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De como todo comocomeçou, até se tornar Itaporanga.

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Região Matropolitana do Vale do Piancó

Localização e cidades que compoem esta região sertaneja.

José Brunet Ramalho

Primeiro Prefeito de Misericórdia.

domingo, 30 de novembro de 2014

Natureza enlouquecida: rio Piancó cheio e barragem arrombada em pleno outubro

A cheia do rio Piancó nessa quarta-feira, 27, surpreendeu até...


A cheia do rio Piancó nessa quarta-feira, 27, surpreendeu até os mais velhos. “Rio de barreira a barreira”, como diz o agricultor, em pleno outubro, um mês tradicionalmente seco, é um fato natural inusitado para o Vale.

A cheia do rio foi resultado do rompimento de um açude no sítio Cana, município de Conceição, da terça para amanhecer a quarta-feira. Uma chuva que chegou aos 80 milímetros em algumas áreas rurais conceiçoenses e de Santana de Mangueira precipitou o rompimento da barragem, causando a morte de vários animais e destruição de cercas.

A cheia do rio atraiu dezenas de curiosos ao longo das cidades que margeiam o seu curso. Em Itaporanga, centenas de pessoas concentraram-se sobre a principal ponte do município. Este ano, mesmo no período de chuva, o rio ainda não havia tomado tanta água.

Do último dia 22 para cá, choveu fortemente em toda a região. A maior precipitação ocorreu em Coremas, onde foram registrados 129 milímetros de chuva dia 23. Em Itaporanga a maior chuva ocorreu na mesma data e foram 69 milímetros. Já Piancó foi banhado por duas boas chuvas: no dia 22 foram 52 milímetros e no dia seguinte 42 mm. Foto do rio na manhã desta quinta-feira, quando o nível do Piancó já havia baixado consideravelmente.

Publicado pelo Folha do Vale em 28-10-2010

Misericórdia / Itaporanga - O QUARTO LIVRO - Bosco Gaspar

O QUARTO LIVRO

Nossos líderes maiores 
De como uns poucos assumiram o comando da política de Misericórdia e outros que foram mais além conquistando posições políticas e administrativas aqui e alhures, no Norte e no Sul, levando o nome de Itaporanga para as fronteiras de Roraima e do Paraná, passando por Brasília.

Armando Abílio

Armando Abílio é um daqueles muitos jovens do Vale do Piancó que poderia ter se tornado padre, pois na década de 50 por falta de escolas para homens, eram obrigados a se deslocarem para Patos, Campina Grande, João Pessoa ou ingresso no Seminário de Cajazeiras, com os pais sonhando em ter um sacerdote na família. Ele, porém, um dia deixou a batina de seminarista e vestiu o jaleco de estudantes e depois de doutor em medicina. Armando é o único varão de Argemiro Abílio e Luíza Martins Vieira. Quando ele nasceu na cidade de Diamante, encheu de alegria a família, que correu para o cartório, dizendo “Viemos registrar o padre”. 

“Eu deixei o Seminário em 1960 - conta Minha mãe sonhava em ter um filho padre. Quando cheguei em casa e ela que não concordou com a minha saída do seminário, pois queria que eu fosse um padre. O diretor do seminário era o Dom Zacarias Rolim de Moura, que também não concordou com a minha desistência, já que desejava me mandar estudar em Roma, mas eu sabia que a minha vontade não era exatamente aquela” . 

Retomando a Diamante “com mala e cuia”, o adolescente Abílio teve que enfrentar discussões calorosas e, para ser um padre, segundo ele, sem seguir o ritual e todas normas da igreja católica não compensava. Mas, eis que surgiu um acordo na família: ou o Armando iria estudar Medicina ou Engenharia. “Como eu já tinha o pensamento e a vontade de ser médico, fui fazer vestibular em Recife, passei em segundo lugar e fiz o curso dos meus sonhos”, adianta. 

“Todo sertanejo é político por natureza”. E foi assim que o deputado federal Armando Abílio iniciou a conversa sobre o político que ele é hoje, há 11 anos atuando em tribunas parlamentares, nas comissões legislativas, fazendo um trabalho que começou na Assembléia Legislativa da Paraíba. E que hoje é feito na Câmara de Deputados, em Brasília. Mas sua estréia na política veio bem antes. Aconteceu com a sua eleição para vice-prefeito em Esperança 

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Com o anel de doutor e a sede de trabalhar pelos mais necessitados, o ginecologista e obstetra Armando Abílio foi atuar em Esperança. Os primeiros passos foram dados dentro da “Maternidade São Francisco de Assis” e ali atuou durante dez anos, “Eu era o único médico do hospital, operava e tinha ajuda de uma das freiras da cidade e outra que acompanhava na anestesia. “Eu tenho dito e vou continuar repetindo: eu era feliz e não sabia e gosto muito de repetir, que estou deputado, mas sou médico, em função exatamente da minha identificação com a minha profissão”. 

Ao longo de sua trajetória, Armando Abílio vem retribuindo, não apenas a Esperança, mas a toda Paraíba os votos que lhes são confiados. Existem parlamentares com vários perfis e existem os das Comissões. Ele é membro da Comissão de Orçamento. “O meu perfil é exatamente o da comissão e das ações. A Paraíba sabe disso”. 

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A melhor conquista de um homem é encontrar o grande amor de sua vida, um amor que germina e que dá frutos. Armando é casado com Rosa Bronzeado e da união nasceram Ana Luiza, Renata, Juliane, Cíntia e José Bronzeado Sobrinho Neto. Como ele conheceu Rosa? “O pai dela, Paisinho Bronzeado, era prefeito de Remígio, e, na época, eu era médico da cidade, daí surgiu o conhecimento, e dele o casamento com Rosa”. 
Um momento sublime na vida do médico Armando Abílio, segundo ele diz, foi o de poder fazer o parto de algumas filhas. “Não fiz o da primeira, mas fiz o da segunda e da terceira filha”, frisa emocionado. E mais: Armando confessa que é um homem realizado, não gosta de badalação, vive entre Brasília, Esperança e João Pessoa totalmente dedicado ao seu mandato e à sua família. 

Balduíno Minervino de Carvalho

Com afastamento do médico José Gomes da Silva do exercício permanente da medicina na região de Itaporanga, por conta de sua eleição para a Câmara Federal, um nome começou a surgir no cenário médico e político do Vale do Piancó: Balduíno Minervino de Carvalho. Formado pela Faculdade de medicina do Recife, em 22 de dezembro de 1934, com especialidade em clínica médica e obstrétricia, Balduíno, que era natural do então distrito de Olho D’água, município de Piancó, decidiu praticar a profissão no interior do seu Estado e meses depois já estava instalado em Itaporanga. 

Já casado com Maria Laurentino de Medeiros Carvalho, desde 1930, Balduíno era filho de Júlio Minervino da Silva e RacheI Rodrigues de Carvalho, e nasceu no dia 30 de dezembro de 1905, mas só iniciou seus estudos 10 anos depois, no Colégio Pio XI, em Campina Grande. Fez o secundário no Liceu Paraibano, em João Pessoa, e o universitário no Recife, a partir de 1929. Em 1932, ainda estudando medicina, alistou-se como voluntário na Revolução Constitucionalista de São Paulo, sob o comando de Bertoldo Klinger e Agildo Barata. 

