Enterro foi na manhã desta sexta-feira
Por Redação da Folha – Manhã desta sexta-feira, 2, na Avenida Padre Lourenço, centro de Itaporanga. Em uma caminhada lenta e triste, o caixão com o corpo do funcionário federal Irineu Agostinho de Sousa, de 52 anos, é conduzido ao cemitério local. Dezenas de pessoas, entre as quais colegas da unidade regional do INSS, a qual chefiava, e companheiros de maçonaria, integraram o cortejo. Ele deixou esposa, que é natural de Conceição, e um filho de 11 anos.
Irineu faleceu na madrugada do dia 1º, depois de passar pelos hospitais de Itaporanga e Piancó. Sofreu um infarto em casa e foi socorrido, mas, sem um centro médico preparado para esse tipo de atendimento, terminou falecendo. Independentemente da condição financeira, todo ano dezenas de pessoas morrem na região por falta de uma saúde emergencial qualificada: hospitais como o itaporanguense e o piancoense, este que, inclusive, está condenado pelo Conselho Regional de Medicina, não têm equipamentos nem médicos especialistas.
Em casos como o de Irineu e de tantas outras vítimas, a demora no atendimento adequado foi fatal. O hospital em melhores condições fica a mais de 340 quilômetros daqui, mas nem em Patos, muitas vezes, o paciente consegue chegar. Isso leva a uma consideração terrível: qualquer pessoa deste Vale que sofrer um mal súbito dificilmente escapará. Muita gente paga com a própria vida a omissão do poder público.
Publicado pelo Folha do Vale em 02-01-2015
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