sábado, 17 de janeiro de 2015

Aldinete Alves de Carvalho


Aldinete nasceu no Sítio Cachoeira, município ainda de Misericórdia, que poucos anos depois trocaria o nome para Itaporanga, aos 11 dias do mês de setembro do ano de 1947, sendo o segundo filho do casal Alcebíades Alves de Carvalho e Dalva Sinfrônio de Carvalho.

Irrequieta desde a infância, Audinete começou seus estudos aqui mesmo em Itaporanga, mas estudou também em Natal, no vizinho estado do Rio Grande do Norte e em São Paulo, onde na capital bandeirante, passou em um concurso para a Força Aérea Brasileira, mas embora tenha sido muita a insistência de amigos e familiares, não assumiu. Não era a sua “praia”.

Bonachão, gostava de viver livre, ao sabor das suas idéias e do seu pensar. Audinete era dono de uma camioneta C-10 e fazia viagens para os sítios e cidades vizinhas, mas nos contava sempre que só dizia a sua mãe, Dona Dalva, quando voltava da viagem que era pra ela não se preocupar. Uma certa vez, virou seu carro em uma estrada de barro e a desculpa dele foi que estava sozinho e precisando trovar um pneu, teve de colocá-lo de rodas pra cima.

Sempre irônico, na nossa formatura de ginásio, quando fomos da primeira turma do Colégio Padre Diniz, como sempre acontecia, passou o sábado inteiro sem energia na cidade e no domingo após a nossa festa de colação de grau, descemos na sua famosa camoineota, Paulo Rainério, Cecílio Fonseca, Janduí Leite e ele, os únicos homens da turma e estamos querendo bebemorar com uma cervejinha fria, mas em todos os bares, só tinha bebida quente e na Getúlio Vargas, procuramos em todos os locais, finalizando na Sorvedrink, então Aldinete colocando a cabeça para fora da cabine do carro gritou para Walter Inácio: Warter, Tem cerveja gelada. No que Walter respondeu: Só tem quente! Aldenete então disse: Prefiro dar o C* numa hora fria e se arrancou na camioneta.


Cara de ranzinza mais com um coração enorme, sempre brincalhão, mais intransigente, defensor irredutível do que considerava correto, esse era o velho Bagaceira, aquele que gostava de ajudar aos outros mesmo que não fosse chamado. Lembro-me, quando eu era diretor da sede do Detran, coquei uns Gelos Baianos para melhora o trânsito da Ireneu Rodrigues e no sábado de madrugada quando algum motorista embriagado deslocava uma pedra, no outro dia, bem cedinho, lá estava Aldinete com sua equipe, para fazer o conserto.
Certa feita, estávamos pintando as faixas de pedestres na Avenida Getúlio Vargas, e um Juiz de Direito, de uma cidade vizinha derrubou as faixas que estavam interditando a rua, Bagaceira então foi lá tomar satisfação; o Juiz, como e o costume deles, quis dar uma carteirada em Audinete, se dizendo Juiz de cidade tal, Bagaceira, não contou conversa e disse: para mim, autoridade errada, não tem razão! E o Juiz, simplesmente tirou o carro e foi embora.

Muito me ajudou mo FICA mesmo me ajudou muito, chegando a ir ao quartel, buscar os cavaletes que interditam a rua, entre outras coisas. É por isso que hoje prestamos esta simples mas sincera, como ele, homenagem aquele que em vida fazia questão de ajudar ao seu semelhante, embora, tenha sido incompreendido por muitos.

Com os dentes cerrados, eu digo: Até breve Bagaceira!

Paulo Rainéri Brasilino

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