Radicado em Misericórdia, Balduíno via a cada dia crescer o seu prestigio, notadamente entre as pessoas mais carentes do município, graças a medicina gratuita que praticava, o que se estendeu por quase 50 anos. Com a queda da ditadura Vargas e, consequentemente, a redemocratizção do país, decidiu ingressar na política e foi eleito Deputado Constituinte à Assembleia Legislativa da Paraíba, cargo que assumiu em 1947, e como parlamentar permaneceu até 1970, sempre integrando os quadros do PSD e, depois, o MDB, sob a orientação política dos irmãos Janduy e Ruy Carneiro. 

Entre os inúmeros benefícios por ele levados para Itaporanga vale destacar a criação da Sociedade Mantenedora do Hospital Regional e da Associação de Proteção à Maternidade e Infância “Nossa Senhora de Fátima”, no dia 24 de junho de 1957; participação na fundação do Colégio Padre Diniz, administrados pelas Irmãs Carme1itas, cujos Estatutos foram publicados no dia 07 de março de 1946; participação no lançamento da pedra fundamental do Colégio Diocesano de Itaporanga, no dia 26 de maio e 1957; fundação da Associação Rural de Itaporanga e a criação de uma agência do Banco do Nordeste, com o apoio do ex-governador João Fernandes de Lima. 

O deputado Balduino Minervino de Carvalho faleceu no dia 30 de dezembro de 1980, em Itaporanga, no mesmo dia em que completava 75 anos de idade. O seu corpo está sepultado no Cemitério Mãe de Misericórdia, e na casa em que morou, na praça que leva o seu nome, existe um pequeno museu com objetos relacionados com a medicina e a sua atuação política. 

José Soares Madruga

Com o retraimento político de Balduíno Carvalho e a sua consequente retirada da vida pública, surge em Itaporanga uma renovada e corajosa liderança, na pessoa do jornalista José Soares Madruga, um arrojado analista político que já havia participado de inúmeros embates eleitorais, tanto em sua terra natal como a nível estadual, sem, no entanto, ter disputado qualquer cargo eletivo. Ele chegou revolucionando a vida do município e ao longo dos 15 anos em que esteve na Assembleia Legislativa levou para Itaporanga e para o Vale do Piancó tantos e inúmeros benefícios, representados pela construção de obras e instalação de órgãos regionais que mudaram completamente as relações de forças entre Itaporanga e outras cidades da região. 

Soares Madruga nasceu na fazenda Cardoso, no dia 25 de dezembro de 1930, filho de Francisco das Chagas Soares e Ana Loureiro Soares, ele um agricultor e comerciante que gostava de fazer política, tanto que foi presidente do diretório municipal do PTB de Itaporanga por vários anos, e por cuja legenda foi eleito vice-­prefeito da cidade na chapa de Francisco Clementino de Carvalho. Madruga herdou do pai o gosto pela vida pública, tanto que participou ativamente da política estudantil na capital paraibana e, ainda muito moço, foi secretário geral da Prefeitura de Itaporanga, na gestão de Sebastião Rodrigues de Oliveira. 

Em João Pessoa, no final da década de 60, embrenhou-se pelo jornalismo político, primeiro como redator do jornal “Tribuna do Povo”, e depois em “A Noticia”, publicação ligada ao PSD e que era dirigido por Juarez da Gama Batista. Pela excelência dos seus textos e a clareza dos seus comentários foi convidado e aceitou assinar a coluna “Diário da Política” do “Correio da Paraíba”, o jornal de Teotonio Neto que começava a dominar os meios de comunicação do Estado, pelo que, anos mais tarde, Madruga tornou-se um dos principais responsáveis. 

De analista, Madruga passou a secretário e pouco tempo depois já era diretor do jornal, substituindo no cargo o deputado José Teotonio. No Correio, reuniu o que havia de melhor no jornalismo paraibano e fez do jornal um matutino vibrante e respeitado em toda a comunidade paraibana. Em 1968, implantou a Rádio “Correio da Paraíba”, que funcionou sob o seu comando, no Ponto de Cem Réis, de onde saiu para a Rua Barão do Triunfo, onde o jornal funcionava. 

Com o apoio de Teotonio Neto, que era Deputado Federal, Madruga deixa o jornal e ingressa da política propriamente dita, conquistando o seu primeiro mandato de Deputado Estadual em 1974, pela Aliança Renovadora Nacional - Arena, de que foi secretário­geral pelo período de seis anos, cargo que assumiu também no Partido Democrático Social, desde sua fundação. No seu primeiro mandato foi ainda vice-líder do Governo, e presidente das Comissões de Finanças e Tomadas de Contas, e da Seca, Defesa Civil e Meio Ambiente. Reeleito em 1978, nos quatro anos seguintes assume a liderança da Arena e do PDS nas administrações de Tarcísio Burity e Clóvis Bezerra. 

Em 1983, Soares Madruga é novamente reconduzido à Assembléia Legislativa, desta feita para ser eleito seu Presidente no biênio 83/84, o que lhe permitiu, na administração Wilson Braga, assumir o Governo do Estado, embora pelo curto período de oito dias, entre 24 e 31 de outubro de 1983. Quando deixou a presidência da Casa de Epitácio Pessoa, Madruga foi convocado por Wilson Braga, que vivia um período administrativo muito delicado, para assumir a Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado, cargo que desempenhou com muita eficiência, até porque estava atuando numa área que dominava perfeitamente. 

Falando sobre a sua chegado ao Governo do Estado, Madruga disse que “senti-me compensado por assumir, mesmo que eventualmente, a Chefia do Executivo do meu Estado, devidamente consciente de minha responsabilidade. Para mim a vida pública compensa, sobretudo se o homem tem espírito público, se ele tem realmente vocação e encara a vida pública como uma maneira de participar, de se integrar à vida das comunidades que representa. Então ai está a grande compensação pela vivência de todos os problemas do drama social de que ele participa e também da parte das soluções das questões que constituem os graves problemas da sociedade. Todo homem público que realmente faz carreira e exerce a vida pública por vocação, ele não elimina de suas cogitações o Governo do Estado, embora saiba que é quase um acidente na vida de um homem o exercício da Governança, porque é a disputa de um cargo que só pode ser exercido por uma pessoa, durante um período de quatro anos. Mas, todo homem público que é realmente homem público, e que exerce a uma carreira política, tem que aspirar a isso, do contrário é apenas o ocupante eventual de um mandato eletivo”. 

Soares Madruga foi eleito para um quarto mandato, mas a morte o ceifou no melhor período de sua vida pública, quando ele já era apontado e reconhecido como uma das principais lideranças do Estado, com influência em todos os municípios do Vale do Piancó e em outras regiões da Paraíba, apresentando-se com as melhores chances de conquistar novos e maiores horizontes na vida pública paraibana. Casado com Teogeni Soares Madruga, ele deixou os seguintes filhos: Ana Claudia, Madruga Filho, José Mário e Paulo Márcio. Ele faleceu no dia 14 de dezembro de 1989, no Hospital João XXIII, em Recife, e o seu corpo está sepultado no Cemitério “Mãe de Misericórdia”, em Itaporanga. 

