terça-feira, 11 de novembro de 2014

Paraíba

Geografia

Vista da Pedra do Ingá, o sítio arqueológico
 mais visitado da Paraíba.
A Paraíba está localizada a leste da Região Nordeste do Brasil, fazendo divisa com os estados do Rio Grande do Norte (norte), de Pernambuco (sul) e do Ceará (a oeste) e o Oceano Atlântico (a leste).35 A distância entre seus pontos extremo norte e sul, em linha reta, é de 263 quilômetros; enquanto isso, seus pontos extremo leste e oeste estão separados por uma distância reta de 443 quilômetros.36 O ponto mais a leste da Paraíba, a Ponta do Seixas, em João Pessoa, é também o ponto mais oriental do Brasil e da América.35 Sua área territorial é de 56 479,778 km², sendo um dos menores estados do país.

Relevo e hidrografia[editar

Rio Paraíba no município de Itabaiana.
O relevo da Paraíba é diversificado, e varia conforme cada região do estado. No litoral, há a Planície Litorânea; no restante da zona da mata, os tabuleiros formados a partir de acúmulos de terras que descem de localidades mais altas; na região agreste, depressões situadas entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema - com altitudes entre trezentos e oitocentos metros - e, no sertão, há a Depressão Sertaneja, que começa no município de Patos, estendendo-se até a Serra da Viração. Mais da metade do território estadual é dominada por rochas muito antigas e resistentes formadas durante o período Pré-Cambriano, há mais de 2,5 bilhões de anos atrás.37 Desse período também se formaram alguns sítios arqueológicos do estado, como a Pedra do Ingá. As principais serras localizadas na Paraíba são: Serra do Teixeira (onde está localizado o Pico do Jabre, ponto culminante da Paraíba com uma altitude de 1.197 metros acima do nível do mar), Serra da Paula (1 147 m), Serra do Tabaquino (1 120 m), Serra do Pesa (1 084 m) e Serra do Cariris Velho (1 070 m).

No Brasil, a Paraíba possui 100% do seu território inserido na Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental.39 Em se tratando apenas das bacias hidrográficas do estado, a Paraíba é abrangida por um conjunto de onze bacias hidrográficas, sendo a maior de todas a do Rio Piranhas, com 26 047,99 km², formada pelas sub-bacias hidrográficas do Rio Piancó (9 424,75 km²), do Médio Piranhas (4 461,48 km²), do Rio Seridó (3 442,36 km²), do Rio do Peixe (3 420,84 km²), do Rio Espinharas (2 981,60 km²) e do Alto Piranhas (2 588,45 km²).40 A segunda maior bacia é a do Rio Paraíba, com uma área de 20 071,83 km² e formada pelas sub-bacias do Alto Paraíba (6 717,39 km²), do Rio Taperoá (5 666,38 km²), do Baixo Paraíba (3 925,40 km²) e do Médio Paraíba (3 760,65 km². As demais bacias hidrográficas da Paraíba são as dos rios Mamanguape (3 522,69 km²), Curimataú (3 313,58 km², Jacu (977,31 km²), Camaratuba (637,16 km²), Gramame (589,38 km²), Abiaí (585,51 km²), Miriri (436,19 km²), Guaju (152,62 km²) e Trairi (16,08 km²). Os rios dessas bacias hidrográficas são classificados em dois tipos: os litorâneos e os sertanejos. Os rios litorâneos nascem em serras do Planalto da Borborema e deságuam no litoral da Paraíba, mais especificamente no Oceano Atlântico, sendo os principais o Rio Paraíba - que nasce na Serra de Jabitacá, no município de Monteiro, percorrendo cerca de 360 quilômetros até desaguar no mar -, o Curimataú e o Mamanguape. Já os rios sertanejos são os que têm sua nascente no sertão e sua foz no litoral do Rio Grande do Norte; o principal é o Rio Piranhas - o mais importante do sertão da Paraíba, tendo sua nascente na Serra do Bongá, próximo à divisa da Paraíba com o Ceará e deságua em Macau, no litoral norte-riograndense, sendo, durante seu curso, aproveitado para a irrigação de alguns terrenos sertanejos -, que tem como principais afluentes o rios do Peixe, Piancó e o Espinharas.

Os principais reservatórios de água da Paraíba são: a Barragem Doutor Estevam Marinho, também conhecido por Açude de Coremas, localizado no município de mesmo nome (com capacidade para 720 000 m³ de água); o Açude Mãe d'Água, também situado em Coremas (640 000 m³); o Açude Epitácio Pessoa, conhecido pela denominação Boqueirão Cabaceiras e localizado em Boqueirão (535 680 m³); o Açude Engenheiro Ávidos (255 000 m³) e a Lagoa do Arroz (94 481 m³), sendo os dois últimos localizados em Cajazeiras.

