As eleições se foram.
Um ganhou, outro perdeu e a vida continua; contudo, durante o pleito muitos amigos se machucaram, muitos irmãos se ofenderam, muitos parentes se agrediram. Tudo isto de uma forma apaixonada, sem medir as consequências daquilo que estavam dizendo. Esqueceram-se da consanguinidade ou da afetividade que os ligavam e foram avante numa briga recíproca, aprofundando-se cada vez no abismo da falta de senso ou responsabilidade naquilo que estavam proferindo.
Aconteceram muitas rusgas. Muita superfície plana do bem querer foi arranhada e, agora que as eleições passaram, ficou um festival de insanidade e de inconsequências por um tiroteio verbal que não valeu à pena.
Amizades foram jogadas fora por nada. Consanguinidade também. Como fica o daqui em diante? Muitos ofenderam sabendo que, depois, haveria o rotineiro “me desculpe” e o subsequente “não foi nada.”
Onde está a hombridade de segurar aquilo que proferiu?
De minha parte, eu pouco ofendi, mas, ofendi e não arredo um pé do que disse porque o disse com convicção. Não vou pedir desculpas e tenho que arcar com as consequências. Por outro lado fui ofendido e quem o fez deve arcar com as mesmas responsabilidades que a ofensa possui.
Não me peçam desculpas. Se o que disseram foi com convicção e agora pedem desculpas, foi classificado por mim na tabela de amizade como um covarde. Não sustenta aquilo que diz. Se, porém, o que disseram foi sem convicção, com intenção pura e simples de ofender, é um perverso e nem sequer está na minha tabela de amizade. “Dê a face direita a quem lhe bateu na esquerda” é uma conversa de dois mil anos atrás e está obsoleta.
Antonio Fonseca Jr.
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