Djaci Farias Brasileiro

A política de Itaporanga sempre foi marcada pela presença de grandes lideranças. Algumas delas, ao longo .dos últimos setenta anos, tiveram posições destacadas porque ultrapassaram as fronteiras municipais e alcançaram posições de destaque na vida pública estadual e nacional. Djaci Farias Brasileiro, ao lado de José Gomes, Praxedes Pitanga, Jonas Leite Chaves, Armando Abílio, Djaci Arruda, François Leite Chaves, Balduino de Carvalho e Soares Madruga, tem conquistado uma grande fatia do eleitorado paraibano, obtendo a cada eleição um número de votos cada vez maior, em todos os municípios do Vale do Piancó, sua principal base eleitoral e na zona do curimatau, onde tem exercido uma liderança firme e eficiente. 

Filho de Raimundo Nonato Brasileiro e Odete Farias Brasileiro, Djaci nasceu no sitio Saco, município de Igaracy, no dia 09 de julho de 1947. Estudou o primário em Aguiar, o secundário em Campina Grande. Concluiu o curso de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, em 1975. Exerceu a profissão inicialmente em Piancó, depois em Igaracy e Itaporanga. Em 1977, já morando em Itaporanga, casou-se com a jovem Katia Lúcia Fonseca Pinto, a primeira mulher a tornar-se prefeita de Itaporanga, de cujo matrimônio nasceram os filhos Júnior, Vanessa e Karina. Djaci ingressou na política em 1982 quando se elegeu Prefeito de Igaracy. Ficou no cargo até 1988. Em 1990 elegeu-se pela primeira vez para a Assembléia Legislativa da Paraíba, reelegendo-se em 1994 e 1998, com votações sempre crescentes. 

A eficiência e a dedicação de Djaci em beneficio dos municípios que representa na Assembléia Legislativa, são destacados por dezenas de administradores públicos, já que ele tem se revelado um incansável batalhador e um intransigente defensor dos projetos de interesse de Itaporanga, do Vale do Piancó, do homem do sertão e do curimatau. Ao longo de sua atuação parlamentar tem demonstrado que é um líder, realmente, preocupado com a sua gente. 

E essa preocupação não tem se manifestado apenas nos bastidores e microfones da Assembleia Legislativa, mas também nas ante-salas e gabinetes oficiais de João Pessoa e Brasília. Antes de ser um político, Djaci Brasileiro é um médico competente, que fez de sua profissão um sacerdócio, atendendo a todos, a qualquer hora, tanto é assim que se tornou um profissional respeitado, amado e reconhecido por toda sociedade itaporanguense, sua principal base de atuação, merecendo igual carinho de muitas outras pessoas dos municípios do Vale do Piancó. 

Falando-se sobre o deputado Djaci Brasileiro é bom enumerar a série de benefícios que ele tem atraído para o Vale do Piancó, vindos dos governos federal e estadual, destacando-se a aprovação e execução de vários projetos de eletrificação rural, ginásio de esportes, casas populares, barragens, poços, passando também pelas áreas de saúde e educação. 
No campo da saúde, destaca-se todo o esforço desenvolvido pelo parlamentar junto a Secretaria de Saúde do Estado, visando a instalação de modernos equipamentos médicos no Hospital Distrital “José Gomes da Silva”, um dos maiores e mais importantes da região e que, já há algum tempo, vem passando por uma série de reformas, culminando com a implantação de um hemocentro, serviço da maior importância para a melhoria das condições de saúde dos pacientes da região. 

Djacyr Cavalcanti de Arruda

Djacyr, é sem dúvidas, o natural de Misericórdia que mais cedo assumiu posições de destaque na vida administrativa do país, chegando a compor o primeiro escalão da equipe de transição do presidente José Sarney, na qualidade de Consultor da Republica, quando este, com a morte de Tancredo Neves, foi empossado na Presidência da Republica, no inicio de 1990, tendo Djacyr desenvolvido um papel preponderante nos primeiros momentos do governo civil que substituiu a regime gerado pela Revolução de Março de 1964. 

Ele ainda não tinha 22 anos de idade e, em 1951, foi eleito deputado à Assembléia Legislativa da Paraíba, onde pontificou até janeiro de 1955. Também, ainda era um jovem de apenas 31 anos de idade quando o presidente Jânio da Silva Quadros o destinguiu com o cargo de Governador do Território Federal do Rio Branco, hoje Roraima, ficando no cargo, de 20 de março a 02 de setembro de 1961, data em que renunciou ao cargo porque o Chefe da Nação abandonou o poder. 

Na fronteira norte do país, Djacyr notabilizou-se pelo número de obras que realizou, pela política moralizadora que implantou no Território, seguindo os princípios básicos que eram irradiados de Brasília, oferecendo à Nação momentos de esperança diante dos atos oficiais que procuravam dar um ar de respeitabilidade e ética aos feitos oficiais que eram aplaudidos por todos porque colocava o Brasil nos caminhos de progresso que mereciam o reconhecimento das principais nações do Ocidente. 

Circunstancialmente, Djacyr não nasceu no Vale. O pai, o major Pedro Cavalcanti de Arruda, um próspero comerciante e proprietário rural preferiu que o filho nascesse num centro maior e que oferecesse mais conforto e segurança à sua mulher, Dona Maria Emilia de Arruda (Dona Sinhazinha). Assim, ele nasceu em Campina Grande, no dia 27 de junho de 1929, mas foi abrir os olhos em Boa Ventura, onde viveu os primeiros anos de sua vida e estudou o curso primário e que diz ser a sua verdadeira terra natal. Djacyr estudou o Clássico no Liceu Paraibano e terminou o segundo grau no Colégio Joaquim Nabuco, em Recife. Foi também na capital pernambucana que fez o seu curso superior, formando-se em Direito pela Universidade do Recife, em 1953. 

Depois dos cargos de deputado estadual e governador de Roraima, Djacyr foi ainda deputado federal pela Paraíba, entre 1962 e 1966. Com a nova ordem estabelecida no país e a extinção dos partidos, deixou a política de lado e só em 1982 voltou à militância disputando um mandato de senador pelo MDB da Paraíba, partido que ajudou a fundar a nível nacional. Anos depois, passou a integrar os quadros do PSDB, mas a sua descaracterização o levou a deixar a legenda e hoje pertence no PSB, o partido de João Mangabeira, como ele costuma dizer. 

Na qualidade de procurador autárquico do ex-IAPC, onde exerceu diversos cargos de chefia, Djacyr especializou-se em Direito Previdenciário, tornando-se um dos mais destacados profissionais com atuação na Paraíba, em Pernambuco e em Brasília, onde, após a sua aposentadoria, instalou um movimentado escritório de advocacia, auxiliados pelos filhos, que o coloca entre os mais procurados advogados na capital federal. 

Casado com Maria de Lourdes Cavalcanti de Arruda, Djacyr tem três filhos e reside em Brasília, mas sempre que pode está em João Pessoa e no Vale do Piancó. Vive sempre antenado com as coisas de seu Estado, principalmente a política. Bem relacionado, é amigo das principais figuras da Nação, o que o torna um interlocutor privilegiado e bem informado sobre o que é de interesse da Nação. 

Jonas Leite Chaves

Foi pelas mãos do médico José Gomes da Silva e do ministro José Pereira Lira que o agrônomo e hoje empresário Jonas Leite Chaves ensaiou os seus primeiros passos na vida política paraibana. Os dois, reunidos no Rio de Janeiro, onde moravam, decidiram que a Família Jenipapo deveria eleger um deputado à Assembleia Legislativa da Paraíba, apoiado por parte do clã que Zé Gomes liderava. O candidato escolhido foi Jonas Leite Chaves que logo surpreendeu os seus patrocinadores, demonstrando capacidade e autonomia para uma carreira solo, fazendo-se a partir dali um político que traçava o seu próprio destino. 

