domingo, 25 de janeiro de 2015

DE VOLTA AO PASSADO


Lá venho eu de novo com o meu costumeiro saudosismo. 

Quem não se lembra do tempo em que a televisão brasileira, quando não havia tantas emissoras, as poucas que existiam, primavam por uma boa programação, tanto informativa, quanto educativa. Tínhamos programas tipo o de J. Silvestre O Céu é o limite, - o programa de Flávio Cavalcante, que rendeu-lhe a alcunha de, o Rei da televisão brasileira... Até o Fantástico, da rede Globo, era Fantástico! 

Em um passado menos remoto, aqui na terrinha, tínhamos bons programas informativos e de utilidade pública, como foi o famoso Rádio Vivo, originalmente criado na comunitária “Boa Nova FM” e depois transferido para a “Vale FM”, ambas fora do ar, por não terem obtido concessão junto aos órgãos competentes. Veio então a “Correio do Vale” emissora comercial e legal e com ela, a exemplo da capital, o programa “Correio Debate”, originalmente comandado por Souza Neto, que foi sucedido por Norton Júnior, O programa que foi criado para ter apenas uma hora de duração, quando na coordenação dos dois radialistas, supra citados, raras foram às vezes que não ultrapassou às duas horas, e vale salientar, com uma audiência de quase 100%. . 

Atualmente, o Correio Debate, que era para ter duração de 60 minutos, não ultrapassa os 50, e a audiência caiu drasticamente. O atual âncora, um bom apresentador de programas musicais e afins, parece-me não ser muito dado a informativos. E quando não fazemos uma coisa que gostamos, fatalmente nunca dá certo e finda como está. Hoje, 26 de janeiro de 2004, foi divulgada uma grande mentira, quando noticiaram que Antônio Dantas, mais conhecido como sargento Dantas, tinha se entregado. A falsa notícia ainda foi recheada de detalhes, todas invencionices! E o que foi pior, os correspondentes daqui, passaram à frente, a nível estadual, tamanho embuste. 

Não sou jornalista, nem nunca tive pretensões, mas, apenas por bom senso, sempre disse, principalmente a Norton Júnior, que: O importante não é o furo, e sim, a veracidade dos fatos. Afinal, o objetivo da imprensa deve ser informar e não causar sensacionalismo! 

Semana passada, sem que ninguém tivesse procurado se inteirar de um projeto, nem mesmo do autor da propositura, que eleva de treze para quinze, o número de cadeiras na câmara municipal, iniciaram um debate e até incitaram o povo a ligar para o rádio, dando sua opinião. Sem conhecimento, pecaram logo em fazer crítica; a um direito constitucional do município, pois pelo número de habitantes, Itaporanga poderá, a partir deste pleito, eleger quinze edis. Um outro ponto discutido foi que, com o aumento de parlamentares mirins, aumentaria os gastos do município; não sabiam eles que, a dotação destinada à câmara, é um percentual do FPM que é repassado, independente do número de vereadores e este montante sim, é dividido pelo número de parlamentares. 

Concordo com a preocupação dos nobres radialistas, em apenas um ponto. Não basta aumentar a quantidade, devemos, nós eleitores, nos preocupar com a qualidade, independente de que sejam treze, quinze, ou mais. Cabe ao eleitor, principalmente aos conscientes e independentes, ver, dos parlamentares que aí estão, quem merece retomar à Casa de Adauto Araújo e quem merece receber cartão vermelho e desistir da política, voltando a ser um simples eleitor. 

Estamos em um ano eleitoral e, muitos do que foram eleitos como representantes do povo, representam apenas o “povo de casa”, esquecendo que a comunidade é bem maior e, seus problemas, não apenas “ganharem” empregos públicos, para nada fazerem. Muitos se contentariam, com uma boa saúde, uma educação de qualidade e qualquer melhoria no nosso IDH índice de desenvolvimento Humano. 

As condições, ditas mínimas, para se ter uma vida digna. 

***

Para Descontrair 


Um político está andando tranquilamente, quando é atropelado por um caminhão e morre. A alma dele chega ao Céu e dá de cara com São Pedro na entrada. 
- Bem-vindo ao Paraíso! - diz São Pedro - Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você. 
- Não vejo problema, é só me deixar entrar - diz o antigo senador. 
- Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade. 
- Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso - diz o senador. 
- Desculpe, mas temos as nossas regras. 
Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. 
No fundo ele vê o clube na frente do qual estão todos os amigos dele e outros políticos que haviam trabalhado com ele. Todos muito felizes em traje social. 
Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos à custa do povo. Jogam uma partida descontraída depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o Diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. 
Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e porta abre outra vez. São Pedro está esperando por ele. 
Agora é a vez de visitar o Paraíso. 
Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna. 
- E aí? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna. Ele pensa um minuto e responde: - Olha, eu nunca pensei, mas... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno. Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. 
A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos. O Diabo vai até ele e passa o braço pelo ombro do senador. 
- Não estou entendo - gagueja o senador - ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados. 
O Diabo olha pra ele, sorri e diz: - Ontem estávamos em campanha... Agora já conseguimos seu voto! 

Do livro: Agnaro Pati

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