terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Os primeiros educadores em Misericórdia / Itaporanga


A Educação em Misericórdia / Itaporanga, sempre foi desenvolvida e equilibrada, não é atoa que os filhos de Itaporanga se sobressaem em todos os setores. 

Na década de 1920 / 1930, já o Colégio particular “Pedro Américo”, administrado pelo bacharelando Dr. Manoel Diniz, localizado na Avenida do mesmo nome. Dona Justina Emília Crizanto, primeira professora nomeada na cidade, isto no Governo de Francisco Camilo de Holanda em 1916 / 1920, teve toda sua vida dedicada a educação. Professor Alencar, Dona Zulina, vindos das bandas do brejo, provavelmente de Esperança, aqui permaneceram algum tempo, dona Soledade, dona Joaninha Vieira, professor Francelino Neves, além dos professores concursados: Deocleciano Neves - Dio, Joaquim Neves - Quinzinho, Mariquita Diniz e Anita Nitão, etc. 


Em 1937 pelo Decreto 195 de 10 de abril, a cidade de Misericórdia recebia a primeira Escola Pública denominada Grupo Escolar “Dom Vital”, frade capuchinho reconhecido pela Santa Sé como beato, pertencente à Arquidiocese de Olinda. Ali seria o celeiro de conhecimentos, frutificando a inteligência das crianças, jovens e adolescentes da época. Em 25 de janeiro de 1939, pelo Decreto n° 143 art. 2° do governador Osvaldo Trigueiro de Albuquerque, passou a denominar-se Grupo Escolar “Simeão Leal”. Sua primeira professora e diretora Dona Doralice Pedrosa, além dos professores: Odete Mangueira, Julieta Maia, Marluce Ramalho, Jacira Loureiro, Juvinete Vieira e outros. 


Em 1945, teve início a primeira Escola de Ensino Médio, fundada pelas Irmãs Missionárias Carmelitas, reconhecida pelo Decreto Lei n° l.099 de maio de 1947, denominada Escola Normal Monte Carmelo “Padre Diniz”. Sua primeira diretora Madre Maria Bemadete de Jesus Figueiredo e as primeiras professoras: Irmã Terezinha de Jesus, Francinete Soares, Nativa Neves, José Sobrinho, Dr. Balduíno de Carvalho, Dr. Machet Callou, Dr. Brasil Farias, Dr. Netinho Ramalho, etc. Em 1949 sai a primeira Turma de Normalistas, são elas: Analice Farias, Adália Nitão, Euzari Araújo, Emília Lúcio dos Santos, Geni Teixeira, Laura Araújo, Leda Pinto, Margarida Alacogue Rangel, Maria das Neves Guimarães, Maria Ruth Sousa, Maria Nazaré Lima, Maria de Lourdes de Jesus, Maria Juraci Sousa, Maria de Lourdes Gomes, Maria Vilani Antas, Maria de Lourdes Sousa, Noilda Lima, Teogeni Silvino e Terezinha Barros; O que veio a contribuir para criação de novas escolas na região. 


Um importante passo na área educacional do município foi dado com a criação de um educandário pelo Padre José Sinfrônio de Assis filho, então pároco recém chegado, devido o fato de existir na cidade um único grupo escolar, o Simeão Leal, que não abrigava 50% das crianças da cidade. Ao tomar posse da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em março de 1955, o padre José Sinfrônio de Assis Filho chegou em Itaporanga com a preocupação de formar religiosamente o povo da localidade, para isso, foi criado em 1956 uma Escola Paroquial, que recebeu o nome de ‘São Domingos Sávio’, principiando com apenas doze alunos, tendo como primeira professora a Senhora Maria Nazaré Lima e findando no ano de 1966 com 480 alunos. 


Era desejo do seu antecessor na Paróquia, o Cônego Luís Gonzaga Gualberto, fundar um ginásio em Itaporanga, o que foi aprovado pelo Bispo de Cajazeiras Dom Zacarias Rolim de Moura, e que constituía também a vontade do povo. Após os dois primeiros anos do paroquiato, em face do que se observava de crimes, de falta de bons costumes, o Padre José Sinfrônio chegou a conclusão de que não bastava orientação religiosa, era também preciso a instrução. Na cidade existia um único colégio, que era a Escola Normal Padre Diniz, destinado a educar as jovens, consequências, os jovens, que terminavam o primário, cujos pais possuíam meios econômicos, iam para Patos, Campina Grande ou João Pessoa. 


Então, com a cidade crescendo, tomando proporções de cidade maior, pelo seu desenvolvimento devido a uma posição geográfica, e os homens que poderiam representá-la, nas diversas funções, só possuindo o primário e sem visão para aspirar grandes conquistas foram as razões principais que levaram o Padre José Sinfrônio a fundar no dia 26 de maio de 1957, ainda na Igreja Matriz, o Ginásio Diocesano de Misericórdia, posteriormente, Ginásio/Colégio Diocesano “Dom João da Mata”. Que completou no ano passado seus 52 anos de fundação. 


Na verdade, o Monsenhor José Sinfrônio fez uma revolução cultural no interior da Paraíba. Vetor do crescimento cultural para os estudantes e para a comunidade, estudar no Ginásio até hoje é um privilégio, pois além das aulas previstas na grade curricular do ensino médio, há uma fonte de saber, a música. O Monsenhor quebrou todos os paradigmas que existia na Itaporanga da metade do século XX, mostrando passo a passo do futuro e que o saber era a maior herança do cidadão. Os filhos de Itaporanga começaram a mudar os seus conceitos e os seus valores. O saber virou moda e a cidade começou a ouvir um som diferente, um som local, o som produzido por seus filhos. Todos felizes e de alma lavada. Ele era o Padre da cidade, Diretor do educandário, Professor, Educador. Foi na área da educação seu maior legado para Itaporanga e região do Vale do Piancó. Gerações e gerações de jovens terminariam o ensino básico lá no Ginásio e enveredavam em busca de horizontes nos grandes centros. 

Como Diretor Educacional possuía uma forma renomada de dirigir o estabelecimento, seja no cumprimento dos horários, seja na organização interna do colégio; como Professor lecionava as disciplinas de ordem religiosas e políticas e como Educador complementava ou criava nova formação moral, pois a formação dos jovens se complementa na escola. E que educador! Ele cuidava de corrigir os defeitos advindos dos lares, por exemplo: quando o aluno tentava colocar um nome na parede do colégio ele repreendia dizendo: “Olhe, José ou Maria dependendo do sexo, não ponha nomes nas paredes; vocês tão pensando que aqui é parede de cadeia”. Corrigia os alunos na maneira de se portarem em determinadas ocasiões, etc. Contribuía com a moral e com a disciplina dos jovens. Itaporanga e o Vale do Piancó hoje têm diversos Doutores, Mestres, Graduados e bons técnicos espalhados pelo Brasil e pelo mundo, em cuja origem se deu no Ginásio do Padre Zé. 


Uma liderança como a do Mosenhor José Sinfrônio não se apaga no tempo; ela foi construída com esforços, inteligência e o que o Padre plantou: EDUCAÇÃO. Educação é um bem imaterial valiosíssimo. Hoje a cidade de Itaporanga é servida por ótimos educandários, a exemplo do Colégio Diocesano “Dom João da Mata”. Desde a educação infantil até o ensino médio. 

O Colégio Diocesano “Dom João da Mata”, atualmente, é dirigido pela professora Petronila Neves e pelo professor Francisco Raimundo, vice-diretor e diretor da Gráfica Monsenhor José Sinfrônio de Assis Filho. 

Revista "Itaporanga, 144 anos de história"

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