O cordel A chegada de Padre Zé no Céu do jornalista e escritor itaporanguense Souza Neto e o primeiro trabalho digitalizado em forma de e-book (livro eletonnico) disponivel no site para download (baixar).
Foi grande festa nesse dia
E a noite inteira também
As trombetas da alegria
E os anjos cantando amém
Com flores, manjar e mel
Desde a porta da entrada
Foi majestosa a chegada
De Padre Zé ao Céu.
Santos vibravam de alegria
E em um altar de encanto
José, Jesus e Maria
Esperavam o novo santo
O Céu de grande amor
E de brilho se reveste
A casa do Pai Celeste
Ganha novo morador.
Assim que Deus convocou
Padre Zé a descansar
Ele logo recomendou
A São Pedro preparar
Uma festa sob medida:
E capriche, Pedro, porque
O Céu hoje vai receber
Uma alma muito querida.
19 de setembro, o dia
Dois mil e seis foi o ano
O sino em agonia
12, hora do desengano
E enquanto os rebanhos seus
Aqui na terra choravam
Festões se realizavam
Dentro da Casa de Deus.
Ante a Virgem Imaculada
E o seu filho Jesus
Em sua nova morada
Rodeado por muita luz
Padre Zé entrou feliz
E como se fosse um sonho
Avistou logo padre Sitonho
Junto com padre Diniz.
Abraçou emocionado
Os colegas de batina
Por outros foi abraçado
E muita gente divina
Esperava a ocasião
E foi alegre reboliço
Quando avistou Padim Ciço
Ao lado de Frei Damião.
Espalhou-se por todo canto
A notícia do festão
São Tomé a outro santo
Pergunta com admiração
Por que festa de tanto dote
Para um homem igual
Que não é papa nem cardeal
Mas um simples sacerdote?
São Judas ia passando
Quando a conversa escutou
Tomé muito que questionando
Por que todo aquele louvor
Dedicado a Padre Zé
Judas não contou demora
Correu à Nossa Senhora
E entregou São Tomé.
Santa Maria e São José
Na mesma ocasião
Convidaram São Tomé
Para uma reunião
E por fim na heresia
Pois se Cristo, assim, quis
É porque Sinfrônio de Assis
A maior das festas merecia.
Maria disse: Tomé
Não descreia os próprios seus
Sabia que Sinfrônio é
O maior dos homens de Deus
Alma que o Céu nunca viu
E na terra com tanto brilho
A maior imagem do meu filho
Foi ele que construiu.
E seguiu falando Maria
Com eloquência e luz:
Tomé saiba que Jesus
Não valoriza hierarquia
Nem rico nem gente nobre
Mas o espírito capaz
Para o Cristo tanto faz
Ser um papa ou ser um pobre.
E continuou Maria falar:
Tomé, filho, já que você
Para poder acreditar
Precisa de antes “vê”
Olhe para o meu coração
E veja sem a maldade
Aquela pequena cidade
Encravada no sertão.
Volte os olhos para a Terra
E veja sem sobressalto
No cume daquela serra
Ele ergueu, lá, o mais alto
Monumento ao Senhor
Com o cimento da esmola
Construiu paz com escola
Transformou música em amor,
A caridade foi sua guia
Nos dias mais delicados
A cada seca bravia
Acolhia os flagelados
No vão santo de sua asa
A pé, vencia as paradas
Deu aos outros muitas moradas
Mas nunca teve uma casa.
Fez uma gráfica para pintar
O papel nobre do progresso
Fez uma banda para levar
Os Jovens ao sucesso
Honrou Cristo a cada sermão
Pregou por toda essa terra
E acabou com a guerra
De Jenipapo e Nitão.
A cavalo ou a pé
Todo o Vale percorria
Levava palavra de fé
E as ajudas que trazia
Em obra ele transformou
Foi uma vida de peleja
Dedicada à Igreja
E ao povo que tanto amou.
Uma escola para edificar
Educação foi seu intuito
E quem não podia pagar
Recebia estudo gratuito
Quem dele necessitava
Com um sim ele respondia
Até o salário que recebia
Ao pobres todo doava.
Ao ouvir Santa Maria
São Tomé pediu perdão
Ele disse que não sabia
De toda aquela missão
Que Padre Zé realizou
E Ela disse: Tomé, por fim
Nunca mais bote gosto ruim
No que nunca experimentou,
Mas tudo ficou feliz
São Tomé foi perdoado
E enquanto Sinfrônio de Assis
Na terra era sepultado
Ao pés da imagem do Cristo
Ao Céu subia de vez
E festa como a que se fez
No Céu não se tem registro.
Depois de recepcionado
E dias de paz e luz
Padre Zé foi convidado
Diretamente por Jesus
A nova missão exercer
E disse: sej a o que for
Eu estou pronto, Senhor,
Para aqui no Céu fazer.
E logo foi nomeado
Assessor de obra e graça
Cargo para ele criado
Para que no Céu se faça
Justiça aos desvalidos
É ele que graças concebe
É ele também que recebe
As almas dos falecidos.
Foi cumprindo essa função
Que no dia um do mês sete
Algo feriu seu coração
Qual gume de canivete
Sua alma foi abalada
Quando falou São Mateus
Lá fora há 2 ex-alunos seus
No Céu pedindo entrada.
Padre Zé autorizou
No mesmo ato de instantes
E lá de fora um anjo gritou:
Além dos dois ex-estudantes
Há outros dois a acompanhar
E os dois não se contentam
Eles dizem que só entram
Se os outros dois “entrar”.
Não podia faltar aos seus
Mas também não poderia
Botar na Casa de Deus
Quatro num único dia
Mas na mesma ocasião
Padre Zé se instruiu
E a São Pedro se dirigiu
Contando a situação.
Para resolver a questão
São Pedro necessitou
De uma autorização
E, logo, Cristo mandou
Uma ordem assinada:
Ordeno com amor e fé
Sendo gente de Padre Zé
Pode entrar de carrada.
Abriu-se a Porta Celestial
E acordes de emoção
Do grande mestre musical
Encheram todo o salão
Radegundis fez bonito
E o Céu virou festança
Com o Adenilton França
Roberto e o Benedito.
Emocionado ao ver os seus
Padre Zé disse contente
Todo dia peço a Deus
Bom destino a minha gente
Mas tudo tem tempo certo
É o que Deus Pai decidir
E quem de lá vier pra qui
Vai achar o Céu aberto.
Ele esta disponível em dois formatos:
A chegada de Padre zé no Céu (abre com o Word)
A chegada de Padre zé no Céu (abre com qualquer leitor de PDF)
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