Mal havia saído da Universidade; o médico Francisco Clementino de Carvalho foi convocado para disputar a Prefeitura Municipal de Itaporanga, enfrentando a candidatura de João Franco da Costa, com o apoio do esquema político do deputado Balduíno de Carvalho, seu parente e amigo. Tendo o comerciante e agricultor Francisco das Chagas Soares como companheiro de chapa. Dr. Paizinho, como era mais conhecido, mesmo tendo conseguido um curso de pós-graduação no Rio de Janeiro, decidiu-se pela campanha e terminou vencendo o pleito com uma diferença superior a 150 votos, graças à surpreendente votação que obteve no distrito de Pedra Branca.
Filho de Claro Clementino de Carvalho e Maria Alves de Carvalho, Dr. Paizinho nasceu no dia 22 de junho de 1927, em Misericórdia. Cursou o primário no Grupo Escolar “Simeão leal” e na escola primária de Doralice Pedrosa, a primeira itaporanguense a conseguir uma graduação como professora. Fez o secundário em Patos e João Pessoa, onde foi aluno do Liceu Paraibano e morou na Casa do Estudante. Terminou o curso de medicina em 1958, e, quando veio a Itaporanga visitar a família, terminou candidato e só voltou a morar em João Pessoa em 1964, já casado com Maria Nelly Cavalcanti de Carvalho, depois que passou o cargo a Sinval Mendonça Pinto, prefeito eleito em 1963.
A administração de Francisco Clementino de Carvalho foi marcada pela execução de obras de grande porte e de máxima importância para o povo de Itaporanga. Como a eletrificação da cidade com energia de Paulo Afonso, via Coremas, a construção de abastecimento d’água e esgoto, pavimentação das principais ruas do centro da cidade, como parte da Getúlio Vargas, Praça do Centenário (atual Monsenhor Sinfrônio de Assis Filho), Frei Martinho e Santa Terezinha (José Barros Sobrinho), entre outras, além da recuperação parcial do mercado público, a edificação de uma grande escola em Pedra Branca e de uma estrada vicinal ligando São José de Caiana a Itaporanga, facilitando enormemente a ligação entre as duas comunidades.
Na Prefeitura, segundo ele mesmo contava, teve que enfrentar uma severa oposição que tentava obstácular todos seus passos, já que dispunha de maioria absoluta na Câmara. Cujos vereadores, em número de sete, obedeciam cegamente a orientação de João Franco. Para que a energia elétrica chegasse a Itaporanga, por exemplo, Dr. Paizinho teve que ir ao presidente João Goulart, em Brasília, que prontamente o encaminhou ao diretor-geral do DNOCS, que naquela oportunidade era empossado no cargo, no Rio de Janeiro, com a ordem expressa de resolver o problema. Aquela autoridade, cumprindo a risca a determinação presidencial, esteve na cidade de Coremas ocorrendo e constatando a interferência política dos adversários, determinou imediata execução da obra. Assim, 96 dias depois Itaporanga ganhava o seu fator maior de desenvolvimento: energia em quantidade bastante e pelas 24h do dia, naquela oportunidade e para sempre.
Dr. Paizinho eletrificou a cidade com energia de Paulo Afonso, via hidroelétrica de Coremas. Para isso, devido a forte oposição que sofria dos seus adversários, sob o comando de João Franco, ele teve que ir até o Presidente da República João Goulart (foto ao lado) que de pronto determinou ao diretor-geral do DOCS, com ordem expressa, a solução do problema. Ele constatou in loco a interferência política e determinou a execução da obra.
Médico por vocação, Dr. Paizinho foi funcionário da Previdência Social e do seu casamento nasceram três filhos: Ana Cláudia e Leonardo, médicos, e Francisco, biólogo.
Revista "Itaporanga, 144 anos de história"
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