sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

"TERREMOTO" EM ITAPORANGA

CLÁUDIO CLAUDIANO SILVA, O “TERREMOTO”
(Reynollds Augusto Cabral)


Eu gosto das velhas estórias e experiência pontuais dos filhos de Itaporanga. Essa retratada por meu primo Deon é de grande valia para os nossos registros pessoais e o Beco do Estreito foi uma experiência que eu não conhecia. É por isso ser tão importante usarmos esse espaço para tais registros, em que as gerações futuras (e a presente) possam enriquecer-se com a riqueza do tempo que aprimora a vida, pois ninguém detém a força do progresso, que é lei de Deus e você ou a entende, se adequando às transformações ou será levado de roldão para o seu fim, que é evoluir, pois “nenhuma só das ovelhas do meu Pai se perderá”. Só essa frase dita por Jesus já dá para entender o objetivo da vida e descartarmos, por completo, essa idéia ultrapassada, macabra e sem sentido de um INFERNO geográfico, que só existe nas dogmáticas da ilusão.

O Edilmo tem toda razão quando se refere a Padre Zé, um visionário da educação que sonhou e soube produzir. Triste do ser humano que não tem sonhos, pois morreu ante do tempo. E não a morte física, que liberta o espírito imortal, e sim a morte moral que aniquila a alma. O sonho de um campus universitário em Itaporanga deve ser sonhado por todos, senão a coisa desanda e a pressão aos políticos profissionais fica capenga. Quem sabe em um futuro bem próximo, com a evolução tecnológica não possamos nos utilizar de uma DEMOCRACIA DIRETA, sem precisarmos mais desses profissionais, que fazem de conta que não sabem o que o povo quer e brincam de nos representar. É uma classe cara demais para um País sofrido. A maioria deles são marionetes e vão ao sabor dos interesses, mas o povo tem como pressionar para cobrar e impulsionar essa turma a seguir em frente, sem olhar para trás, pois nessa empreitada, como diz Silvino, todos nós somos soldados e nenhum graduado. Nessa estrada não tem oposição ou situação, o que deve haver é união.

Mas todas as tardes antes de ir ao banco, me dirijo à padaria mais próxima para comprar o pãozinho da tarde e nesse dia quem estava lá foi o CLÁUDIO CLAUDIANO DA SILVA, o conhecido TERREMOTO. Ele Possui uma deficiência congênita que evolui de tal forma que mal consegue andar.

- TIO Rey, compra prá mim um bilhete de sorteio que estou arrecadando para fazer um tratamento.

- Só se for agora.

Ele me chama de Tio Rey, devido ter sido meu aluno nas aulas de evangelização espírita do Centro Espírita Missionários da luz, que se fundiu com o Centro Espírita Jesus de Nazareth, a convite do grande FERNAO DIAS DE SÁ.

À época Claudio não tinha tal deficiência que foi surgindo na adolescência. É, sem sombras de dúvidas, um compromisso espiritual, pois Deus não quer que seus filhos “sofram” de graça. Quando passar essa fase dolorosa, retornará pleno e com compromisso cumprido.
- O senhor pode me deixar em casa, que Sousa Neto disse que não poderia me levar que está com o carro quebrado?

- Vamos..
- Dá para entrar sem ajuda?

- Sim.

E lá fomos nós ao bairro ALTO DAS NEVES, precisamente ao “Rabo da Gata”

Durante o percurso lembramos aquele tempo - como as lembranças de Deon - que estão no éter da vida, mas não se desgarram nunca da memória. Ele evangelizando e eu evangelizador, que cantava aquelas músicas belas à criançada em formação e que hoje quase todos estão casados e com filhos.

“Você fez uma boa ação?... SIM, SIM, SIM
Você é um menino Bom?... SIM, SIM, SI
Você tem educação? SIM, SIM, SIM
E Jesus no coração? SIM, SIM, SIM
Então tá muito bom!”...

As experiências emotivas se enraízam na vida de cada um de nós.

Falamos sobre Sousa Neto, que tem um coração de Pai e sempre está a ajudar o Terremoto para que possa viver menos sofridamente.
- Já tem namorada?
- Tenho uma paquera que mora no Conjunto Chagas Soares, mas ela não quer nada sério não.
- Vê, lá se não vai enganar a menina rapaz!
- Quando você era criança as pessoas não te chamavam de Terremoto. Por que esse apelido?
- É mais fácil do povo me encontrar aqui. Quando perguntam por Terremoto, todos sabem em que lugar moro, se perguntarem por Cláudio, ninguém saberia informar.
- Será que não foi porque você era o TERREMOTO das meninas.
Risos...

O Cláudio não deixa que a sua limitação o impeça de ser feliz. E deve servir de exemplo para toda a gente de Itaporanga que está passando por dificuldades e que precisa enfrentar as provações com o sorriso nos lábios, sabendo que cada um tem a vida que merece e que as experiências pessoais são resultado de nossas ações e pensamentos, nessa ou em outra encarnação, pois “a cada um segundo suas obras”.

Jesus nos serve de almofada para levarmos a cruz e a cruz é a passagem para a nossa libertação. Se você quiser ficar triste, depressivo, revoltado, essa não é uma boa escolha. Mas se quiser mudar de direção, encontrará a felicidade que não se encontra nas posses efêmeras da matéria e sim é uma conquista subjetiva.

“Quando mais se adentra a madrugada fria, mais próximo está a vinda de um novo alvorecer”.

PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA. 

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