A mais recente morte infantil motivada pela doença ocorreu no último dia 24. Falta de um hospital infantil dificulta o diagnóstico
Por Sousa Neto/Folha do Vale - Do final de 2010 para cá, dezenas de crianças morreram na região vítimas das mais diversas enfermidades, e grande parte dessas mortes ocorreu em Itaporanga.
Mas, metade dos óbitos infantis verificada no município este ano foi motivada por uma única doença: a leucemia, um câncer sanguíneo extremamente agressivo, com origem na medula óssea, e que anualmente vem matando crianças em Itaporanga e todo o Vale. A falta de um hospital infantil na região dificulta o diagnóstico e atrasa o tratamento.
O mais recente e triste caso é do garotinho Jefferson Kaio Pereira de Sousa (foto), de três anos e meio, que faleceu no domingo, 24, no hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, mas todo o tratamento da criança foi desenvolvido no Napoleão Laureano, conforme sua mãe, Welta Magnólia de Sousa, em contato com a Folha (www.folhadovali.com.br). Foi um mês e meio de luta, mas não houve jeito: comoção e grande pesar para toda a família, que ainda está muito abalada.
A doença atingiu, inicialmente, a parte motora da criança, que começou a sofrer quedas involuntárias e queixar-se de dores, mas nenhuma lesão óssea era detectada no raio-x. Medicado aqui e em Patos e sem apresentar melhora, Jefferson foi levado para João Pessoa, onde o problema foi finalmente diagnosticado depois de meses do aparecimento dos primeiros sintomas.
Inteligente e quieto, o menino ensaiava os primeiros passos na vida: já estava frequentando uma escolinha maternal e gostava de brincar de bola, diversões que deixou logo nas primeiras manifestações da doença.
A família da criança continua muito comovida e, ao mesmo tempo, grata pelas várias manifestações de apoio que recebeu dos amigos, conhecidos e de inúmeras pessoas que se comoveram com o caso: muita gente, inclusive, doou sangue à criança, em uma demonstração profunda e sincera de solidariedade humana.
No dia 29 de junho passado, uma tia do menino, conhecida como Selminha, postou mensagem no Mural da Folha pedindo a doação de sangue para a criança: a batalha para encontrar doadores foi apenas uma das muitas lutas para salvar a vida de Jefferson, mas a derrota protagonizada pela morte não tirou da consciência da família a certeza de que “tudo o que se podia fazer foi feito, mas a lembrança e memória dele jamais morrerão em nossas vidas”, desabafa a tia do belo e querido Jefferson, que foi sepultado na segunda-feira, 25, no cemitério de Itaporanga.
Publicado pelo Folha do Vale em 28-07-2011
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