Clima, vegetação e solos

Cabaceiras, apelidada de Roliúde Nordestina,
é também considerado o município
onde menos chove no país
.
Devido à sua proximidade com a Linha do Equador a Paraíba possui um clima quente, com temperaturas elevadas durante todo o ano, e variado conforme o relevo local. Na região litorânea, o clima é classificado como tropical úmido, com temperaturas médias em torno de 24°C, e duas estações, uma seca no verão e outra chuvosa no outono e no inverno, e precipitações médias de 1 700 mm por ano. Mais para o interior, após a Serra da Borborema, o clima abundante é o semiárido, caracterizado pelas chuvas escassas e irregulares, com baixa pluviosidade, que por vezes é inferior aos 500 milímetros anuais. Cabaceiras, na região da Borborema, possui o título de município mais seco do país, com chuvas inferiores a trezentos milímetros anuais. Quase 98% do seu território está incluído no Polígono das Secas.

A vegetação do estado é, tal como o clima, variada conforme o relevo. Na região litorânea, a cobertura vegetal é formada pelos tabuleiros, com abundância de arbustos e gramíneas, sendo batiputá e mangabeira as espécies mais predominantes. No sertão, especialmente após a formação do Planalto da Borborema, a formação vegetal mais abundante é a caatinga, formada por espécies de árvores, como a baraúna, e arbustos, como mandacaru e xique-xique.

De acordo com Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba, as classes de solos solos existentes no estado são: afloramentos de rocha (que cobre 0,26% do território estadual), areias quatzosas (1,17%), bruno não cálcico (25,95%), cambissolos (0,84%), gleissolos (0,04%) latossolos (0,60%), podzóis hidromórficos (0,49%), podzólico vermelho amarelo (14,36%), planossolos (0,86%), regossolos (4,77%), solos aluviais (3,38%), solos indiscriminados de mangue (0,26%), solos litólicos (39,11%), solos solonétzicos solodizados (3,98%), terra roxa estruturada (0,54%) e vertissolos (3,39%).

Litoral

 Ver página anexa: Lista de praias da Paraíba

Pôr do sol na Praia fluvial do Jacaré, em Cabedelo
O litoral paraibano possui 138 quilômetros de extensão, com 55 praias, e se estende desde a divisa com o estado do Rio Grande do Norte até a divisa com Pernambuco.

No litoral norte, as praias não são apenas de aspecto primitivo ou localizadas em área urbana, como também abrigam parte do patrimônio histórico estadual, como a Fortaleza de Santa Catarina em Cabedelo, uma das cidades mais portuárias do país. Ainda em Cabedelo, destacam-se as praias do Jacaré - que dispõe de um belo pôr do sol ao som do Bolero de Ravel, estilo musical tocado nos estabelecimentos de bares locais -, de Intermares, de Camboinha e de Poço, onde, nas duas últimas, está situada a ilha de Areia Vermelha. Em Baía da Traição, encontra-se preservada até os dias atuais uma reserva indígena dos índios potiguara.

O litoral sul possui as praias mais bonitas do Brasil, entre as quais as do Amor, de Carapibus, de Graú, de Jacumã, de Pitimbu e de Tabatinga. Mas a famosa de todas elas é a do Tambaba, cercada por falésias e matas densas, localizada na Barra de Garaú, município de Conde, a 25 quilômetros de João Pessoa, primeira praia de naturismo da Região Nordeste e a segunda do Brasil, atraindo milhares de visitantes anualmente. Outras praias importantes da região litorânea sul são as de Barra de Gramame, Cabo Branco, Coqueirinho, Tambaú - nesta última está localizado o Picãozinho, uma formação de corais de recifes -, todas localizadas na área urbana de João Pessoa.

Áreas protegidas


Parque Estadual da Pedra da Boca,
no município de Araruna
Em 2010, a Paraíba possuía 28 unidades de conservação, sendo sete federais, sete estaduais, cinco municipais e nove reservas particulares do patrimônio natural.52

As unidades de conservação federais, administradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), são a Área de Preservação Permanente Mata do Buraquinho (em João Pessoa), a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (Mamanguape), a Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (em Cabedelo), Reserva Ecológica Guaribas (Mamanguape), a Reserva Extrativista Acaú-Goiana (nos municípios paraibanos de Caaporã e Pitimbu, além de Goiana, em Pernambuco), a Terra Indígena Jacaré de São Domingos (Baía da Traição) e a Terra Indígena Potiguara (nos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto). Por sua vez, as unidades de conservação estaduais, administradas pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente, são a Área de Proteção Ambiental do Cariri (nos municípios de Boa Vista, Cabaceiras e São João do Cariri), a Área de Proteção Ambiental das Onças (São João do Tigre), a Área de Proteção Ambiental do Roncador (em Bananeiras e Pirpirituba), a Área de Proteção Ambiental de Tambaba (nos municípios de Alhandra, Conde e Pitimbu), a Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Goiamunduba (em Bananeiras), a Estação Ecológica do Pau Brasil (Mamanguape), o Parque Estadual da Mata do Xem-xem (Bayeux), o Parque Estadual Mata de Jacarapé (João Pessoa), o Parque Estadual Mata do Aratu (João Pessoa), o Parque Estadual Mata do Pau-Ferro (Areia), o Parque Estadual Pedra da Boca (Araruna), o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha (Cabedelo), o Parque Estadual Pico do Jabre (em Mãe d'Água e Matureia), o Parque Estadual do Poeta (em Campina Grande), a Reserva Ecológica Mata do Rio Vermelho (Rio Tinto) e o Vale dos Dinossauros (Sousa). São unidades de conservação municipais a Área de Proteção Ambiental Rosilda Cartaxo (Cajazeiras), o Parque Ecológico do Distrito de Engenheiro Ávidos (Cajazeiras), Parque Ecológico Municipal da Barra do Rio Camaratuba (Mataraca), o Parque Municipal de Cabedelo (em Cabedelo) e o Parque Municipal Lauro Xavier (João Pessoa). Por último, as reservas particulares do patrimônio natural, sob jurisdição federal, eram a Fazenda das Almas (São José dos Cordeiros, a Fazenda Pacatuba (Sapé), a Fazenda Santa Clara (São José do Cariri), a Fazenda Pedra d'Água (Casserengue) a Fazenda Tamanduá (Santa Teresinha), a Fazenda Várzea (Araruna), a Mata do Engenho Gargaú (Santa Rita), além da Fazenda Cabeça de Boi (localizada em Pocinhos) e da Gurugy dos Paus Ferros (em Conde).

