Mas secretário de Agricultura informa que a máquina está consertada e deve retornar a qualquer momento.
O único trator de esteira da Prefeitura de Itaporanga foi levado para conserto em Campina Grande há um ano, e lá permanece parado até hoje, deixando centenas de agricultores sem serviços importantes, a exemplo da construção e melhorias de pequenos e médios açudes.
O veículo foi conseguido no segundo mandato do ex-prefeito Will Rodrigues, através de uma emenda parlamentar do então deputado federal Carlos Dunga, mas, segundo Manoel Osmindo (foto), membro do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), o trator sempre esteve a serviço do apadrinhamento político. “Nunca beneficiou o agricultor pobre de forma efetiva, mas, sim, esteve a serviço dos grandes proprietários de terra por intermédio ou benefício de políticos locais”, disse Osmindo.
Diante dessa irregularidade, o CMDRS, que é presidido pelo líder comunitário Janduir Martins, decidiu, por unanimidade, em reunião recente, que o trator ficará sob a responsabilidade do órgão quando retornar do conserto, decisão que foi acatada pelo prefeito Djaci Brasileiro. “Decidimos que as demandas das comunidades rurais serão atendidas por sorteio, evitando o apadrinhamento político”, disse Manoel Osmindo, referindo-se a uma das reivindicações atendidas pelo Conselho.
Um dos membros do CMDRS é o secretário de Agricultura Severino Rodrigues Naro, mais conhecido como Babá Naro. “Eu disse a Djaci que só iria trabalhar com o trator se ele ficasse sob o comando do Conselho”, comentou Babá em contato com a reportagem da Folha, acrescentando que “o agricultor pobre também deve ser beneficiado”.
Conforme Babá, o trator já está prestes a retornar a Itaporanga. “Djaci me confirmou isso, mas ele não disse uma data precisa, inclusive o conserto já foi feito e custou R$ 60 mil, sendo R$ 46 mil só de peças e o outro restante de mão-de-obra”, afirmou o secretário.
Babá Naro enfatizou que o trator de esteira ficará à disposição da Secretaria de Agricultura e também da Infraestrutura, que necessita do veículo para serviços básicos, a exemplo do ajuntamento do lixo urbano local. “O ideal seria termos à disposição dois tratores desse tipo, mas, infelizmente, por enquanto não temos, porque é muito caro, custa uns R$ 500 mil, é obrigado a gente se virar como pode”.
A demora na vinda do trator atrasou o início de um projeto importante: a construção de pequenas barragens para a produção de pescado. “Esse projeto da Prefeitura será colocado em prática imediatamente quando o trator chegar. A Prefeitura comprará o peixe aos pequenos produtores e será colocado na alimentação escolar”, comentou Babá. O Município pretende fazer o peixamento dos açudes com tambaqui, tilápia e carpa.
Corte de terra
O secretário atribuiu o atraso no corte de terra para o plantio este ano a quebra dos tratores destinados ao serviço. “Mas, apesar disso, começamos a cortar terra em dezembro do ano passado, e, com os quatro tratores da Prefeitura trabalhando, já chegamos a 500 horas de corte”, informou.
O agricultor tem que pagar para ter direito ao corte. “A hora está custando R$ 70,00, mas o agricultor só paga R$ 35,00, já que os outros R$ 35,00 a Prefeitura paga”, informou o secretário.
Segundo ele, um trator gasta, em média, duas horas para cortar a terra de um pequeno agricultor, que, por esse serviço, tem que desembolsar 70 reais.
Publicado pelo Folha do Vale em 15-03-2011
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