Jonas nasceu na fazenda Castelo, no então distrito de São Boa Ventura, no município de Misericórdia, no dia 29 de março de 1931, filho do proprietário rural João Fiúza Chaves e Maria Ernestina. Fez o primário na escola do professor Lindolfo Ramalho e o secundário em Barbacena, Minas Gerais. Diplomou-se em agronomia pela Escola de Agronomia do Nordeste, em Areia. E fez vários cursos, entre estes um na Fundação Getúlio Vargas. Hoje, radicado em Curitiba, no Paraná, dedica-se a atividades empresariais. 

“Minha vida política - diz Jonas - começou efetivamente em Barbacena, Minas Gerais, onde estudava. Antes da campanha de 1950 participamos ali de movimentos estudantis. Fundamos o PTB e o Centro Cívico Getúlio Vargas e passamos a articular a campanha na região em favor de Getúlio Vargas e Café Filho, candidatos a presidente e vice-presidente da República. A direção estadual do partido nos trasnsferiu a responsabilidade de coordenação do PTB em toda aquela região de Barbacena, Carandaí, Lafayete, até São João del Rey. 

- Depois, participamos da campanha estadual, ao lado da candidatura de Juscelino Kubitschek a governador. Nossa participação nessa campanha decorreu de um fato pitoresco. O governador Milton Campos queria deslocar o colégio estadual de Barbacena para o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, para nele instalar a Escola Preparatória de Cadetes. Houve um movimento estudantil contra o deslocamento do colégio e, por conta disso, ingressamos na oposição, com a candidatura de Juscelino Kubitschek”. 

E continuou: 
-Testemunhamos, nessa época, o maior gesto de grandeza política e de democracia que vimos em nossa vida. O governador Milton Campos programou um comício da UDN e nós mobilizamos os estudantes para uma grande concentração com o objetivo de perturbar o comício udeno-governista. A nossa estratégia era pressionar para forçar o governador a recuar no deslocamento do colégio. Fizemos a concentração diante do Clube Barbacenense e marchamos para lá. O governador seria o último orador. Eles falavam da sacada do Solar dos Andradas, na Rua 15 de Novembro. Em nossas provocações, escalamos três oradores, Carlos Simoneti, Afrânio Carvalho e Eu. 

Ao final de nossos discursos de desaforo e provocação, a reação do governador Milton Campos foi dizer-nos que havia determinado ao comandante do 9° Batalhão de Caçadores, da Polícia Militar, que desse toda a proteção e segurança aos estudantes e, além do mais, entrara em entendimentos com a Aeronáutica para que mandasse recolher uma tropa que mandara dirigir-se para o local da concentração estudantil. 

Em seguida, no seu discurso, o governador Milton Campos declarou que, naquele momento, se sentia orgulhoso de ser mineiro, diante do idealismo, do entusiasmo e da coragem daquela mocidade que vinha à praça pública, destemerosa, brava, de peito aberto, lançar o seu protesto contra um ato do governo, e se orgulhava também por ser governador de Minas Gerais e estar assegurando àqueles estudantes todas as garantias necessárias para o exercício da sua cidadania! 

Continuando a sua narrativa, conta Jonas que “eu tinha terminado o curso de engenheiro agrônomo e fui convidado pelo governador Jorge Lacerda para ocupar uma diretoria na Secretaria de Agricultura de Santa Catarina. Trabalhei naquela Secretaria por dez meses e então recebi um telegrama de meu parente José Gomes da Silva, que exerceu o cargo de interventor federal na Paraíba, chamando-me urgente ao Rio de Janeiro. Era um chamado dele e do professor José Pereira Lira, que era o Chefe da Casa Civil do presidente Eurico Gaspar Dutra. Fui ao Rio de Janeiro e procurei-o em sua residência, na Rua Alice, nas Laranjeiras. Ele foi direto ao assunto: estava me chamando para uma missão política. Eu tinha de regressar para a Paraíba e assumir a chefia política da família em Itaporanga e me candidatar a deputado. Isso era uma decisão dele e do professor José Pereira Lira. 

Ponderei que não tinha a política como objetivo. Era um técnico, estava fazendo um trabalho que estava tendo boa repercussão, tanto era assim que já havia sido designado pelo Governo de Santa Catarina para fazer um curso de três anos de Economia e Comunicação nos Estados Unidos, e não podia mais, naquela altura, fugir a esse compromisso. Ele insistiu e então pedi um prazo, ia pensar e no dia seguinte voltaria a falar com ele. 

Fiz então uma relação de todos os parentes dele que poderiam cumprir a missão. Comecei pelo filho dele, Clélio Fiuza Chaves, Ulisses Pinto, François Leite Chaves, meu irmão, que depois foi eleito senador, e levei para ele no dia seguinte. Ele teve a seguinte reação: - Olhe, não quero ver lista. Eu tenho uma razão muito séria para lhe dar essa missão, não vou dizer hoje, mas, um dia, lhe direi. 
Conclusão: eu tive de vir. 

Voltei para Santa Catarina e, lá, já tinha sido designado para representar o Governo num Seminário Interamericano de Eletrificação Rural. Fui para esse seminário e fiz um projeto de eletrificação rural para o Vale de Itajaí. Quando voltei minha esposa veio ter o meu primeiro filho aqui na Paraíba. 

O governador Jorge Lacerda me fez muitas ponderações, garantindo que eu teria em Santa Catarina grandes oportunidades. Tentei ponderar novamente ao Dr. José Gomes da Silva. Ele me disse: - Olhe, isso aí aconteceu também comigo, eu terminei o curso de medicina aqui no Rio de Janeiro e monsenhor Gomes me disse que passasse na casa dele na manhã do dia seguinte, pois queria falar comigo. E a missão que recebi foi a de regressar para a Paraiba e assumir a chefia política da família, a família Jenipapo. Eu era médico, recém-formado, já tinha um emprego, era casado com uma carioca e tive de voltar porque Monsenhor Gomes não abriu mão. 

Voltei, levando a esposa, dona Judite. Chegamos a Itaporanga, Misericórdia naquele tempo, a cavalo, em época de chuva, enfrentando enchentes de rios, o Riacho dos Infernos quase intransponível. E foi assim que entrei na política e cheguei até a governar a Paraíba. 
“Foi assim - afirma Jonas - que entrei na política da Paraíba, no PR do professor José Pereira Lira, cujo presidente era o Dr. Ávila Lins. Candidatei-me a deputado estadual e fiquei na primeira suplência por 23 votos. Tive uma votação expressiva, mas o coeficiente do partido era alto e os seus candidatos tiveram pouca votação, os mais votados fora o Dr. Ávila Lins e eu. 

Depois, o Dr. Praxedes Pitanga, meu parente, convidou­-me para ser candidato pela UDN, com todo o apoio dele. Ele justificou o convite dizendo que José Gomes vivia ausente e não tinha mais eleitores naquela região de Itaporanga. Eu disse a ele: Dr. Pitanga, eu não pedi para ser candidato, relutei muito em aceitar. Agora, não é justo que seja candidato por outro partido, deixando para trás os compromissos que assumi com as forças que votaram em mim. Não sei, se eu aceitasse o seu convite, se eu poderia lhe inspirar confiança. Eu sei que o senhor tem muito mais condições políticas do que eu. Ele me disse: se você não aceitar, vai ser derrotado. Respondi que esse seria o preço de quem queria cumprir com o seu dever de lealdade e de coerência com o partido que me acolhera... Se bem que, nessa época, eu podia mesmo ser da UDN, porque a minha família, ali, comandada pelo Dr. Praxedes Pitanga, na sua maioria era desse partido. 

