quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Em carta dirigida à população, ex-gerente da Cagepa de Itaporanga faz agradecimento

Pedro Filho despede-se da Cagepa local depois de quase dois anos no comando administrativo do órgão.


O ex-gerente da Cagepa de Itaporanga, Pedro Ferreira Filho (foto), enviou nota à Folha agradecendo à população local, a amigos e funcionários pela colaboração que deram para o seu bom desempenho à frente do escritório local da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba.

Na carta, Pedro Filho também fala dos desafios enfrentados durante os quase dois anos que permaneceu no cargo e das lutas que travou para melhorar os serviços de abastecimento d’água e de esgoto de Itaporanga.

Abaixo, a íntegra da carta:

Carta Aberta de Agradecimento

"Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé..."

Venho de público prestar agradecimento à população, amigos e funcionários que durante 1 ano e 10 meses colaboraram, incansavelmente, com a minha gestão como gerente da Cagepa de Itaporanga. A estes devo tudo que consegui realizar dentro da empresa.

Ao longo deste período enfrentei o maior desafio da minha vida. Como funcionário de carreira da empresa, senti na pele a crise que passa o sistema de abastecimento de água da nossa cidade e o sofrimento e os anseios de uma população que necessita urgente da construção de uma nova adutora.

Foram vários os desafios, mas precisei, em primeiro lugar, recuperar a auto-estima de meus companheiros pelo serviço, pois faltava a estes guerreiros condições dignas de trabalho, ao passo que nunca lhes faltou boa vontade e coragem para mudar esta situação. Estes me abraçaram e empenharam todos os esforços possíveis para que conseguíssemos mudar esta situação.

À base de muito trabalho e após uma distribuição da água igualitária e justa, conseguimos aumentar a arrecadação e faturamento do município, que era uma das piores do estado, e chegamos a estar como 2ª lugar a nível regional e entre as 10 melhores da Paraíba.

Impomos à direção da empresa, como resultado do árduo trabalho que desenvolvemos, que fossem investidos recursos para melhoria dos serviços prestados em nosso município e, de imediato, fomos atendidos com a aquisição de 01 automóvel novo, 02 motos novas, kits com todas as ferramentas necessárias para manutenção, reforma e ampliação total do prédio da agência local, aquisição de fardamentos e informatização ampla dos serviços prestados no escritório local.

Em segundo lugar, brigamos para transformar Itaporanga em subgerência, pois com isso tínhamos a meta de atrair repasse de recursos para nossa cidade e nossa região, investimentos estes que, no momento, ficam todos despejados apenas na regional de Patos. Solicitamos veementemente a compra ou relocação de um caminhão de esgotos para nossa cidade, pois possuímos um sistema de esgotamento sanitário precário e que necessita de manutenção constante, e apenas o caminhão presente em nosso município diminui esta necessidade.

Em terceiro, busquei a correção de serviços mal prestados em épocas passadas e humanizei o atendimento aos consumidores, procurei ofertar aos bairros mais carentes a maior concentração de tarifas sociais e outros serviços, ao passo que executei uma cobrança mais severa aos maiores consumidores e procurei cobrar primeiro de quem tinha maior condição de pagamento e que, justamente, era quem possuía a maior inadimplência com a empresa.

Nunca houve bandeira política e distinção de classe social enquanto estive à frente da Cagepa do nosso município. Para mim todos possuíam direitos iguais, embora defendi como bandeira de luta a busca da melhoria de atendimento primeiro aos mais pobres e carentes.

Por fim, fui vencido pelas forças políticas contrárias à vontade popular, que interromperam um trabalho que vinha dando certo, um trabalho que ganhou o reconhecimento do povo que até o último instante lutou para que eu não saísse, e batalhei todos os dias para que pudesse continuar nesta função atendendo ao pedido dos meus amigos de Cagepa que sentiram a minha saída tanto quanto eu senti.

Mas aprendi de berço que apenas três coisas combatem e vencem as grandes injustiças da vida. São elas: o silêncio, a paciência e o tempo. Deus haverá de continuar nos protegendo e aprendi a lição de que quando se faz a coisa certa se tem a certeza do dever cumprido. E este é meu grande prêmio, ter feito pelos meus irmãos de município. “Na volta ninguém se perde”. Itaporanga, 08 de março de 2011.

Publicado pelo Folha do Vale

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