quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O ANALFABETO POLÍTICO


O pior analfabeto é o analfabeto político. 
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. 
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feiJão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. 

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. 

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. 
Bertolt Brecht 

O POLÍTICO ANALFABETO


A Constituição Brasileira promulgada em 1988 é bem explícita no CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS. 

No Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 

§ 1°. O alistamento eleitoral e o voto são: 

I. obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II. facultativos para: a) os analfabetos; 

§ 4°. São inelegíveis os inavistáveis e os analfabetos. 

Trocando em miúdos, a nossa Carta Magna diz que: o analfabeto pode até votar, mas não poderá ser votado. Há 16 anos que a lei está em vigor e só agora, em Itaporanga ela passará a ser cumprida. Segundo o Juiz Eleitoral, o Dr. Leonardo de Paiva, será exigido para todos os candidatos, a qualquer cargo, na eleição do dia 03 de outubro vindouro, a comprovação de escolaridade. 

Já não era sem tempo. Em pleno século 21, onde o desenvolvimento tecnológico e cultural tem um crescimento geométrico, tenhamos como representantes, tanto no Executivo, quanto no legislativo, pessoas que mal soletram algumas palavras e/ou tentam desenhar uma assinatura. Não estou aqui a menosprezar, parte de nossos conterrâneos, que por motivos alheios a sua vontade, não conseguiram frequentar os bancos de escola; nem tampouco, fazer apologia àqueles que, de uma forma ou outra, conseguiram um pedaço de papel e crêem este “Diprorna”, nos obriga a todos, chamá-lo de Doutor. Existe, inclusive em nosso meio, muito “Douto” analfabeto. 

E como diz aquele velho ditado: “cada quá com seu cada quá”. Como poderia eu, que não tenho condições de ler, ou interpretar uma lei, criar uma? Por isto, muitos dos nossos antigos políticos, servem hoje de chacota, como o caso de um ex-prefeito que disse: “vou atijolar e deflorar (queria dizer, pavimentar e arborizar) as ruas maiores...” Um outro que, ao receber uma conta de R$60,00, pediu a seu secretário que preenchesse o cheque; na dúvida quanto a grafia, o secretário pergunta: “como é que se escreve 60 por extenso?”. O prefeito pensou um pouco e soltou: “faz dois de trinta”. Ou um candidato a vereador que de tão certo da vitória, disse que para comemorá-la, já tinha comprado um “poico azú” e por aí vai. 

“Cum a potreção de Deus, ispero qui im oitubo, noça Câmara mude...” Para melhor! 

***


...em um hospício... 
Durante uma visita a um asilo de loucos, Lula pergunta ao diretor qual o critério para definir se um paciente está curado ou não. 
- Bem, diz o diretor, nós enchemos uma banheira e oferecemos uma colher de chá e uma xícara e pedimos para esvaziar a banheira. 
- Entendi, diz Lula, uma pessoa normal escolhe a xícara, que é maior. 
- Não, responde o diretor, uma pessoa normal tira a tampa do ralo. 
Vocês podem me acorrentar, torturar e até destruir meu corpo, mas nunca aprisionarão minha mente. 
Ghandi

Do livro: Agnaro Pati

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