Foram 55 suicídios nos últimos 4 anos, 11 dos quais em 2014
Por Isaías Teixeira/Folha do Vale - No ano passado, onze pessoas tiraram a própria vida na região, seis das quais homens e cinco mulheres, resultando em uma média de quase um suicídio por mês no Vale, segundo estatísticas da Folha. Esse número poderia ter sido ainda maior se duas tentativas tivessem sido consumadas. Apesar do grande número suicídios em 2014, houve redução de 26,6% em relação a 2013, quando 15 pessoas cometeram o tresloucado gesto. Em 2012 foram 13 óbitos contra 16 em 2011.
Nos últimos quatro anos, 55 pessoas tiraram a própria vida no Vale, proporcionalmente, uma das regiões do Brasil onde mais ocorrem suicídios. O meio mais usado para pôr fim à própria existência, em 2014, foi o enforcamento, presente em 10 casos. As maiores vítimas foram registradas na faixa etária entre 44 e 55 anos, com cinco mortes. No grupo das pessoas entre 21 e 36 anos foram três ocorrências. Dois idosos, um de 64 e outro, de 77, igualmente estão entre os que resolveram antecipar a morte. Conforme relato dos próprios familiares à polícia, foi a depressão a causa mais comum que levou as pessoas a desistirem de viver.
Coremas foi o município onde mais ocorreram suicídios em 2014: foram três casos registrados. E foi na própria cidade coremense que ocorreu a primeiro e último caso do ano passado. A primeira foi no dia 21 de fevereiro: depressiva, a dona de casa Rozilene Ferreira Pedroza, que completaria 46 anos de vida seis dias após a morte, enforcou-se no punho de uma rede. O último caso, registrado no dia 14 de dezembro, teve como suicida Gizélia Missiano da Silva, conhecida como Xuxa, de 36 anos, que era de Itaporanga e se enforcou com um fio de aparelho de som.
Dois suicídios ainda foram registrados em Aguiar e um Itaporanga, Conceição, Curral Velho, Diamante, Santana dos Garrotes e Piancó. Nessa última cidade, a vítima foi um jovem de 30 anos: o eletricista e músico Clelton Ferreira Rufino enforcou-se na cozinha de sua casa. Antes de se matar, ele anunciou nas redes sociais que iria cometer suicídio. No Facebook chegou a postar a frase “Deixo essa vida cruel pra sempre”.
Outras mortes podem ser evitadas – O grande número de suicídios na região deve preocupar as autoridades regionais e estaduais no sentido investirem mais recursos em saúde mental, buscando aproximar, por exemplo, os centros de atenção psicossocial da casa do doente na tentativa de resgatar a autoestima do paciente e evitar que ele resolva seu problema pelo sacrifício da própria vida. E a família também será importante nesse processo de resgate.
Publicado pelo Folha do Vale em 08-01-2015
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