João Dehon Fonseca.
No seu Sesquicentenário,
Homenageio minha terra,
Que está no pé da serra,
Sendo um grande relicário,
Minha alegria se encerra,
E vou por esse caminho,
Glorificar o meu ninho,
Que digo com muito certeza
Itaporanga é a realeza,
No pé da serra do Cantinho.
Exalto nesse momento,
O que foi o meu xodó,
O meu rio Piancó,
Traz-me tanto sentimento,
Ele nunca esteve só,
É a diversão da meninada,
Ali toda gurizada,
Brinca além da conta,
Pesca e dá pulo de ponta,
Na infância eternizada.
La vem o Rio Piancó,
Desvirginando o seu próprio leito,
Sorrindo o agricultor satisfeito,
Vê a cena sem choro e sem dó,
A terra molhada é um feito,
Pura benção do Pai Criador,
Que resolveu ser grande lavrador,
Da terra que estava calcinada,
Das mangas que estavam rachadas,
Desenvolvendo o verde ao agricultor.
O Rio das minhas brincadeiras,
Do poço das pedras de seu Torquato,
Onde a correnteza sempre quebra mato,
Quando o rio está de barreira a barreira,
O solo às margens já merece um trato,
As roças já têm milho, arroz e feijão,
A lavoura trouxe para o sertão,
O verde alegre que é a riqueza,
Trouxe para o homem a certeza,
Que nunca deve deixar seu torrão.
Minha linda e bela Itaporanga,
O teu sesquicentenário é uma verdade,
O tempo passou e trouxe a realidade,
Desse povo alegre que com nada se zanga,
O teu Rio só trouxe prosperidade,
Tua historia é heroica e sem medo,
Partindo de Teodósio de Oliveira Ledo,
Canto o teu conto por inteiro,
Das origens que vem de Pinto Madeiro,
Tua historia será sempre meu enredo.
A Capela da Senhora do Rosário,
Onde foi nascendo o povoado,
Crescendo ali um povo honrado,
Fazendo história para o seu inventário,
E por cada filho pode ser contado.
Hoje a Rua Padre Lourenço,
Que tem um passado intenso,
Carrega consigo uma grande história,
Que para nós é motivo de glória,
Desse sesquicentenário imenso.
A Igreja da Conceição é matriz,
Reformada para o seu centenário,
Padre Zé, o então vigário,
Fez o povo da freguesia feliz,
E agora no seu sesquicentenário,
Itaporanga é a Misericórdia do passado,
Com todos seus filhos ao seu lado,
Revivendo tudo por inteiro,
Orgulhando – se de Pinto Madeiro,
Desde que o lugar foi criado.
Pompilo Diniz e Vicente Cassimiro
Poetas que exaltaram nosso Sertão,
“Sombras de Pedras” escrita com o coração,
Desse poeta que enalteço e admiro,
Ele é nosso, criado aqui nesse chão,
Já o “Pru quê” do Diniz
Nesse poema ele diz,
Que nossa terra tem poeta,
Escrevendo em hora certa,
Deixando o povo feliz.
Poderia aqui enaltecer,
Vários filhos da terrinha,
E ir seguindo nessa linha
Pra quem é de fora ver,
Valores da cidade minha,
Sua história de aniversário,
Desse seu novo cenário
Ou do tempo mais remoto,
De Itaporanga tudo anoto,
Dela faço um inventário.
Na época do Redentor,
Padre Zé vou exaltar,
Pois construiu um altar,
Com um sonho que sonhou,
Pra nossa chuva chegar.
Isso é a cara do Pastor,
Que por Itaporanga tinha amor
E lá na Serra do Cantinho
Sangue representado em vinho,
Ele quis e transformou.
Celebrou da missa, o sacrifício
Com o povo fez romaria,
Em seu rosto só alegria,
Cumpria ali seu ofício,
Pra Serra fez uma santa via
José Sinfrônio de Assis,
Do jeito que ele quis,
Sua vida se encerrou,
Em baixo do Cristo se enterrou,
No céu é um homem feliz.
Vou terminar minha rima,
Cheio de felicidade,
Olhando a prosperidade,
Buscando daqui de cima,
Interpretar a cidade,
Dentro da minha mente,
Itaporanga é a gente,
Que tem muita consciência,
E predomina a inteligência,
Com todo o seu clima quente,
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