terça-feira, 19 de agosto de 2014

MÃE BURREGO

A PERSONALIDADE DO SÉCULO DE ITAPORANGA - MÃE BURREGO!


Quando a memória se faz presente e traz aos dias atuais o passado, o sonho se confunde com a realidade e infiltra na existência uma grande parte de reconhecimento, afeto, amor, carinho. 

A mãe de Itaporanga renasceu. 

Itaporanga a abraçou, a afagou, a acalentou, fê-Ia um carinho, qual a uma filha que a muito estivesse sedenta do amor materno. 

Mãe Burrego retornou. E perdida, e deslocada em meio a uma elite da qual jamais, em vida, fizera parte, venceu o poder com humildade, sobrepujou o dinheiro com o amor, a arma dos que trazem em si, a luz que ilumina a humanidade. 

Não haverá festas, não haverá comemorações, não haverá pronunciamento de poderosos. 

Qual em vida, Mãe Burrego, será somente a mãe de todos. Título maior não há, maior legado não se pôde doar a quem fez do amor, um evangelho e da vida, uma bandeira de solidariedade. 

Foi escolhida dentre os filhos ilustres de Itaporanga, aquela que se cobrira com o manto da humildade. Qual diferente seria, e esta é a única tristeza que fica, se todos fossem vivos, se não fossem somente memória, se não fossem somente lembrança. 

Se assim fora, se em vida dos candidatos, novamente o povo, que transformou as eleições numa espécie de feira vil das consciências humanas, escolheria o que lhe pudesse pagar, escolheria aquele que pudesse comprar, com o dinheiro que lhe pertence, o que desejasse. 

E, por certo, se vivos fossem eles, Mãe Burrego, a mais humilde de todos, seria vencida pela conveniência dos eleitores, seria derrotada peia necessidade de uma gente que para alimentar o corpo, costuma repudiar a própria alma. 

Não houve, nesta eleição o "Quem dá mais?", "Quanto vale o meu voto?", Não havia altos salários em jogo, não havia uma busca pelo poder, não havia, por parte dos candidatos, o desejo de satisfazer a auto-estima. 

E quando não induzida, e quando não pressionada, a maioria sempre escolhe o melhor, sempre escolhe pelos ditames da própria consciência. 

Se vivos todos fossem, com certeza, Mãe Burrego, a mais humilde, seria a menos votada. Se vivos todos, Mãe Burrego, a melhor, não seria sequer lembrada. 
Foste, Mãe Burrego, vitoriosa quando viveste. És, Mãe Burrego, reconhecida após tua morte. 

Não buscaste jamais durante tua existência a fortuna, que corrompe, não buscaste jamais, em vida, o teu bem-estar, igual às santas, buscaste sempre o bem do teu semelhante. 

És santa minha mãe. 

Sou filha tua, e, em qualquer posição que esteja meu corpo de rainha, meu espírito estará sempre de joelhos, adorando-te. 

Sei que não me deixaste, estás, ao lado do Criador, abençoando-me a cada momento de minha vida. 

Eis, minha mãe, a mensagem de tua filha querida, a que mais te ama. Eis, minha mãe, a mensagem de tua filha Misericórdia, a quem um dia deram em um novo batismo, o nome de Itaporanga. 

Até o momento, só alguns fãs incondicionais da parteira preta e pobre, fizeram, falaram, ou escreveram, alguma coisa sobre ela, a exemplo desta belíssima crônica, deixada anonimamente, nos estúdios do programa Rádio Vivo. Onze anos já passaram e nem André Villarim, Valterivan Freire ou sequer Sousa Neto, lembraram-se do prometido busto da parteira.

Mas nós através do FaceBook do Portal do Vale, iremos fazer uma campanha com os "filhos de Mãe Burrego" e no dia 09 de janeiro de 2015, no sesquicentenário da Rainha do Vale, iremos inaugurar o busto de nossa ITAPORANGUENSE DO SÉCULO, NOSSA MÃE! — com Mãe Burrego.

1 comentários:

Sou Sônia Maria Fernandes Madalena do jardim Revista Suzano SP,bisneta de mãe burrego,filha de Severina,mais conhecida como Fernanda muriçoca,que partiu também em 17/08/2017 que Deus as abençoe e depois de tanto tempo sei que a minha mãe encontrou a vó dela e quem lhe criou

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