradias.

Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora do Rosário
A vila era chamada Misericórdia, posto que a imagem de Nossa Senhora do Rosário que havia sido entronizada na Capela (foto ao lado) tinha vindo da Santa Casa de Misericórdia, em Lisboa, Portugal.

Criação da paróquia
A vila prosperou de tal modo que, no dia 02 de agosto de 1859, era lido na Assembléia Provincial da Parahyba do Norte o ofício do Bispo de Olinda, Dom João da Purificação Marques Perdigão, comunicando o seu assentimento em elevar a capela de Misericórdia ao termo de Matriz, o que deu ensejo ao presidente da província, Luiz Antonio da Silva Nunes, em sancionar, no dia 11 de julho de 1860, a lei nº 05, que criava a paróquia de Nossa Senhora da Conceição (foto abaixo) em Misericórdia. Àquela época, reinava como Sumo Pontífice o Santo Padre o Papa Pio IX.


Juntaram-se ao esforço da Igreja, tendo à frente o Padre Lourenço, pároco da Paróquia de Santo Antonio em Piancó, a dedicação do povo de Deus e as pessoas influentes da vila, a fim de conseguirem a criação da paróquia. Para se ter uma idéia, Cajazeiras, mesmo com a influência que tinha por ser a terra do Padre Rolim, ao ponto de ser vista como o centro da cultura paraibana naquela época, tornou-se paróquia apenas um ano antes de Itaporanga. Percebe-se, pois, que o Padre Lourenço tinha certa influência dada pelo povo naquela época, de modo a viabilizar tamanho acontecimento. Foi como que um reconhecimento do muito que ele fez.

Padroeira da paróquia
Como capela, tínhamos como padroeira Nossa Senhora do Rosário, que era a grande devoção naquela época à Santa Mãe de Deus. Em 1860, uma outra devoção a Nossa Senhora ganhava corpo: se espalhava por todo o mundo Católico o Dogma da Imaculada Conceição de Maria, proclamado em 1850 pelo Papa Pio IX.

Com a instalação da Paróquia, em 11 de julho de 1860, a devoção à Imaculada Conceição foi levada à Matriz, que passou a ser Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.

A imagem da padroeira (foto abaixo) é detalhada com folhas de ouro e esculpida de madeira maciça.

Nossa Senhora da Assunção
Não se sabe ao certo a data de sua chegada, mas encontra-se embaixo do pedestal da imagem um escrito que data o tempo de sua criação e o nome do seu escultor: o pernambucano Manoel da Silva Amorim, fez esta no ano de 1859, diz a inscrição (foto abaixo). 

Nossa Senhora da Assunção
Por causa das festividades do Centenário de Instalação da Paróquia, no ano de 1960, a imagem foi substituída por outra. Tal substituição se deu no mês de Maio de 1960. No entanto a nova imagem não era a de Nossa Senhora da Conceição, mas sim de Nossa Senhora da Assunção (foto ao lado), esculpida em madeira por um português da cidade do Rio de Janeiro e foi doada pelo industrial, Francisco Teotônio Neto.

No dia 10 de agosto de 1984, o frei José Maria Verçosa Bezerra (foto abaixo - 1a) esclareceu a comunidade sobre o equívoco de anos atrás e, com permissão do então Bispo de Cajazeiras, Dom Zacarias Rolim de Moura (foto abaixo - 1b) e a concordância da comunidade paroquial, a antiga imagem voltou a ser colocada no altar.

Frei José Maria / Monsenhor José Maria
Dom Zacarias Rolim de Moura
O povo viu a verdadeira imagem de sua padroeira no lugar devido e aclamaram com uma vibrante salva de palmas e vivas espontâneos que saíram dos lábios de todos. A hora exata da mudança foi às 15h30mim.

A imagem de Nossa Senhora da Assunção permanece hoje na Igreja Nossa Senhora do Rosário.


Padre Lourenço tratou de negociar a demarcação de uma área para construção de uma capela dedicada a Virgem do Rosário. O local é o mesmo onde hoje se encontra a igreja e foi escolhido por Madeiro, que era muito religioso e desejava segundo se conta, ver a capela todos os dias, logo cedinho, da janela da casa que construiu e onde morava no alto onde foi construído dezenas de anos depois o Colégio Diocesano “Dom João da Mata”...

Escolhido o local para a capela, de imediato foi erguida uma cruz de madeira, sentado em uma base de pedra, simbolizando o poder divino. A pequena igreja logo foi construída, um pouco atrás e a maneira que os meses passavam novas famílias chegavam ao pequeno povoado, agrupando-se nas ruas periféricas à Capela do Rosário, tornando-se o lugarejo, em poucos anos, em vila bastante desenvolvida.

CONSTRUÇÃO DA NOVA MATRIZ


Corria o ano de 1874, passados 34 anos depois de operados as obras de construção da 1ª Matriz, quando se pensou em erigir o segundo templo nesta Paróquia. A frente deste empreendimento estava o Frei Antônio Honorato, que com grande esforço tomou para si a responsabilidade de iniciar esta obra. 

No ano seguinte, apresentou-se para continuar os trabalhos o Frei Herculano e, em 1876, Frei Herculano deu tamanho impulso a construção que deixou esta a altura de 40 palmos. Devido à seca que assolou as paisagens deste sertão, em 1877, os trabalhos foram paralisados pela inclemência do tempo, o vigário foi obrigado a se retirar desta cidade havendo por isso um atraso lamentável no bom andamento destes serviços.

Só então em 1918, o Padre Joaquim Ludjero Pereira Diniz, vigário da Paróquia, fez com que prosseguissem os serviços de construção, Frei Martinho que, com exigência e força de vontade quis que os trabalhos se projetassem dentro de uma nova planta que havia trazido da Alemanha. Executando a obra mediante sua orientação, tendo como mestre de obra o Sr. Sebastião Ferreira da Silva, homem entendido na arte e que já havia trabalhado anteriormente no Recife, sendo seu auxiliar o Sr. Luiz Leite Guimarães. Ainda sem torre, mas já feita a limpeza externa, lateral e interna, a nova Matriz foi benta pelo Bispo Diocesano D. Moisés Sizenando Coelho em 15 de Novembro de 1923.

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