Cultos da Primeira Igreja Batista concentram grande número de pessoas |
Nos últimos vinte anos, o número de evangélicos cresceu expressivamente em Itaporanga e em todo o Vale, em consequência, principalmente, do aumento do número de igrejas e da evolução dos próprios cultos, que passaram a ser mais atrativos e acessíveis ao grande público. Com o aumento do número de fiéis diminuiu o preconceito contra os evangélicos, que eram chamados de crentes e considerados pessoas fanáticas pelo modo como se vestiam e pelo comportamento social diferenciado.
Isso foi no tempo do surgimento das primeiras Igrejas em Itaporanga: as duas mais antigas são a Ação Evangélica, fundada aqui em 1945, e a Assembleia de Deus, que veio depois. Dois dos precursores da difusão evangélica na cidade por meios de comunicação foram Antônio Pirambeba e Pedro Ferreira, que, através de difusoras, pregavam os ensinamentos evangélicos para uma população predominantemente católica, e, em função disso, eles e outros pioneiros sofreram as agruras de todos os desbravadores.
Mas esse estigma e preconceito desapareceram ao longo das últimas duas décadas. E uma Igreja, em especial, teve um papel importante na consolidação das entidades evangélicas na cidade e região: a Primeira Igreja Batista chegou em Itaporanga em 2 de dezembro de 1984 através das missionárias Ruth Martins e Leocidia de Jesus, e, desde então, cresce expressivamente. Hoje, seu principal culto, realizado no domingo à noite, reúne mais de 230 pessoas. É, seguramente, o maior templo evangélico da região, tanto com relação à estrutura física quanto a número de fiéis.
A consolidação da Primeira Igreja Batista em Itaporanga e o seu crescimento por todo o Vale é atribuído, principalmente, ao pastor Cirino Refosco, que chegou à região em 85 e comandou a Batista local por onze anos, entre 1989 e 2001, quando retornou a João Pessoa. “O período que eu passei aí foi o tempo da consolidação da Igreja, o que conseguimos com muito trabalho e, principalmente, a graça de Deus”, comenta o pastor, ao lembrar da boa relação que teve com todos os segmentos sociais da cidade à época, inclusive com a própria Igreja Católica, através de Padre Zé, “com quem me relacionava muito bem, e toda a amizade, o trabalho social e de evangelização que fizemos em Itaporanga foram fundamentais para o crescimento da Igreja e o respeito da sociedade aos evangélicos”.
Cirino foi o segundo pastor da Igreja; o primeiro foi Marcos Monteiro; e o atual é Roberto Manoel Andrade, que há nove anos comanda a Primeira Igreja Batista de Itaporanga. “Eu atribuo o crescimento da Igreja, primeiramente, ao trabalho social que foi desenvolvido no município e na região através do projeto Água Viva, que desenvolveu aqui um trabalho de irrigação, fabricação de cerâmica e abastecimento d’água, que beneficiou várias cidades. Isso foi importante para adquirirmos a confiança da população, e também o grande trabalho de evangelização do pastor Cirino”, comenta Roberto.
Outros fatores que têm contribuído para o crescimento da Igreja, conforme ele, são “a comunhão entre seus membros e a evangelização que é feita de casa em casa”. Nos últimos anos, acrescenta o pastor, o trabalho da Igreja de Itaporanga contribuiu também para o surgimento de templos em outros municípios, um deles em João Pessoa. Além do grande número de membros locais, a Igreja de Itaporanga tem sido fonte para a expansão da doutrina batista em outros lugares.
Mas, além do seu trabalho de transformação espiritual e humana através da evangelização e da ação social, a Igreja também se volta para a educação: o Colégio Batista já tem onze anos de atividade, mais de 300 alunos e é hoje uma das referências educacionais de Itaporanga. Mas, antes mesmo da escola, já existia uma cooperativa voltada à educação, com diversos cursos e projetos de instrução escolar e profissional. O colégio nasceu da cooperativa e continua funcionando com base associativista.
Folha do Vale em De 07 a 27/10/2009
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