quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cordel: A chegada de Padre Zé no Ceu


O cordel A chegada de Padre Zé no Céu do jornalista e escritor itaporanguense Souza Neto e o primeiro trabalho digitalizado em forma de e-book (livro eletonnico) disponivel no site para download (baixar).

Foi grande festa nesse dia 
E a noite inteira também 
As trombetas da alegria 
E os anjos cantando amém 
Com flores, manjar e mel 
Desde a porta da entrada 
Foi majestosa a chegada 
De Padre Zé ao Céu. 

Santos vibravam de alegria 
E em um altar de encanto 
José, Jesus e Maria 
Esperavam o novo santo 
O Céu de grande amor 
E de brilho se reveste 
A casa do Pai Celeste 
Ganha novo morador. 

Assim que Deus convocou 
Padre Zé a descansar 
Ele logo recomendou 
A São Pedro preparar 
Uma festa sob medida: 
E capriche, Pedro, porque 
O Céu hoje vai receber 
Uma alma muito querida. 

19 de setembro, o dia 
Dois mil e seis foi o ano 
O sino em agonia 
12, hora do desengano 
E enquanto os rebanhos seus 
Aqui na terra choravam 
Festões se realizavam 
Dentro da Casa de Deus. 

Ante a Virgem Imaculada 
E o seu filho Jesus 
Em sua nova morada 
Rodeado por muita luz 
Padre Zé entrou feliz 
E como se fosse um sonho 
Avistou logo padre Sitonho 
Junto com padre Diniz. 

Abraçou emocionado 
Os colegas de batina 
Por outros foi abraçado 
E muita gente divina 
Esperava a ocasião 
E foi alegre reboliço 
Quando avistou Padim Ciço 
Ao lado de Frei Damião. 

Espalhou-se por todo canto 
A notícia do festão 
São Tomé a outro santo 
Pergunta com admiração 
Por que festa de tanto dote 
Para um homem igual 
Que não é papa nem cardeal 
Mas um simples sacerdote? 

São Judas ia passando 
Quando a conversa escutou 
Tomé muito que questionando 
Por que todo aquele louvor 
Dedicado a Padre Zé 
Judas não contou demora 
Correu à Nossa Senhora 
E entregou São Tomé. 

Santa Maria e São José 
Na mesma ocasião 
Convidaram São Tomé 
Para uma reunião 
E por fim na heresia 
Pois se Cristo, assim, quis 
É porque Sinfrônio de Assis 
A maior das festas merecia. 

Maria disse: Tomé 
Não descreia os próprios seus 
Sabia que Sinfrônio é 
O maior dos homens de Deus 
Alma que o Céu nunca viu 
E na terra com tanto brilho 
A maior imagem do meu filho 
Foi ele que construiu. 

E seguiu falando Maria 
Com eloquência e luz: 
Tomé saiba que Jesus 
Não valoriza hierarquia 
Nem rico nem gente nobre 
Mas o espírito capaz 
Para o Cristo tanto faz 
Ser um papa ou ser um pobre. 

E continuou Maria falar: 
Tomé, filho, já que você 
Para poder acreditar 
Precisa de antes “vê” 
Olhe para o meu coração 
E veja sem a maldade 
Aquela pequena cidade 
Encravada no sertão. 

Volte os olhos para a Terra 
E veja sem sobressalto 
No cume daquela serra 
Ele ergueu, lá, o mais alto 
Monumento ao Senhor 
Com o cimento da esmola 
Construiu paz com escola 
Transformou música em amor, 
A caridade foi sua guia 

Nos dias mais delicados 
A cada seca bravia 
Acolhia os flagelados 
No vão santo de sua asa 
A pé, vencia as paradas 
Deu aos outros muitas moradas 
Mas nunca teve uma casa. 

Fez uma gráfica para pintar 
O papel nobre do progresso 
Fez uma banda para levar 
Os Jovens ao sucesso 
Honrou Cristo a cada sermão 
Pregou por toda essa terra 
E acabou com a guerra 
De Jenipapo e Nitão. 

A cavalo ou a pé 
Todo o Vale percorria 
Levava palavra de fé 
E as ajudas que trazia 
Em obra ele transformou 
Foi uma vida de peleja 
Dedicada à Igreja 
E ao povo que tanto amou. 

Uma escola para edificar 
Educação foi seu intuito 
E quem não podia pagar 
Recebia estudo gratuito 
Quem dele necessitava 
Com um sim ele respondia 
Até o salário que recebia 
Ao pobres todo doava. 

Ao ouvir Santa Maria 
São Tomé pediu perdão 
Ele disse que não sabia 
De toda aquela missão 
Que Padre Zé realizou 
E Ela disse: Tomé, por fim 
Nunca mais bote gosto ruim 
No que nunca experimentou, 

Mas tudo ficou feliz 
São Tomé foi perdoado 
E enquanto Sinfrônio de Assis 
Na terra era sepultado 
Ao pés da imagem do Cristo 
Ao Céu subia de vez 
E festa como a que se fez 
No Céu não se tem registro. 

Depois de recepcionado 
E dias de paz e luz 
Padre Zé foi convidado 
Diretamente por Jesus 
A nova missão exercer 
E disse: sej a o que for 
Eu estou pronto, Senhor, 
Para aqui no Céu fazer. 

E logo foi nomeado 
Assessor de obra e graça 
Cargo para ele criado 
Para que no Céu se faça 
Justiça aos desvalidos 
É ele que graças concebe 
É ele também que recebe 
As almas dos falecidos. 

Foi cumprindo essa função 
Que no dia um do mês sete 
Algo feriu seu coração 
Qual gume de canivete 
Sua alma foi abalada 
Quando falou São Mateus 
Lá fora há 2 ex-alunos seus 
No Céu pedindo entrada. 

Padre Zé autorizou 
No mesmo ato de instantes 
E lá de fora um anjo gritou: 
Além dos dois ex-estudantes 
Há outros dois a acompanhar 
E os dois não se contentam 
Eles dizem que só entram 
Se os outros dois “entrar”. 

Não podia faltar aos seus 
Mas também não poderia 
Botar na Casa de Deus 
Quatro num único dia 
Mas na mesma ocasião 
Padre Zé se instruiu 
E a São Pedro se dirigiu 
Contando a situação. 

Para resolver a questão 
São Pedro necessitou 
De uma autorização 
E, logo, Cristo mandou 
Uma ordem assinada: 
Ordeno com amor e fé 
Sendo gente de Padre Zé 
Pode entrar de carrada. 

Abriu-se a Porta Celestial 
E acordes de emoção 
Do grande mestre musical 
Encheram todo o salão 
Radegundis fez bonito 
E o Céu virou festança 
Com o Adenilton França 
Roberto e o Benedito. 

Emocionado ao ver os seus 
Padre Zé disse contente 
Todo dia peço a Deus 
Bom destino a minha gente 
Mas tudo tem tempo certo 
É o que Deus Pai decidir 
E quem de lá vier pra qui 
Vai achar o Céu aberto.

Ele esta disponível em dois formatos:

A chegada de Padre zé no Céu (abre com o Word)

A chegada de Padre zé no Céu (abre com qualquer leitor de PDF)

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