Abdon Leite Guimarães
Os de sua geração e aqueles das gerações que se seguiram o conheciam apenas por major Abdon, patente que era atribuída àquelas pessoas de mais destaque na vida de cada comunidade, tanto no século 19 como no século passado. E Abdon Leite da Costa Guimarães foi urna personalidade marcante na vida de Misericórdia, primeiro pela sua reconhecida capacidade intelectual e o seu vasto conhecimento humanístico e, ainda, pelas posições que ocupou naquela que é hoje a mais importante cidade do Vale do Piancó.
Abdon Guimarães nasceu na vila de Misericórdia Velha no dia 24 de novembro de 1870. Era filho de Pedro da Costa Guimarães e de Inácia Leite, sendo o quarto de urna família de nove irmãos. Ainda jovem, com apenas oito anos de idade, transferiu-se na companhia dos pais de sua terra natal para a cidade de Triunfo, no Estado de Pernambuco, matriculando-se no Colégio Salesiano lá existente, onde adquiriu urna sólida base intelectual, inclusive noções de latim e francês, conhecimentos que lhe foram de grande valia na sua formação profissional.
O seu avó materno era português da cidade de Guimarães, e membro de uma família tradicional, possuidora de armas e brasão. Veio para o Brasil acompanhado de dois irmãos, fixando residência em Recife, capital de Pernambuco, onde se iniciou no comércio de gado. Como aquela atividade mercantil não estava lhe destinando os lucros esperados, resolveram os três, aconselhados por um amigo, viajar pelo sertão nordestino a procura de um pouso mais tranquilo e lucrativo. A escolha terminou recaindo sobre a Vila de Misericórdia, que se fazia próspera e importante em toda a região.
Já com residência fixa no Vale do Piancó, o avô do major Abdon casou-se com urna integrante da família Leite, urna das mais prestigiosas do sertão paraibano. Um dos seus filhos, de nome Pedro, tornou-se professor e, por concurso, conquistou o direito de fundar urna escola em Misericórdia, que se tornou o primeiro estabelecimento de ensino da cidade, sendo responsável pela formação cultural da maioria dos jovens de sua época.
Mirando-se no exemplo do pai, Abdon Guimarães notabilizou-se pela sua reconhecida bagagem cultural e integridade moral, qualidades que o levaram a se tornar o primeiro Tabelião Público de Itaporanga, o que o transformou num consultor de advogados, juizes e promotores que por dezenas de anos habitaram a Comarca de Misericórdia e distribuíram justiça por todo o Vale do Piancó.
Abdon Leite da Costa Guimarães casou-se aos 24 anos de idade, com Maria Amélia de Souza, com quem teve nove filhos. Ficou viúvo ainda jovem e terminou casando-se em segundas núpcias com Capitulina Celina de Souza. O casal teve três filhos. Quando faleceu no dia 06 de abril de 1956, o major Abdon havia se tornado uma das figuras mais queridas e admiradas de Itaporanga, não só por sua elegância e o seu cabedal de conhecimentos, mas pelo exemplo de dignidade que pode legar as gerações de itaporanguenses que se seguiram.
Com 67 votos, 4,47% dos votos válidos, Abdon Leite ficou em quinto lugar na eleição "O Itaporanguense do Século".
Revista o Itaporanguense do Século,
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Se porventura, existir algum fato não condizente com a verdade, desculpem-nos, pois, poucas são as fontes de consulta. Os familiares dos ex-prefeitos que quiserem colaborar conosco, com fotos ou documentos; favor entrar em contato com: itaporanga150@gmail.com
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