“Logo depois fui convidado pelo governador Pedro Gondim para dirigir o Departamento da Produção, da Secretaria da Agricultura, cargo a que renunciei quando Pedro Gondim renunciou para ser candidato na campanha de 1960. Eu fiquei com ele, quando do rompimento com o senador Rui Carneiro, que apoiou a candidatura do deputado Janduhy Carneiro. Eleito, Pedro Gondim, voltei para o Departamento da Produção. Carlos Pessoa Filho era o secretário. 

Aí na campanha de 1962 fui novamente candidato a deputado, agora pela UDN de João Agripino, que apoiara Pedro Gondim. Fui dos deputados mais votados em todo o Estado, inclusive um dos mais votados na capital. Com a Revolução de 1964 houve a extinção do pluripartidarismo e foi institui do o sistema do bipartidarismo. Ingressamos na ARENA e fomos eleitos para a legislatura de 1967 a 1971, período em que tivemos a primeira eleição indireta para governador e vice-governador e elegemos, pela ARENA, Ernani Sátyro e Clóvis Bezerra Cavalcante. 

Eu não tive participação direta aqui na Paraíba quando rebentou a Revolução. Encontrava-me no Rio de Janeiro. Ao saber dos acontecimentos, estava em Copacabana e fui para o palácio procurar o governador Carlos Lacerda, com quem fizera amizade. Corriam rumores de que o palácio seria invadido pelo comandante Cândido Aragão. Resultado, entrei e não pude mais sair do palácio. Ofereceram-me até um fuzil, mas agradeci porque já estava armado, com um revólver 38. 

Ainda pela ARENA fui reeleito para a legislatura de 1971 a 1975, quando assumimos a presidência da Assembléia (1971-1972). Fui indicado para presidente por João Agripino e Ernani Sátyro. Havia quatro colegas que queriam o cargo, eram eles os deputados Egídio Madruga, José Lacerda, Assis Camelo e Waldir dos Santos Lima. Eu não estava, pensando em ser presidente, foi uma escolha pessoal deles. 

Sob a minha presidência, a Assembléia Legislativa da Paraiba voltou-se com muita atenção para os problemas econômicos do Estado e realizamos o I Simpósio do Algodão e o I Seminário de Avaliação do Desenvolvimento Agropecuário do Nordeste. Foi também nesse período que o governador Ernani Sátyro aprovou a idéia da construção da nova sede da Assembléia Legislativa, na Praça João Pessoa, no local do antigo prédio do jornal “A União”. A obra foi iniciada na nossa gestão. Deixei o prédio pronto, embora tenha sido inaugurado depois, na gestão do deputado Egídio Madruga. 

Logo que concluiu o mandato, Jonas deixou a política na Paraíba e foi para o Paraná. “Eu fui para o Paraná assumir algumas empresas em que era sócio de meu irmão, François Leite Chaves, que fora eleito senador por aquele Estado. Ele estava muito atarefado no Senado da República e minha colaboração pessoal se fazia necessária. Tínhamos lá o Contour Londrina Shopping Center, que foi o terceiro inaugurado no Brasil e o primeiro shopping center regional. Havia também uma empresa de consultoria e uma incorporadora. 

Também no Paraná fui ainda secretário das Finanças de Londrina durante seis anos. E no Governo Ney Braga fui convidado para dirigir um setor para implantar projetos financiados pelo Banco Mundial. Hoje, dedico-me inteiramente aos negócios, centralizando as minhas atividades na cidade de Curitiba. 

Hoje, como vê, a “Família de Jenipapo” tem também profundas raízes fincadas no Paraná, onde elegeu até senador, coisa que o ministro José Pereira Lira e o governador José Gomes da Silva não haviam previsto. 

Francisco Leite Chaves

Para os seus conterrâneos do Vale do Piancó ele é François, no Paraná e em Brasília, é conhecido por Leite Chaves. Na verdade ele nasceu Francisco, no dia 7 de maio de 1929, no distrito de São Boaventura, então município de Misericórdia. As primeiras noções de leitura e escrita aprendeu na sua terra natal, preparando-se para fazer o exame de admissão em Patos, onde estudou o ginasial. Fez o colegial em João Pessoa e formou-se no Rio de Janeiro pela Faculdade Nacional de Direito, e ali concluiu também o seu Doutorado. 

Profissionalmente e politicamente, Francisco Leite Chaves sempre esteve ligado ao Estado do Paraná, mais precisamente a cidade de Londrina, onde passou a residir em 1958, por força de sua designação para servir ali como advogado do Banco do Brasil. Pela singularidade da região, composta de muitos imigrantes, chegou a patrocinar causas nos Estados Unidos, México, Alemanha e Israel. 

Foi ainda na cidade de Londrina, no ano de 1973, que Leite Chaves ingressou no mundo empresarial, com a inauguração do Com Tour Shopping Center, o primeiro do sul do país e o segundo do Brasil. No ano seguinte, elegeu-se senador pelo Paraná, passando duas legislaturas no Congresso Nacional, o que lhe permitiu ajudar na elaboração da Constituição de 1988. Ainda no Senado teve intensa participação nas Comissões da Casa, sendo o autor do Projeto que deu causa à Lei 8009/90, que tornou impenhorável a casa própria. 

Em Brasília, onde passou a residir, assumiu a Procuradoria Central da Justiça Militar, cargo que há mais de 70 anos foi ocupado por outro paraibano, no caso do presidente João Pessoa. Na capital federal foi ainda professor de Direito Civil e Direito Processual, e atualmente atua como advogado junto aos tribunais superiores, sobretudo no Supremo. Leite Chaves, no entanto, não perdeu suas ligações como o Paraná, pois continua sendo diretor-presidente do Com Tuor Shopping Center. É também no Paraná que reside um dos seus irmãos, o ex-deputado Jonas Leite Chaves. 

Bosco Gaspar

Uma importante contribuição para a saúde pública nacional

Em um dos momentos mais felizes de sua vida no Amazonas, Claro Jorge de Carvalho recebe a cidadania de Boca do Acre
O sítio Malhada Vermelha, hoje território de Pedra Branca, é o berço de um homem que muito já contribuiu com a saúde pública do país e muito ainda tem para oferecer: vidas continuarão sendo salvas pela ação médica de Claro Jorge de Carvalho, um dos vários filhos do agropecuarista Severino Clementino de Carvalho, famoso pelas farras e aventuras amorosas na Itaporanga de 40 anos atrás, embora nunca tenha se separado de sua esposa legítima, Mirinha Pacatonho. Um casamento que durou meio século e só foi desfeito pela morte.

Os livros oficiais talvez nunca registre, mas foi graças ao trabalho do Dr. Claro Jorge no interior amazônico, no final da década de 80, que a vacina para hepatite do tipo B foi introduzida no Brasil e, a partir de então, tornou-se disponível para todos os brasileiros, salvando milhares de vidas. Essa é uma longa história, tão vasta quanto as terras amazônicas, mas, por enquanto, vamos deixá-la de lado e ficarmos por aqui mesmo, nos nossos arredores.

