ITAPUAN BÔTTO TARGINO
ITAPORANGA - uma realidade de fé e trabalho
João Pessoa - Pb - 1981
ITAPUAN BÔTTO TARGINO
(Presidente da Diretoria Estadual da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade)
Palavras proferidas pelo professor ITAPUAN BÔTTO TARGINO, Presidente da Diretoria estadual do CNEC –PB, quando da outorga do Título de Cidadania Honorifica de Itaporanga – PB, em 04.12.81
ITAPORANGA - uma realidade de fé e trabalho
De antemão quero externar os meus agradecimentos a esta augusta Casa pela honra com que ora me distingue.
De fato, interpreto esta decisão da Câmara de Vereadores de Itaporanga, lídima representante do povo desta Cidade afável e hospitaleira, como um incentivo, como um reconhecimento pelo pouco que tenho feito em prol da formação profissional em nosso Estado.
Tão significativa deferência me induz a prosseguir com mais amor e entusiasmo nesta luta pela educação de nossa mocidade estudiosa.
Tratando-se de uma cidade de respeitada tradição em termos de educação, esta homenagem assume feição toda especial.
Com efeito, foi Itaporanga pioneira na instauração de Escolas de formação profissional no Sertão.
Aqui foi fundada uma das primeiras escolas normais da Região.
Falo da Escola Normal Padre Diniz, dirigida pelas Irmãs Carmelitas de Cajazeiras e que, pela sua ação pedagógica se constitui no primeiro foco de irradiação de cultura.
Eram assim Itaporanga, com Patos e Cajazeiras, responsáveis pela instrução no Sertão.
Como tais, foram às inspiradoras de outras iniciativas análogas surgidas posteriormente.
A elas cabe, portanto, a glória de, como pioneiras, desbravadoras, terem apontado novos rumos para a educação.
Não foi, pois, motivo de surpresa, constatar que os líderes desta terra sabem valorizar os esforços dos que se sente comprometidos com a causa da educação em nosso Estado.
Também, como representantes de um povo que parece ter uma natural e irresilível vocação de saber, não poderiam proceder de outro modo sob pena de renegar as aspirações de sua gente: a promoção social e humana, pela educação e pelo trabalho.
É por demais significativo o fato de ser de Itaporanga o maior contingente, por cidade sertaneja, de estudantes da Escola Técnica Federal da Paraíba.
Como educador, identificado com o ensino profissional, pois tenho militado nele há mais de uma década, pude perceber o empenho desta Cidade pela formação de seus filhos.
E a partir dai, dentro de minhas possibilidades, procurei propiciar todas as condições para que nenhum jovem de Itaporanga que batesse as portas da nossa Escola, em busca de instrução, deixasse de ser atendido.
Como eloquente testemunho do que aqui afirmo, evidencia-se o expressivo numero de alunos de Itaporanga que hoje seguem os Cursos Profissionais da Escola Técnica Federal.
Argumenta-se, pois, com a férrea dialêtica dos fatos.
Quando fui agraciado com o titulo de cidadão benemérito de João Pessoa, pela Câmara de Vereadores da Capital, ressaltei o papel educador do Poder Legislativo e a sua ação como força de integração cultural.
Naquela ocasião dizia eu: “Nenhum poder está tão intimamente ligado ao processo educativo de um povo como o Poder Legislativo. Ele é por assim dizer o interprete de seus ideais, de sua vocação, de suas aspirações democráticas”.
De um Legislativo sabiamente estruturado, composto de homens idôneos e capazes pela sua formação pelo seu espírito de serviço para criar leis justas e como tais consentâneas com os anseios da coletividade, surgirá de fato a grandeza e a construção de um povo.
E neste sentido que o Legislativo e um educador por excelência. Pelas leis que elabora, auscultando as tendências e os anseios de seu povo, sem menosprezar os ditames do direito natural, poderá educar o Cidadão para o exercício da cidadania.
Assim entendo e ainda insisto: e a função do Legislativo promover, no seu campo de ação, o bem-estar, o aprimoramento cultural e espiritual do povo que representa.