Área de Proteção Ambiental de Tambaba,
no litoral sul paraibano.
Outras áreas naturais protegidas do estado, mas sem o estatuto de unidades de conservação, naquele mesmo ano, eram o Litoral norte da Barra do Rio Camaratuba (Mataraca), a Mata de Mangabeira (João Pessoa), a Mata de Cabedelo (em Cabedelo), Mata do Engenho Socorro (nos municípios de Alagoa Grande e Areia), Mata da Usina São João (Santa Rita), a Mata do Triunfo (João Pessoa) e o Sítio Arqueológico Boa Vista (em Boa Vista).

Em virtude da remoção da cobertura vegetal ou da caça, de uma lista de 46 espécies ameaçadas de extinção na Paraíba, conforme estudo da Sudema, cerca de 25 têm (ou tinham) seu habitat na Mesorregião da Mata Paraibana.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia da Paraíba

Segundo o censo brasileiro de 2010, a população do estado da Paraíba era de 3 766 528 habitantes, sendo a décima terceira unidade da federação mais populosa do país, concentrando cerca de 2% da população brasileira55 56 e apresentando uma densidade demográfica de 66,70 habitantes por quilômetro quadrado. De acordo com este mesmo censo demográfico, 2 838 678 habitantes viviam na zona urbana (75,37%) e 927 850 na zona rural (24,63%). Ao mesmo tempo, 1 824 379 pessoas eram do sexo masculino (48,44%) e 1 942 149 do sexo feminino (51,56%),58 tendo uma razão de sexo de 93,94.59 Sua capital, João Pessoa, com seus 723 515 habitantes, concentrava, neste mesmo ano, 19,2% da população estadual e possuía a maior densidade demográfica da Paraíba (3 421,30 hab./km²). Da população total do estado, considerando-se a nacionalidade, 3 765 131 (99,96%) eram brasileiros, sendo 3 764 722 brasileiros natos (99,95%) e 409 naturalizados brasileiros (0,01%), além de 1 397 estrangeiros (0,04%).62 Simultaneamente, 3 464 844 pessoas eram nascidas no próprio estado (91,99%) e os 301 684 restantes eram de outros estados ou até mesmo do exterior (8,01%).

Dos 223 municípios do estado, apenas quatro possuíam população superior a cem mil habitantes (João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita e Patos), seis entre 50 e 100 mil habitantes (Bayeux, Sousa, Cajazeiras, Cabedelo, Guarabira e Sapé), 20 entre vinte e cinquenta mil, 56 entre dez e vinte mil, 68 entre cinco e dez mil, 63 entre dois e cinco mil e seis abaixo de dois mil habitantes (Areia de Baraúnas, Coxixola, Riacho de Santo Antônio, Quixaba, São José do Brejo do Cruz e Parari).66 67 Entre 2000 e 2010, a Paraíba registrou um crescimento populacional 9,51%, inferior às médias da região Nordeste (11,29%) e do Brasil (12,48%).68 Para 2012, a estimativa populacional é de 3 815 171 habitantes.

O Índice de Desenvolvimento Humano do estado da Paraíba é considerado médio conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo o último relatório, divulgado em 2008 com dados relativos a 2005, o seu valor era de 0,718, um pouco abaixo da média regional (0,720), estando na 24ª colocação a nível nacional e em sexto a nível regional, sendo superado pelos estados da Bahia (0,742), Sergipe (0,742), Rio Grande do Norte (0,738), Ceará (0,723) e Pernambuco (0,718), e à frente do Piauí (0,703), Maranhão (0,683) e Alagoas (0,677). Considerando-se o índice da educação, seu valor é de 0,793 (24º), o índice de longevidade é de 0,723 (23º) e o de renda é 0,638 (19º).70 A incidência de pobreza, em 2003, era de 57,48% (sendo 61,75% o índice de pobreza subjetiva) e o índice de Gini no mesmo ano era 0,46.71 Em 2009, a taxa de fecundidade era de 2,25 filhos por mulher, a décima maior do Brasil.

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Fonte: Wikipádia

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