Foi em Malhada Vermelha que Claro Jorge abriu os olhos para o mundo: experimentou pela primeira vez a vida e conheceu as primeiras letras. Uma das figuras mais vivas de sua memória é a professora Maria Licô Martins, levada ao sítio para ensinar à criançada pelo Dr. Paizinho, tio de Claro e então prefeito de Itaporanga, a quem o distrito de Pedra Branca pertencia à época.

Ele havia concluído a 4ª série quando, no final do ano, por lá, apareceu o Padre José de Assis Sinfrônio, em sua peregrinação anual em busca de ajuda para as obras da Igreja. Conheceu o menino e incentivou o pai dele a mandá-lo à cidade para a conclusão dos estudos. O problema é que o garoto não tinha onde ficar em Itaporanga, mas o empecilho logo foi sanado: Padre Zé deu morada a Claro e abriu as portas do Ginásio Diocesano para ele. “Eu relembro com muita satisfação e orgulho da minha professora do sítio Malhada Vermelha, onde tudo começou, todos os professores e professoras do Ginásio, que muito positivamente me influenciaram (Cleó Nogueira, Maria de Lourdes Leite, Telma Crizanto, Dora Chaves, José Cirilo e Heloísa Diniz) e de ter sido concluinte da primeira turma da escola criada por Padre Zé”, diz Dr. Claro, ao contar que tão logo concluiu o ensino ginasial foi selecionado, juntamente com um grupo de jovens regionais, para o Colégio Marista, em Recife.

A escola era um internato dirigida por educadores católicos e voltada para jovens vocacionados para a vida religiosa, mas Claro Jorge não planejava ser padre e trocou o vestibular de teologia pelo de medicina. Ficou entre os seis primeiros colocados na Universidade Federal de Pernambuco. Retornou a Itaporanga para dar a boa notícia ao pai e teve uma surpresa nada agradável: “quando eu lhe pedi a bênção, eis o que ele me disse: ‘a saudade que deixa é a mesma que leva, saiba que não está deixando nenhuma, e também não está levando nenhuma’, ele não queria que eu fosse estudar medicina em Recife por ser uma cidade distante, acreditava que não teria condições financeiras de me manter em um lugar onde, naquela época, só estudavam os filhos dos grandes fazendeiros do Nordeste”, justifica.

Mas as preocupações do pai não intimidaram o jovem. Rumou para Recife e lá, por coincidência, descobriu um neto de uma mulher que viveu durante muito tempo em taporanga e era proprietária de uma pensão na capital pernambucana. Nega de Aceno Alves foi dona de um prostíbulo na cidade e conhecia muito bem Severino Clementino, pai de Claro, e por isso mesmo relutou em aceitar o jovem, que terminou ficando. E lá teve o apoio de outros itaporanguenses, a exemplo do jornalista José Otávio e de Anita Conserva, além de Adalgisa Vieira e Luiz Menezes. Os irmãos maristas também foram importantes em sua vida na capital pernambucana.

Inicialmente, experimentou muitas dificuldades. A ajuda que a família mandava pelos Correios, único meio na época, não era muita e quando chegava o pagamento da pensão já estava atrasado. As coisas foram melhorando quando ele começou a trabalhar: primeiro em um banco e depois como professor de biologia. A partir de então, passou a bancar seu próprio sustento.

Apesar dos estudos em Recife, periodicamente vinha em Itaporanga e transformou-se em um grande ativista cultural: participou dos eventos universitários e fundou um grupo de teatro (Grutai). Antes já havia sido integrante da banda marcial do Ginásio, onde também lecionou por um ano. Era admirador da Maçonaria de Eddeus Feitosa; dos ensinamentos espíritas de Fernão Dias Sá, Zé Basílio e Antônio Bandeira; do Socialismo de Paulo Conserva.

Depois de formado na UFPE, Claro fez especialização pediátrica no Imip (Instituto Materno Infantil de Pernambuco), hoje uma referência nacional em Pediatria. Depois de formado, voltou a Itaporanga no final da década de 70 e as duas propostas iniciais de trabalho, uma em Emas e a outra em Princesa Isabel, não foram aceitas por influência de seu pai, e Dr. Claro viajou para Brasília, que foi a ponte para o seu maior desafio pessoal e profissional: o trabalho médico no interior do Estado do Amazonas.

O amigo dos velhinhos; o médico das crianças

Hoje, quase três décadas depois de ter pisado, pela primeira vez, o solo amazônico, Dr. Claro Jorge de Carvalho, o filho da Malhada Vermelha, é uma das figuras mais conhecidas do Amazonas. Atuou em 46 dos 62 municípios do Estado e salvou incontáveis vidas ao entregar-se de corpo e espírito à luta pela saúde de um povo até então abandonado à própria sorte nas ribeiras perdidas da grande floresta.
Foi graças ao Projeto Rondon, responsável pelo recrutamento de médicos para trabalhar na região Norte, cuja população sofria pela falta de assistência, que Claro chegou ao Amazonas. Foi em 81. Conheceu e integrou-se ao projeto meses depois de chegar a Brasília. “Lembro muito bem da nossa partida: éramos mais de 40 médicos em um avião búfalo, todos de pé, ao som do dobrado Dois Corações, que me fazia lembrar a banda de Padre Zé”, recorda. 

Quando chegou ao Amazonas, Dr. Claro foi designado para trabalhar em duas cidades: Boca do Acre e Pauini, ao sul do Estado. Para ir de uma localidade a outra somente de barco ou avião devido à distância e a falta de estradas. Notícias do pai em Itaporanga só era possível graças a Lucileide Almdeia, então diretora da Telpa. “Lá as cidades não tinham energia todo o dia e as comunicações eram precárias”.

Hanseníase, malária, hepatite e tuberculose eram algumas de suas inimigas diárias na guerra para salvar crianças e gente de todas as idades. 

Foi tão importante para a população que era tratado como um santo. Atuando como médico do governo estadual e perito do INSS, curou tanto quanto aposentou, e foi recompensado com títulos que passaram a integrar seu currículo: o médico das crianças; o amigo dos velhinhos. 

Ganhou tanto prestígio popular que terminou caindo dentro da política partidária: foi, sem sucesso, candidato a vice-prefeito de Pauini em 88, mas desistiu da política porque “ser honesto é perigoso, e eu não abro mão de minha honestidade”. Mas exerceu cargos públicos: foi secretário municipal de saúde e diretor hospitalar. Os valiosos serviços prestados à população também lhe rendem um título de cidadania, este no município de Boca do Acre.

Doença misteriosa

Mas a verdadeira vocação de Claro Jorge é a medicina e um dos maiores desafios de sua atividade médica no Norte do país foi, em 1989, uma década depois de chegar ao Amazonas, diagnosticar e lutar pela cura de uma doença que matou dezenas de ribeirinhos do rio Purus, especialmente na cidade de Lábrea, e poderia ter matado ainda mais se não fosse o grito de alerta do Dr. Claro às autoridades políticas do Estado.

À época, ele era o único médico presente na região, uma vasta extensão de terra, talvez maior do que todo o sertão paraibano. Em sua atividade diária, começou a registrar óbitos repentinos, especialmente de jovens, mas não conseguia diagnosticar a doença que tanto e tão rápido estava matando a população regional.

