quarta-feira, 4 de março de 2015

O desfecho na delegacia do caso do estudante atropelado; e o problema da falta de escola na comunidade

Criança perdeu a vida quando esperava o transporte escolar para mais um dia de aula. Autor do atropelamento foi afiançado

Por Redação da Folha – Se a reivindicação antiga dos moradores da Agrovila Jesus Cristo e da comunidade Pau Brasil pela abertura de uma escola na área já tivesse sido atendida, fatos como a morte do estudante Diogo Rafael da Silva, de 6 anos, poderiam ter sido evitados. As duas comunidades itaporanguenses, que são vizinhas, concentram um grande número de crianças, mas esses meninos e meninas, embora de pouca idade, precisam se deslocar para a cidade ou para um polo escolar em um sítio também distante, enfrentando muitos quilômetros e os riscos da estrada.

O menino foi atropelado por um carro-pipa na manhã dessa terça-feira, 3, quando esperava o transporte escolar junto com outros estudantes às margens da BR-361, na saída do sítio Pau Brasil, onde residia com os pais. “Há muito tempo a gente pede a reabertura do grupo da Agrovila, que só precisa de uma reforma para funcionar, e isso foi prometido na campanha eleitoral de 2012 e também pela atual gestão, e até hoje a gente espera e nada acontece”, comentou o presidente comunitário da Agrovila, Aílton Pedro, durante participação no programa Depoimentos, na Rádio Boa Nova.

Os pais do garoto, que estudava em uma escola municipal na cidade, a cerca de seis quilômetros de casa, estão transtornados e o fato teve repercussão em todo o estado. A dedicação ao estudo e a vontade do garoto de ir para a aula motivavam Diogo a acordar bem cedo e ir para a estrada esperar o transporte, mas a cadeirinha que ele ocupava em uma sala da Jacinta Chaves ficou definitivamente vazia.

O motorista do carro-pipa, Émerson Alencar, reside em Conceição, e trabalha na Operação Pipa do Exército abastecendo comunidades rurais de Itaporanga. Ele foi preso por policiais militares e encaminhado à delegacia, onde foi autuado pelo delegado José Pereira por homicídio culposo (sem intenção), mas pagou fiança de dois salários mínimos e vai responder ao processo em liberdade. “Ele disse que não viu quando a traseira do carro bateu no menino e, por isso, não teria parado o caminhão para socorrer a vítima”, comentou o delegado.

Folha do Vale em 04-03-2015

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