E isto, em se tratando de um poder que não executa mas legisla só é possível através da elaboração de leis sábias que, pelo seu conteúdo, possam tornar realidade tais anseias.
O legislativo, expressando, em suas decisões, regulamentos e normas legais, as justas ambições e os sadios ideais de um povo, e sem duvida, uma autentica escola de patriotismo, um eficaz instrumento de aprimoramento moral de uma sociedade.
Com especial júbilo, constatamos que tais diretrizes políticas e filosóficas têm norteado os insignes pares desta Casa.
A circunstância de terem distinguido com o honroso título de Cidadão de Itaporanga, o Diretor da ETFPB, pelos seus parcos serviços em prol da instrução profissional, provem sobejamente do seu louvável interesse pela problemática da educação na região e no Estado.
Recebam, Senhores Vereadores, portanto, não só os meus agradecimentos, mas sobretudo as minhas felicitações pelas altas implicações sociais, educativas e culturais contidas nesta nobre iniciativa.
Homenageia-se não apenas o Diretor da Escola Técnica, mas a todos os educadores que com abnegação e amor, abraçaram a alta causa da formação profissional.
A outorga desta comenda, vejo-a muito além dos limites formais de um simples ato legislativo, vislumbro-a como uma filosofia de ação, como um princípio, como uma diretriz, em suma como uma postura pedagógica desta Casa, que se traduz na valorização do ensino especializado.
Fa1ando de educação, não se pode, sem cometer flagrante injustiça, deixar de reconhecer o empenho educativo do Padre JOSÉ SINFRÔNIO, replica feliz do Padre Rolim de Cajazeiras, a quem a Paraíba deve a glória de saber ler.
Movido pelo mesmo ideal, pela mesma flama sagrada que animou o padre mestre cajazeirense, apartou o Padre SINFRÔNIO a esta terra, imbuído do sublime desejo de enobrecer a mocidade de Itaporanga pelo saber, dando-lhe assim, pela instrução, a consciência de sua grandeza humana e transformando esta próspera comunidade numa realidade de trabalho e fé.
Pois, como religioso convicto, como sacerdote predestinado ao serviço de Deus, entendia, como seu colega, o grande orador sacro destas plagas, Padre Joaquim de Assis Ferreira, que “mais brilhante que a luz da ciência só o fulgor da fé.”
Assim, qual um novo, Anchieta, trouxe o Padre SINFRÔNIO para esta terra a fé e o saber.
E a semente plantada em terra fértil transformou-se em lourejante seara.
Já ultrapassa as fronteiras deste Município, o nome, a benéfica influência da experiência pedagógica do Colégio Dom João da Matas desta c idade de Itaporanga (registre-se aqui, a promissora circunstância de ter sido este douto Educandário fundado sob a inspiração do preclaro e santo antístete cajazeirense Dom João da Mata).
Os alunos que dele partem para a nossa Escola, pelo nível de instrução e conhecimentos demonstrados constitui o mais fidedigno depoimento da seriedade com que se encara neste Educandário sertanejo a formação da juventude de Itaporanga.
Ao Padre JOSÉ SINFRÔNIO, mentor intelectual e espiritual de tão nobre causa, o meu reconhecido aplauso.
Finalizando, quero expressar os meus agradecimentos aos ilustres membros da Câmara de Vereadores, mormente ao dinâmico e atuante autor do Projeto, Vereador Joaquim Salviano da Silva, que, relevando os meus parcos merecimentos, concederam-me, por unanimidade, o titulo de Cidadão Itaporanguense.
E de inteira justiça destacar a maneira sensata e equilibrada com que o Dr. Marleno Barros vem dirigindo os, interesses da Edilidade. Sua administração, voltada para o bem comum constitui uma garantia de progresso e de prosperidade para o povo doe Itaporanga.
É, na verdade motivo de orgulho para mim, ser doravante cidadão desta bela Cidade que pelas suas tradições de cultura e hospitalidade, engrandece e dignifica a Paraíba.
E, a propósito de educação, lembro neste momento, a oportuna e válida exortação do Ministro da Educação e Cultura, Rubem Ludwig: “A Educação é um dever solidário de todos”.
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