Preocupado, ele viajou a Belém, capital do Pará e sede do Instituto Evandro Chagas, onde pretendia descobrir qual era a enfermidade que estava aterrorizando a população do Purus. E logo tomou conhecimento do que se tratava: o instituto já havia identificado a doença e o governo já tinha conhecimento do caso, mas até então nada estava fazendo, e tudo era mantido em segredo. Foi a Drª Gilberta Bensabath que revelou ao Dr. Claro Jorge o que poucos poderiam saber. “Ela se aproximou de mim e disse baixinho: ‘doutor, é a febre negra da Lábrea!’, uma doença que até hoje continua sem cura e que mata rapidamente”, revela. 

Conforme Dr. Claro, a doença é uma combinação da hepatite B com um vírus chamado Delta. “É também conhecida como hepatite fulminante ou hepatite D”, esclarece o médico, que se reuniu com uma equipe de pesquisadores do instituto para buscar uma solução. E no encontro concluiu-se que a única maneira de controlar a doença era vacinar as pessoas do Purus contra a hepatite B, impossibilitando a combinação de vírus e o desenvolvimento da febre incurável.

Mas havia um problema: na época o único país que produzia a vacina era Cuba, e por conta dos embargos econômicos internacionais impostos à ilha de Fidel, era complicado importar o tratamento. Mas a pressão do itaporanguense sobre o governo estadual, e este sobre o Ministério da Saúde, foi exitosa: meses depois, a vacina chegou não apenas à região do Purus, mas a todo o país.

Outra importante ação do médico no Amazonas foi a idealização, em 2000, do Pai (Pronto Atendimento Itinerante), que são barcos equipados com estrutura técnica e profissionais para prestarem atendimento médico, odontológico e documental às populações ribeirinhas. Uma dessas embarcações recebe o nome Claro Jorge de Carvalho, uma homenagem ao seu mentor.

Um outro grande projeto do médico voltado à saúde da comunidade surgiu em 2002. São os centros de saúde, onde a assistência à população é especializada, conforme
a idade e a doença do paciente. O nome do Dr. Claro está gravado também em uma das unidades dessa obra de saúde pública.

O retorno a Itaporanga

No começo deste ano, Dr. Claro retornou às suas origens. Esta aqui a serviço de uma ONG (Organização não Governamental) belga, para elaborar um perfil sobre saúde e doença nesta região. O campo de pesquisa definido por ele são os municípios de Pedra Branca, Nova Olinda e Itaporanga, onde reside. O estudo já está sendo elaborado e é com esse trabalho que o médico pretende também fazer um doutorado na Bélgica.

Conforme Dr. Claro, com base na pesquisa que tem desenvolvido e nas observações que faz em sua atividade diária, a saúde pública regional, especialmente dos municípios onde atende, não é nada boa. “A assistência que é prestada nos hospitais e postos do Programa Saúde da Família deixa muito a desejar”, denuncia. Ele comenta que falta um projeto médico e administrativo para a saúde pública do Vale, e enquanto isso não for elaborado e posto em prática, as pessoas continuarão sendo obrigadas a deixar a região em busca de assistência em Patos, Campina Grande e João Pessoa. “Será que nós teremos que ressuscitar Pitanga e Balduino para resolver o problema da saúde?”, desabafa, referindo-se a dois dos maiores líderes políticos da história de Itaporanga.

Pubçicado no jornal Folha do Vale, de 27/11 a 17/12/2008

sábado, 29 de novembro de 2014

Corrigindo um erro histórico


A nossa Lei Orgânica, traz um erro anterior a data de sua promulgação, que ocorreu no dia 05 de Abril de 1990, assinada pelos então vereadores: Audiberg Alves de Carvalho, Presidente e que atualmente é o prefeito de Itaporanga; José Joaquim da Silva, que foi o seu Relator; Antônio Rodrigues Pita (Antônio de Bruno, Constituinte; Carlos Alberto Ferreira, Constituinte; José Hilton Baião, Constituinte; João Pereira de Sousa (Duvam), Constituinte, Josefa Gomes da Silva (Nazinha), Constituinte; José Sarafim de Queiroz Filho, Constituinte, Terezinha de Medeiros Carvalho Maia (Têtê), Constituinte.

Mais o erro é bem anterior. Foi cometido na promulgação da Lei nº. 11/73, que intituiu o Brasão e a Bandeira municipal como símbolos oficiais, isso perdura a aproximadamente 32 anos e não sabemos quando será corrigido. Eu pensei que fosse corrigido agora, por ocasião das comemorações do sesquicentenário do nosso município; cheguei até a falar com alguns vereadores e o assessor jurídico da casa, mas não me deram ouvidos. Afinal, trata-se apenas de nossa lei maior; isto não tem a menor importância.

A própria capa da Lei Orgânica impressa, já traz um erro visível a qualquer leigo, colocaram nela, um emboço, por sinal, muito mal feito, do nosso escudo oficial. Vejam os senhores e comprovem:

Mais vamos ao que interessa. Em seus anexos, a Lei nos remete ao decreto 11/73, assinado pelo senhor Sinval Pinto, prefeito na ocasião. (Esta lei não foi encontrada nem na prefeitura e nem na câmara)...

Lei nº 11/73
Institui Símbolos Municipais 

ESCUDO: 

Campo azul, contornado pelas cores estaduais, sustentado pela Estrela do Estado da Pátria. Triangulo ao centro representando à pecuária e acidentes geográficos do Município; Ladeando o Escudo, ramos da produção agrícola do Município: Algodão, Milho Arroz e Feijão.

Agora vejam o Escudo:

 
Brasão Oficial

Aonde é que vocês estão vendo o “Campo azul”, não seria melhor corrigir para “Faixa azul)? “Contornado pelas cores estaduais, sustentado pela Estrela do Estado da Pátria” Não ficou confuso o Estado da Pátria? E porque não fazem referências ao verde e amarelo, as cores nacionais? “Triangulo ao centro representando à pecuária e acidentes geográficos do Município”; Eu juro! Morri de procurar e não encontre o tal Triangulo. “Ladeando o Escudo, ramos da produção agrícola do Município: Algodão, Milho Arroz e Feijão. Deve ter sido pelos anos de seca que assola a região, que os ramos de Arroz e Feijão despareceram... Só restando os de Algodão (lado esquerdo) e Milho (lado direito).

A nossa Bandeira, não e nada mais nada menos de que o Escudo, assentado num retângulo, metade Azul (esquerda) e metade Branco (direita). A mesma Lei reza o seguinte:

BANDEIRA DO MUNICÍPIO: 

Cores Municipais: Azul e Branco 
Símbolo: Estrela Branca (representa à sede do Município) 
Escudo: (representa a segurança da municipalidade e do povo, fortificados pelos poderes nacionais e estaduais representados nas cores do pavilhão nacional e estadual. 
Inscrições: Ordem, União e Trabalho.

Vejam a Bandeira:




“Escudo: (representa a segurança da municipalidade e do povo, fortificados pelos poderes nacionais e estaduais representados nas cores do pavilhão nacional e estadual.” O escudo usado na bandeira é outo, este tem as cores nacionais. “Inscrições: Ordem, União e Trabalho.” Por displicência de quem as confeccionou, as inscrições de todas as Bandeiras do Município, a ordem alterada.

