terça-feira, 5 de agosto de 2014

Soares Madruga

José Soares Madruga - Deputado Estadual 



Com o retraimento político de Balduíno de Carvalho e a sua consequente retirada da vida pública, surge em Itaporanga urna renovada e corajosa liderança, na pessoa do jornalista José Soares Madrugam, um arrojado analista político que já havia participado de inúmeros embates eleitorais, tanto em sua terra natal, como a nível estadual, sem, no entanto, ter disputado qualquer cargo eletivo. Ele chegou revolucionando a vida do município e ao longo dos 15 anos em que esteve na Assembléia Legislativa levou para Itaporanga e para o Vale do Piancó tantos e inúmeros benefícios, representados pela construção de obras e instalação de órgãos regionais que mudaram completamente as relações de forças entre Itaporanga e outras cidades da região.

Soares Madruga nasceu na fazenda Cardoso, no dia 25 de dezembro de 1930, filho de Francisco das Chagas Soares e Ana Loureiro Soares, ele um agricultor e comerciante que gostava de fazer política, tanto que foi presidente do diretório municipal do PTB de Itaporanga por vários anos, e por cuja legenda foi eleito vice-prefeito da cidade na chapa de Francisco Clementino de Carvalho (Dr Paizinho). Madruga herdou do pai o gosto pela vida pública, tanto que participou ativamente da política estudantil na capital paraibana e, ainda muito moço, foi secretário geral da Prefeitura de Itaporanga, na gestão de Sebastião Rodrigues de Oliveira.

Em João Pessoa, no final da década de 60, embrenhou-se pelo jornalismo político, primeiro corno redator do jornal "Tribuna do Pov”' e depois em "A Noticia", publicação ligada ao PSD e que era dirigido por Juarez da Gama Batista. Pela excelência dos seus textos e a clareza dos seus comentários foi convidado e aceitou assinar a coluna "Diário da Política" do "Correio da Paraíba", o jornal de Teotônio Neto que começava a dominar os meios de comunicação do Estado, pelo que, anos mais tarde, Madruga tornou-se um dos principais responsáveis.

De analista, Madruga passou a secretário e pouco tempo depois já era diretor do jornal, substituindo no cargo o deputado José Teotônio. No Correio, reuniu o que havia de melhor no jornalismo paraibano e fez do jornal um matutino vibrante e respeitado em toda a comunidade paraibana. Em1968 implantou a Rádio "Correio da Paraíba", que funcionou sob o seu comando, no Ponto de Cem Réis, de onde saiu para a Rua Barão do Triunfo, onde o jornal funcionava.

Com o apoio de Teotônio Neto, que era Deputado Federal, Madruga deixa o jornal e ingressa na política propriamente dita, conquistando o seu primeiro mandato de Deputado Estadual em 1974, pela Aliança Renovadora Nacional - Arena, de que foi secretário-geral pelo período de 6 anos, cargo que assumiu também no Partido Democrático Social, desde sua fundação. No seu primeiro mandato foi ainda vice-líder do Governo, e presidente das Comissões de Finanças e Tomadas de Contas, e da Seca, Defesa Civil e Meio Ambiente. Reeleito em 1978, nos quatro anos seguintes assume a liderança da Arena e do PDS nas administrações de Tarcísio Burity e Clóvis Bezerra.

Em 1983, Soares Madruga é novamente reconduzido à Assembléia Legislativa, desta feita para ser eleito seu Presidente no biênio 83/84, o que lhe permitiu, na administração Wilson Braga, assumir o Governo do Estado, embora pelo curto período de 8 dias, entre 24 e 31 de outubro de 1983. Quando deixou a presidência da Casa de Epitácio Pessoa, Madruga foi convocado por Wilson Braga, que vivia um período administrativo muito delicado, para assumir a Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado, cargo que desempenhou com muita eficiência, até porque estava atuando numa área que dominava perfeitamente.

Falando sobre a sua chegada ao Governo do Estado, Madruga disse que "senti-me compensado por assumir, mesmo que eventualmente, a Chefia do Executivo do meu Estado, devidamente consciente de minha responsabilidade. Para mim a vida pública compensa, sobretudo se o homem tem espírito público, se ele tem realmente vocação e encara a vida pública como urna maneira de participar, de se integrar à vida das comunidades que representa. Então ai está a grande compensação pela vivência de todos os problemas do drama social de que ele participa e também da parte das soluções das questões que constituem os graves problemas da sociedade. Todo homem público que realmente faz carreira e exerce a vida pública por vocação, ele não elimina de suas cogitações o Governo do Estado, embora saiba que é quase um acidente na vida de um homem o exercício da Governança, porque é a disputa de um cargo que só pode ser exercido por uma pessoa, durante um período de quatro anos. Mas, todo homem público que é realmente homem público, e que exerce uma carreira política, tem que aspirar a isso, do contrário é apenas o ocupante eventual de um mandato eletivo".

Soares Madruga foi eleito para um quarto mandato, mas a morte o ceifou no melhor período de sua vida pública, quando ele já era apontado e reconhecido como urna das principais lideranças do Estado, com influência em todos os municípios do Vale do Piancó e em outras regiões da Paraíba, apresentando-se com as melhores chances de conquistar novos e maiores horizontes na vida pública paraibana. 

Casado com Teogeni Soares Madruga, ele deixou os seguintes filhos: Ana Claudia, Madruga Filho, José Mário e Paulo Márcio. Ele faleceu no dia 14 de dezembro de 1989, no Hospital João XXIII, em Recife, e o seu corpo está sepultado no Cemitério "Mãe de Misericórdia", em Itaporanga.
        
Muito bem votado, Madruga consegui o segundo lugar na eleição “O Itaporanguense do Século”, obtendo 346 votos, ou seja, aproximadamente 21,6 % dos votos válidos. 

                           Fonte: Revista "O Itaporanguense do Século", junho de 2001
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Se porventura, existir algum fato não condizente com a verdade, desculpem-nos, pois, poucas são as fontes de consulta. Os familiares dos ex-prefeitos que quiserem colaborar conosco, com fotos ou documentos; favor entrar em contato com: itaporanga150@gmail.com

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