segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Garoto chora ao saber que não poderia estudar em escola de Itaporanga. Entenda o que houve

Um sonho que não foi possível


Por Redação da Folha Um garoto humilde de 13 anos e órfão de pai recebeu com lágrimas nos olhos e profunda tristeza a notícia de que não poderia estudar no Ginásio Diocesano, uma escola privada de Itaporanga. A mãe, conhecendo o sonho do filho, fez todo o esforço para conseguir os 135 reais da matrícula e já tinha garantido o valor da mensalidade, mas não deu certo.

Residindo com a mãe no conjunto Chagas Soares, o menino desejava estudar na escola para realizar um outro sonho: tocar na histórica filarmônica do Ginásio. A notícia de que sua matrícula não foi aceita no Diocesano deixou o garoto desanimado e sem estímulo para continuar na escola pública, onde sempre estudou. Ainda não compreende que, neste país, é a condição social que traça o destino de jovens como ele. “Mesmo sabendo de todo sacrifício que passaria para pagar matrícula, farda, livro e mensalidade, eu estava determinada a lutar pelo sonho do meu filho, que é um menino estudioso e calmo, mas não posso matriculá-lo sem que a escola aceite”, comentou a mãe.

Entre os documentos exigidos pela escola para a matrícula do menino, cópia da escritura da casa onde a família reside e um comprovante de renda, mas, segundo a mãe, tudo foi apresentado, inclusive um cartão do Bolsa Família como demonstrativo de rendimento. Além desse auxílio, ela cria a família com o que ganha como empregada doméstica porque não recebe pensão do ex-marido, morto em um acidente de moto em maio do ano passado em Diamante.        

Depois de cumprir as exigências documentais, a mulher foi surpreendida com a recusa da escola em matricular o menino sob a alegação de que a idade do garoto não é compatível com a série que vai cursar. Ele tem 13 anos e vai fazer o 7º ano. A mãe não recebeu de bom grado o argumento da escola e disse que seu filho nunca foi reprovado. "Ele chorou muito e não está querendo ir para outra escola, mas vai ter que continuar estudando", disse a mãe, demonstrando contrariedade e constrangimento com o episódio, que tanto magou o menino. 

Publicado Pelo Folha do Vale em 26-01-2015

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