domingo, 12 de outubro de 2014

Misericórdia / Itaporanga - O Livro de Bosco Gaspar - Parte III

As festas da cidade

Além de sua religiosidade, o povo de Itaporanga destaca-se também pela sua espontaneidade e a alegria de viver, sendo reconhecido pela grandiosidade e animação de suas festas, sejam aquelas promovidas por cada um individualmente, sejam nas ruas ou nos seus vários clube sociais e casas de show. E como o profano está sempre casado com o religioso, a grande festa da cidade é o São Pedro, sempre no último final de semana do mês de junho. Neste período, Itaporanga transforma-se num grande arraial e os seus filhos, dos mais ilustres aos mais humildes, residentes na cidade e/ou em outros pontos do país, reúnem-se numa grande festa de reencontro e todos, desfrutando os mesmos espaços, procuram transmitir felicidade, união e prosperidade, próprios de quem está de bem com a vida. 

Na verdade, Itaporanga é uma grande festa, de janeiro a janeiro. Mal terminam os festejos de dezembro, como a festa de Nossa Senhora da Conceição, o Natal e o Ano Novo, a cidade prepara-se para receber autoridades e pessoas especialmente convidadas para as comemorações pela passagem do seu aniversário de instalação do município que ocorre no dia 09 de janeiro, quando acontecem inaugurações de obras e show comemorativo no centro da cidade. O carnaval é outro acontecimento bastante festejado, mas é o São Pedro a festa convergente e mais prestigiada no município. Em outras ocasiões, a cidade vive em função dos seus clubes sociais, como o Campestre, o Atlântida, o Itaporanga, o BNB Clube, a Associação dos Cabos e Soldados da Policia Militar e a Vale Show, que fazem promoções semanais com grande frequência. E o espirito festivo do itaporanguense ultrapassa os limites do município e vai explodir na praia do Bessa, em João Pessoa, onde funciona a Associação dos Filhos de Itaporanga - Asfita. 

Esporte e o lazer


As atividades esportivas também se constituem em motivo de muita alegria para a juventude itaporanguense, que participa ativamente dos vários campeonatos e manhãs, tardes e noites de lazer que se desenvolvem no Ginásio de Esportes “Valdemar Lopes da Silva”, construído pela Prefeitura Municipal, em parceria com o Governo Federal, na entrada da cidade, no sentido Piancó - Itaporanga, no Ginásio Esportivo “Deputado Soares Madruga”, que o Governo do Estado ajudou a prefeita Kátia Pinto Brasileiro a construir próximo a saída para Boa Ventura, e no Estádio “José Barros Sobrinho”, inteiramente reformado também na administração de Katia, tornando-se um dos melhores do interior paraibano. No Zezão, como é mais conhecido, acontece todos os anos, no mês do maio, a partir do Dia do Trabalhador, o maior campeonato de futebol amador do mundo, com a participação de mais de cem equipe da cidade e da zona rural, numa promoção do Atlântida Clube, apoiada pelas autoridades municipais. 

O Poder Judiciário


A Comarca de Itaporanga foi criada pela Lei número 92, de 26 de dezembro de 1898, mas foi extinta poucos meses depois, de acordo com a lei número 124, sendo restaurada por força do decreto número 641, de 21 de janeiro de 1935, sabendo-se que nesse período de inexistência as causas e feitos de interesse dos moradores de Misericórdia eram resolvidos na Comarca de Piancó. De segunda entrância, a jurisdição da Comarca de Itaporanga abrange hoje os termos de Itaporanga, Boa Ventura, Diamante, Serra Grande, São José do Caiana, Pedra Branca e Curral Velho, e por ela já passaram nomes de expressão da magistratura paraibana, como os desembargadores Paulo Bezerril, Francisco Espínola, Onesipio Novais, Sandoval Caju e tantos outros juizes, como o itaporanguense 

João Espínola Neto, que morreu em acidente de carro quando se encontrava à frente da Comarca e que hoje empresta o seu nome ao Fórum da cidade. 

