É engraçado! A maioria dos historiadores questiona porque Itaporanga se chama Itaporanga, poucos se preocupam com o nome original: Misericórdia. Porque Iaporanga se chamava Misericórdia.
Segundo Padre Zé, que detinha boa parte da história oral de nossa terra, Misericórdia tinha este nome, em homenagem a imagem da santa, que veio direto de Portugal, da freguesia de Misericórdia para a primeira capela construída no povoado por Madeiro, quando atravessaram o rio. A Igreja do Rosário e a santa, estatua que ainda hoje existe; e a Imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Nem o próprio Pitanga, responsável pela mudança de nome da cidade, não sabia, e é o que acontece ainda hoje com os políticos, querem homenagear alguém, e trocam o nome de um logradouro público ou de um município, sem se preocupar com a história do porquê do nome anterior.
Reza o anedotário popular que Pitanga, foi tão ferrenho em sua decisão, que já existia um povoado, no cariri paraibano, com o nome de Itaporanga, sendo que este arruado, por questões políticas, teve que mudar a sua denominação para Alcantil. Mas o nome Itaporanga demora a cair no gosto popular, é tanto que o nome foi imposto por duas vezes e alguns poucos ainda teimas em usar o antigo nome: Misereicórdia.
Pitanga então resolveu impor, pela força, que todos chamassem Itaporanga, em vez de Misericórdia; coontam até, que um dia um feirante forasteiro chamou o nome proibido pelo prefeito; Misericórdia. O incauto comerciante foi preso. E ao ser solto, vários dias depois, católico praticante que era, foi à igreja, no intuito de se confessar. Foi então que o pároco local, após a confissão, atribuiu como penitência a reza de três Pai Nosso, cinco Ave Maria e uma Salve Rainha, foi quando nosso vendedor, por medo de ser preso novamente, começou a rezar a Salve Rainha... - SALVE RAINHA, MÃE DE ITAPORANGA, VIDA DOÇURA...
O interessante era na minha fase de criança o nome por que era chamado, as ruas da antiga Misericórdia, a começar pela rua principal que hoje se chama Avenida Getúlio Vargas, anteriormente era conhecida como a Rua Grande; esta artéria já teve o nome de Rua do Limoeiro e sua continuação, onde quase não existiam residências ainda era chamada Rua da Ladeira.
Tínhamos a avenida paralela, que ainda hoje leva o nome de Av. Horacio Gomes, que era conhecida como a Rua da Sanbra, dado ao grande prédio da Sociedade Algodoeiro Nordestina Brasileira, por isto a quebra da rega, ante de P e B, só se escreve M. Era a fase áurea do nosso ouro branco, nesse tempo, ainda não tinha sido introduzido, em nossa agricultura, o bicudo e diariamente a Sambra e alguns comerciante mandavam para Campina Grande, vários caminhões carregados de valiosa pluma.
Horacio Gomes não teve muita sorte, quando da morte de seu filho, que era o tão querido, monsenhor Gomes, a nossa Câmara Municipal, á época, quis e quase trocou o nome da rua que o homenageava, só não o fez por causa de um vereador foi contra e falou que não deveria tirar o nome do Pai, para colocar o do Filho.
Outra vez, agora mais recentemente, o vereador e comerciante, que iniciou em nossa terra a compra de mandato, quiseram homenagear o também comerciante Crizanto Ventura, tirando o nome de Horacio, dizia ele que nada mais justo, pois Crizanto Ventura passou boa parte da sua vida, com um armazém de compra de algodão ali. “E quem diabo era esse tal de Horácio Gomes”.
Foi então que eu retruquei: Horacio foi o diabo que teve a ‘dita’ da mulher parir o primeiro interventor da Paraíba filho de Misericórdia, o Dr José Gomes da Silva que também foi prefeito desta cidade e hoje empresta o nome ao Hospital Distrital. Sei apenas que o nome da rua não foi mudado. De outra feita o mesmo vereador quis mudar o nome de outra artéria importante de Itaporanga, a Rua 13 de Maio; no entanto seu intento foi barrado porque os moradores fizeram um abaixo assinado.
Por trás da prefeitura, como conhecemos atualmente, que foi reformada pelo governo Kátia I e II, e permanece ainda como era antes, pois Antonia Porcino fez da casa que abriga o poder público municipal, uma verdadeira “Pensão Familiar” das antigas. Existia, onde hoje é denominado a Mãe Burrego, o famoso Mata Burro, no caminho para o rio Piancó.
Para a turma jovem, que não conhece o que é Mata-burros: são dispositivos que impedem a fuga do gado e outros animais de grande porte. em propriedades rurais, mesmo quando a porteira está aberta. Mata-burros são estrados que funcionam como pontes, normalmente de madeira, concreto ou aço. Estes estrados são instalados em cima de valas, que permite que este mecanismo desencoraje os animais a atravessar a porteira e fugir da propriedade. Os mais modernos mata-burros são construídos de aço, pois são mais resistentes dispensam a necessidade de substituições e manutenções constantes, diferente dos antigos mata-burros de madeira e concreto.
Outra aberração patrocinada pelo governo passado, foi o Nepotismo até em prédios públicos, senão vejamos dois exemplos; o Paço Municipal recebeu o nome de José Moacir Pinto (pai da 1ª dama, Kátia Lucia Fonseca Pinto Brasileiro) e um posto do PSF (Programa de Saúde da Família), que desde sua criação foi denominado Mãe Burrgo, conseguiram mudar para PSF Maria Mangueira, sogra de atual vereadora Izabelle Brasilino, filha do então Secretario de Saúde, Gaudêncio Mendes de Souza,; com anuência de nossos valorosos vereadores. Outro posto, que foi rebatizado de PSF
Um outro fato inusitado é que a primeira escola estadual construída em Misericórdia, erguide por Sehastião Gomes da Silva; o grupo Escolar Dom Vital, a pedido de um governador, mudaram seu nome para E.E.E.F. Simeão Leal; pasmem vocês este literato paraibano, nem sequer conhecia a cidade e viveu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Pois bem, tiraram o nome de um paraibano nascido em Pedra de Fogo (http://www.domvitaldeoliveira.org/biografia/) para colocar o nome de outro paraibano nascido em Areia (www.josesimeaoleal.com.br/), ou seja, trocaram seis, por meia dúzia.
Continua...
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