Um blogueiro, querendo modificar o Brasão Municipal, alegou que alguns prefeitos usavam cores para enaltecer a si próprias ou aos partidos que pertenciam, se referindo ao ex-prefeito Antônio Porcino, que emporcalhou os prédios públicos e até os postes de energia nas cores, preto e vermelho. O rapaz, fez uma cópia grosseira da logomarca do governo Zé Maranhão. Mas ainda bem, que essa Lei esdrúxula, como muitas das leis em Itaporanga, caíram em desuso.

Vejam a semelhança das Logomarcas (não confundir com Brasão):

 
Logomarca do governo Djaci Brasileiro
Logomarca do governo José Maranhão

Fazer o quê? Essa é a Itaporanga, velha de guerra!

Paulo Rainério Brasilino, Novembro de 2014

Prefeito Djaci Brasileiro assina MP que define o brasão como marca a ser utilizada pelo Governo

Brasão (Escudo)
Nestes 144 de história a cidade de Itaporanga ganha um presente importante e representativo, que enfoca a alta-estima de um povo guerreiro e de uma gente hospitaleira, O prefeito Djaci Brasileiro já começa o seu governo com um ato merecedor de aplausos de toda a população, devido ter definido através da assinatura de Medida Provisória que garante a Prefeitura Municipal de Itaporanga a nova logomarca da atual administração municipal, e por dispositivo de Lei para as próximas administrações. A nova logomarca com o Brasão Oficial do Município e as Cores Municipais, Azul e Branco, atendendo o que determina a Lei Municipal n° 11/73, que define como logomarca permanente, definitiva, exclusiva e obrigatória do município de Itaporanga. 

A nova logomarca oficial do município será obrigatoriamente acompanhada da inscrição do lema oficial: Ordem, União e Trabalho. E sera utilizada institucionalmente nas ações, programas, obras e serviços realizados pelos órgãos do Poder Executivo Municipal. A nova logomarca, ainda, será colocada em uniformes, placas, veículos, prédios públicos, entre outras coisas pertencentes ao patrimônio público municipal. 

O ato desprendido pelo prefeito Djaci Brasileiro busca o disciplinamento do uso do Brasão e das cores do nosso Município, além de valorizar um símbolo representativo municipal, fazendo cessar uma prática corriqueira que simplesmente favoreciam e promoviam pessoalmente alguns governantes, que se preocupavam muito mais com suas vaidades pessoais do que com os interesses da coletividade, inclusive, sem atentarem, para os excessivos gastos, que geravam ao erário público, em consequência das constantes modificações na logomarca do Município, sempre que um novo prefeito assumia. 


“É mais do que uma honra poder assegurar no âmbito do Governo Municipal a logomarca oficial do município com a definição do Brasão e cores oficiais, que dão, sem dúvidas, mais representatividade a cidade de Itaporanga e aos seus habitantes por se tratar de um símbolo histórico e que representa essa gente brava, guerreira e hospitaleira”, disse o prefeito Djaci Brasileiro. 

Na linha do que determina a medida adotada, a nova logomarca que é uma criação do jornalista e multimídia Ricardo Pereira da Silva e destaca os dois principais símbolos do município, o Brasão e as Cores da Bandeira (do município). "Nossa idéia foi colocar o Brasão do município sob uma base, representando o seu povo e sua gente. Dando total ênfase ao Azul e Branco, que são as cores oficiais. Esse é um passo importantíssimo que o atual Governo Municipal dá em direção ao respeito e a representatividade da história de Itaporanga", disse Ricardo Pereira. 

Brasão (Escudo)
O Brasão (Escudo) é usado como timbre nos papéis oficiais do Município. Foi oficializado pelo Prefeito de Itaporanga, na época Sinval Pinto Brandão. Observando-se seu desenho, vê-se que é formado por um campo azul, contornado pelas cores estaduais, sustentado pela Estrela do Estado da Pátria. Formado, ainda, por um Triangulo ao centro representando à pecuária e acidentes geográficos do Município; ladeando o Escudo, ramos da produção agrícola do Município: Algodão, Milho, Arroz e Feijão. 

* Este texto contém erros groseiros

Bandeira

Com as Cores Municipais: Azul e Branco, e como Símbolos: Estrela Branca, que representa a sede do Município. Um Escudo, que representa a segurança da municipalidade e do povo, fortificados pelos poderes nacionais e estaduais representados nas cores do pavilhão nacional e estadual. E, as inscrições: Ordem, União e Trabalho. 

A foto a seguir mostra as Bandeiras: Estadual, Nacional e Municipal. 

Como efeito este ato tem como objetivo por um fim as mudanças de logomarcas a cada quatro anos, quando assume um novo prefeito, pois o Brasão, e as cores municipais, representam simbolicamente o Município de Itaporanga, sua história e seu povo, independentemente do mandatário e de sua coloração política partidária, não podendo assim, servir de instrumento para a satisfação do ego pessoal de quem quer que seja, com práticas que desperdiçam o dinheiro público mesmo se revestindo da legalidade, mas sendo injustas quando gastas vultosas quantias de dinheiro com mudanças de logomarcas. 

Segundo Ricardo Pereira, com essa definição todos os órgãos da administração do Poder Executivo Municipal receberão em breve as informação acerca da nova marca, que enfoca a história e a cultura da cidade. A Bandeira e o Escudo de Itaporanga foram criados pelo então prefeito Sinval Pinto Brandão, na década de 70. 

BANDEIRA OFICIAL

Arte: Fernando Veriato. Supervisão Rainerio

Baixar Brasão em arquivo .bmp:

Fonte: Revista "Itaporanga, 144 anos de história"

Câmara de Itaporanga vira caso de polícia: vereadores prestam queixa contra presidente por suposta ameaça

A sessão de sábado, 16, da Câmara Municipal de Itaporanga, terminou na delegacia...


A sessão de sábado, 16, da Câmara Municipal de Itaporanga, terminou na delegacia. Seis vereadores (Lula, Valeriano, Duvan, Zeca, Zé Porcino e Saulo) sentiram-se ofendidos e ameaçados pelo presidente da Câmara, José Queiroz (PMDB), e resolveram procurar a polícia, onde registraram queixa por ameaça contra o vereador-presidente.

O desentendimento entre Queiroz e seus colegas de parlamento ocorreu no interior do legislativo após a sessão. Conforme os vereadores que assinaram a queixa, Queiroz ficou insatisfeito com as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para apurar irregularidades na atual gestão da Câmara.

José Queiroz também ficou revoltado com a decisão dos vereadores de marcar uma sessão para votar a cassação do seu mandato de parlamentar mirim com base no relatório da CPI, que atestou várias irregularidades na gestão da Câmara em 2009, primeiro ano da administração Queiroz, que nega as denúncias.

A queixa dos vereadores foi prestada ao delegado Joáis Marques, que já ouviu todos os denunciados e agora vai ouvir o acusado. “Até o final do mês, nós vamos concluir esse inquérito para sabermos se essas supostas ameaças têm fundamento ou não”, comenta o delegado.

Está marcada para o próximo dia 29 a sessão para votar a cassação ou não do mandato do vereador José Queiroz, que diz não ter ameaçado ninguém e enfatiza que está sendo vítima de uma perseguição política com objetivo de “me tirar da presidência da Câmara e tomar o meu mandato, que foi dado pelo povo e só o povo é que pode tirá-lo”.

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