domingo, 22 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO X - Biu de Dedé


... E para Terminar

Severino Soares de Araújo atinge uma grande longevidade e chega lá com a consciência bem tranquila de que fez tudo aquilo que Deus determinou. 
Não se arrepende de nada e repetiria tudo ao pé da letra porque sempre procurou fazer o bem, fazer o certo, ser fiel aos princípios morais da sociedade e os princípios religiosos que a sua crença ditou. 
Contudo, mesmo que não estivesse convencido do que fala, os frutos estão aí presentes, demonstrando toda a veracidade da lisura de sua vida e de como trilhou os caminhos traçados pela Natureza. 
Que recompensa uma pessoa deseja mais do que aquela que demonstra a gratidão de todos em relação a si! 
Se ele tivesse o dom da invisibilidade, iria ficar mais feliz por ouvir o seu nome ser decantado como referencial de todas as qualidades boas que a vida tem. 
As pessoas costumam nos elogiar para os parentes e não para nós mesmos e, muitas vezes, estas honrarias não chegam aos nossos ouvidos e que poderiam servir de mais estímulos para a prática das virtudes e para dar um pequeno esfregão em nosso ego. 
Um pouco de vaidade é necessário. 
O que não faz bem é aquela vaidade exagerada feita, apenas, para tirar dos outros o elogio forçado. É a vaidade de dar com uma mão, mas, demonstrando para a outra mão aquilo que sendo feito. 
É a vaidade dos tolos que se contentam com algo pequeno e é tão decantada no Livro de Eclesiastes capo I vers. 2 que diz: Vaidade das vaidades; tudo é vaidade! 
Quando o bem é praticado enobrece a alma com o sentimento do dever cumprido. Se a meta atingida traz a felicidade para as pessoas, maior será a alegria de quem a executou. 
A gratidão também não deve ser manifestada através de palavras trombeteadas ao mundo, mas, de ações que demonstrem o carinho do reconhecimento. 
O nosso Biu é, hoje, o decano da família. 
Aquele que a representa e que responde por ela aonde chegar. 
Se algum de seus membros faz algo indevido, dentro da sociedade, está fazendo contra toda a família e contra o seu representante maior. 
Os membros desta família do Cantinho sabem disto e, por tal conhecimento, é que procuram servir de exemplo a todos, copiando a ação de seu grande representante, mostrando que a união é benfazeja e que ser grande, dentro da humildade, faz um bem imensurável. 
É gostoso para o escritor passar para as gerações vindouras um testemunho verdadeiro, sem as manobras da artificialidade e da ficção. 
É bom dizer que o personagem realmente existiu e existe, que é palpável a sua pessoa e a sua obra e que foi um enorme prazer conviver com ele, numa cidade tão pequena que aproxima as pessoas e as torna parentes entre si. 
Este livro imortaliza Severino Soares de Araújo e toda a sua obra, mas, imortaliza, também, toda a família que tem em seu seio pessoas tão fantásticas em um mundo tão conturbado. 
E a realidade, paradoxalmente, de tão verdadeira vira uma lenda. 
A lenda de uma pessoa. 
A lenda de uma sanfona. 
A lenda de um homem. 
A lenda de Biu de Dedé - uma sanfona, uma lenda. 

Do livro Biu de Dedé

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