João Espínola Neto era filho do desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola e de Margarida Nair Pedrosa. Nasceu em Itaporanga no dia 23 de abril de 1941 e faleceu na mesma cidade, no dia 25 de agosto de 1985. Fez o primário em escolas de Itaporanga, Pombal, Patos e Guarabira, de cujas comarcas o pai foi titular. O segundo grau estudou nos colégios Pio X e Lins de Vasconcelos, em João Pessoa. Terminou o curso de Direito na Universidade 

Federal da Paraíba. Logo em seguida trabalhou no Conselho Penitenciário e foi professor de Direito Penal da UFPB. Aprovado em concurso do Tribunal de Justiça do Estado foi nomeado juiz e, antes de ir trabalhar em Itaporanga, serviu em Cabaceiras, Soledade e Piancó. Era casado com a prima Ivanise Vieira, de cujo enlace nasceram três filhos. 

A Comarca de Itaporanga possui duas varas, com quatro cartórios, sendo dois de notas e escrivania, um de registro civil e outro eleitoral, cujos titulares são Ivete Pinto, Alberto Barros e Irineu 

Rodrigues Júnior. Aliás, os primeiros cartórios da cidade funcionaram já no final do século passado sob a responsabilidade do major Abdon Leite Guimarães, que nasceu em Misericórdia em 1870. Atualmente, o Poder Judiciário é exercido por dois juizes, e o Ministério Público pôr dois promotores e um curador. 

O Poder Legislativo


Nos termos atuais, com as prerrogativas, os direitos e obrigações, a Câmara Municipal de Itaporanga começou a existir em 1947, com a redemocratização do país e a realização de eleições em todos os níveis. Anteriormente, inclusive na época do Império, existia um Conselho Municipal que era muito mais honorífico do que político, com atribuições fiscalizadoras. Os conselheiros recebiam o título das autoridades da Província como reconhecimento por algum serviço prestado. 

Um incêndio acontecido na década de 60, nos arquivos do prédio da Prefeitura Municipal, onde funcionava também o Fórum e a Câmara, destruiu documentos importantes e levou consigo grande parte da memória e da história de Itaporanga. Hoje, a Casa de “Adauto Araújo” é integrada por 13 membros. 

Adauto Antônio de Araújo, o homem que emprestou o seu nome a Câmara Municipal de Itaporanga, nasceu no dia 03 de maio de 1901, no sitio Serra Branca, município de Misericórdia, filho de Antônio Araújo da Fonseca e Maria Araújo da Fonseca. Homem de pouco estudos, casou em 1920 com Alexandria Bernardino, de cujo matrimonio nasceram seis filhos, entre eles a professora Laura Araújo, que mais tarde tornou-se uma das precursoras da educação no município, cuja atividade perdura até hoje. Ele dedicou a sua vida a pecuária e a agricultura, destacando-se também na comercialização de rapadura, mel, algodão, leite e gado de corte. 

O agropecuarista viu e ajudou Itaporanga a crescer, chegando ao polo regional que é hoje. Participou ativamente de sua vida social, religiosa e econômica. Foi vereador de 1954 a 1958, numa época em que os edis não eram remunerados, e que, por isso, somente uns poucos homens de boa índole e respeitáveis chegavam ao cargo. E essa oportunidade foi dada a ele. Se as atividades fizeram de Adauto Araújo um homem respeitável, a política fê-lo ilustre pelas suas determinações e posições definidas. Em 31 de janeiro de 1960, um acidente automobilístico, acontecido nas proximidades do antigo prédio da Assembléia Legislativa, na Praça Aristedes Lobo, em João Pessoa, o levou do convívio dos amigos e familiares. Pela contribuição que ofereceu a vida itaporanguense, Adauto Araújo é hoje o nome da Casa que abriga o Poder Legislativo da cidade. 

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